31/05/2021

A Visitação - 31 de maio (ou 2 de julho)


A Festa da Visitação celebra o dia em que a Bem-aventurada Virgem Maria visitou sua prima Isabel, quando ambas estavam grávidas, e João Batista estremeceu no ventre de Isabel. A cor litúrgica é branca. O Lecionário Luterano classifica a Visitação como uma das “festas principais de Cristo”. As leituras apontadas no Lecionário Luterano são Isaías 11.1-5, Salmo 138, Romanos 12.9-16 e Lucas 1.39-45 (46-56). Neste dia oramos:

Todo-poderoso Deus,
tu escolheste a Virgem Maria para ser a mãe de teu Filho
e tornou conhecido através dela o teu gracioso afeto para com os pobres, humildes e desprezados.
Concede que possamos receber a tua Palavra com humildade e fé,
e assim nos tornemos um com Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor,
que vive e reina contigo e o Espírito Santo,
um só Deus, agora e sempre
. Amém.

O Magnificat é o hino de louvor que Maria entoou naquela ocasião e que nós também cantamos no Ofício das Vésperas:

A minha alma engrandece ao Senhor,
e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador,
porque ele contemplou na humildade da sua serva.
Pois desde agora todas as gerações me considerarão bem-aventurada,
porque o Poderoso me fez grandes coisas.
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia vai de geração em geração  sobre os que o temem.
Agiu com o seu braço valorosamente;
dispersou os que no coração alimentavam pensamentos soberbos.
Derrubou dos seus tronos os poderosos e exaltou os humildes.
Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos.
Amparou a Israel, seu servo, a fim de lembrar-se da sua misericórdia,
a favor de Abraão e de sua descendência para sempre,
como prometera aos nossos pais.

A Festa da Visitação tem sua origem em Bizâncio, mas se tornou parte do calendário da igreja universal somente em 1389 em meio a tentativas de curar o Grande Cisma. Originalmente a festa era observada apenas no dia 2 de julho. Depois da reforma ecumênica do Ano da Igreja que aconteceu após o Concílio Vaticano II, a maioria das igrejas cristãs celebram a Visitação no dia 31 de maio. Desta forma a Visitação acontece antes da Festa da Natividade de São João Batista (24 de junho) para melhor harmonizar com a narrativa do Evangelho, ordenando-se os eventos historicamente. No entanto, a celebração da Visitação no dia 2 de julho, demonstra que o calendário da igreja não se preocupa com a sincronia história em primeiro lugar, mas em celebrar os mistérios de nossa fé nas datas diversas. É por isso que, diferente da maioria das igrejas luteranas, que celebram a Transfiguração como fechamento do período da Epifania, a Igreja Luterana da Suécia e as Igrejas Ortodoxa e Romana observam a Transfiguração no dia 6 de agosto, mesmo já tendo passado a Ressureição e Ascenção de Jesus. Ou seja, mesmo que o Concílio Vaticano II tenha puxado a Visitação para uma data anterior ao Nascimento de João Batista, os dias festivos na igreja não obedecem necessariamente a uma ordem cronológica como aparentemente encontramos no Ciclo Temporal do Ano da Igreja.

Via de regra as igrejas luteranas admitem as duas datas para a Festa da Visitação. Isso depende do calendário e lecionário que a congregação esteja utilizando. Desde a Reforma a Igreja Luterana utilizou um lecionário anual, também conhecido como Histórico ou Tradicional. Mesmo com as reformas pós Concílio Vaticano II que introduziram o lecionário de três anos, o antigo lecionário não caiu em desuso nas Igrejas Luteranas. Hoje a maioria das igrejas luteranas reconhecem o valor de ambos os calendários e lecionários e os colocam em pé de igualdade, podendo ser utilizados de acordo com a liberdade de cada congregação. No entanto, nas igrejas luteranas confessionais da Alemanha o antigo lecionário é o único utilizado, sendo quase totalmente ignorado o Lecionário Trienal.

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