22/11/2024

Calendário do Ano Litúrgico 2025 - Trienal C | IELB

O Ano da Igreja, também chamado de Ano Eclesiástico ou Ano Litúrgico, se constitui a partir das grandes celebrações do Natal, Páscoa e Pentecostes, nas quais também se estruturam os domingos e dias festivos.

Para cada Domingo ou Dias Festivos são listadas uma leitura do Antigo Testamento, uma leitura das Epístolas e outra leitura do Evangelho, além de uma porção dos Salmos para ser cantado ou lido no Culto. É a partir destas leituras que o pastor proclama a Palavra de Deus no culto.

Neste novo Ano da Igreja a festividade da Purificação de Maria e Apresentação de Jesus (2 de fevereiro) cai num domingo. E, por ser uma festa principal de Cristo, "normalmente são observadas quando ocorrem num domingo", conforme nota sobre os dias festivos no Hinário Luterano e no Lecionário da IELB.

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Último Domingo do Ano da Igreja - Próprio 29B

Ilustração de Debra L. Swearingen no livro infantil Christ the Life of All the Living / Like the Golden Sun Ascending (Kloria Publishing, 2024)

Isaías 51.4–6 ou Daniel 7.9–10, 13–14
Salmo 93
Judas 20–25 ou Apocalipse 1.4b – 8
Marcos 13.24–37 ou João 18.33–37

Em arrependimento ficamos vigilantes para a vinda de Cristo

Os sinais do fim estão à nossa volta, lembretes constantes de que “passará o céu e a terra”. Mas todos esses sinais se concentram na cruz de Cristo, por meio da qual ele venceu o pecado e a morte, para que possamos ser ressuscitados com ele em justiça através da sua Palavra do Evangelho, que não passará (Mc 13.31). Cristo Jesus é o “Primogênito dos mortos”, que em seu grande amor e, “pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados” (Ap 1.5). Sua salvação é certa porque o “seu domínio é domínio eterno” e o “seu reino jamais será destruído” (Dn 7.14). Para este propósito ele veio ao mundo, para reinar em amor por meio da sua voz Evangelho, que é a verdade (Jo 18.37). Assim, a justiça de Cristo é “luz dos povos”, que “não será anulada” porque é a justiça da sua cruz e ressurreição (Is 51.4-6). Visto que o Senhor “é poderoso para evitar que vocês tropecem e que pode apresentá-los irrepreensíveis diante da sua glória”, então espere na “misericórdia do nosso Senhor Jesus Cristo, que conduz para a vida eterna” (Jd 20–24).

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Jesus Cristo, governa nossos corações e mentes de tal maneira pelo teu Espírito Santo a fim de que, mesmo conscientes do teu glorioso retorno, perseveremos na fé e em santidade de vida; pois tu vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano: lecionários (Editora Concórdia).

19/11/2024

Isabel da Hungria - 19 de novembro

Isabel nasceu em 1207, em Presburgo, no Reino da Hungria (hoje Bratislava, Eslováquia), filha do rei André II e sua esposa Gertrudes. Por meio de um casamento político arranjado, ela se tornou esposa de Ludovico da Turíngia (Alemanha) aos 14 anos. Seu espírito de generosidade e caridade cristã permeou o lar que ela construiu para o marido e os três filhos no Castelo de Wartburg, em Eisenach. Sua morada era notória pela hospitalidade e pelo amor familiar. Isabel costumava supervisionar os cuidados com os doentes e necessitados, chegando até a ceder sua cama para um leproso em uma ocasião. Quando Isabel ficou viúva, aos 20 anos, cuidou do sustento de seus filhos e entrou para a vida religiosa na Ordem de São Francisco. Sua vida de renúncia debilitou sua saúde, levando-a à uma morte precoce em 1231, aos 24 anos de idade. Lembrada por sua atitude abnegada, Isabel é homenageada por meio dos muitos hospitais em todo o mundo que levam seu nome.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Rei, cuja herança não é deste mundo, incute em nós a humildade e a benevolente caridade de Isabel da Hungria. Ela rejeitou sua adornada coroa ao contemplar aquela de espinhos que seu Salvador usou por amor dela e nosso, para que nós também possamos viver uma vida de sacrifício, agradável a teus olhos e digna do nome de teu Filho, Jesus Cristo, que reina contigo e o Espírito Santo para sempre no reino eterno. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (Concordia Publishing House, 2008. p. 929)

Santa Isabel dando esmola (1841), por Heinrich Mücke (1806-1891) - Nationalgalerie (Berlim)

O pintor alemão Heinrich Mücke (1806-1891) pintou uma cena de Isabel à porta de sua moradia, o Castelo de Wartburg, acompanhada por damas de companhia. Uma das damas de companhia segura o filho primogênito da princesa nos braços. Um menino está com cesto de pães nas mãos. Isabel oferece esmola a uma mulher com um bebê. Ainda compõem a pintura um mendigo cego assentado com um menino atrás dele. Uma mãe com dois filhos estende as mãos para receber esmola. Um monge capuchinho se afasta com um pedaço de pão.


18/11/2024

Cristo entrou no Santo dos Santos celestial por meio de seu corpo

Ilustração de Rafael Lopez no livro LifeLight: Hebrews (CPH, 2004)

"Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, para exercer o serviço sagrado e oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados. Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita de Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés... Portanto, meus irmãos, tendo ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, 20pelo novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos com um coração sincero, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e o corpo lavado com água pura." (Hb 10.11-13; 19-22)

Imagine o sumo sacerdote realizando a liturgia no Dia da Expiação e depois voltando ao Lugar Santíssimo para ser entronizado na Arca do Testemunho entre os anjos. Foi isso que Cristo fez, de fato! No Antigo Testamento, o Sumo Sacerdote servia diariamente como mediador entre Deus e o povo de Israel, mas no Dia da Expiação ele fazia a mediação de uma forma mais ampla do que em qualquer outro dia do ano. Da mesma forma, Cristo expiou os pecados do mundo por meio de seu próprio sangue, que ele levou através do véu de seu corpo para o Santo dos Santos celestial para fazer uma mediação permanente e perfeita entre Deus e os homens. Assim como o Sumo Sacerdote intercedia de forma mais abrangente por Israel entrando no Lugar Santíssimo atrás do véu com o sangue de animais, assim também Cristo entrou no Santo dos Santos celestial por meio de seu corpo e com seu sangue para assumir seu lugar de direito à direita do Pai e interceder por nós (Hb 8; 9.1-15; 10.11-12). Além disso, imagine o Sumo Sacerdote voltando do Lugar Santíssimo pela última vez a fim de conduzir seu povo fiel ao Santo dos Santos na gloriosa presença de Deus. É isso que Cristo fará por nós no último dia! Contudo, desde agora, pela fé, temos acesso ao Lugar Santíssimo no santuário celestial por meio do corpo e sangue de Cristo (Ef 2.6-7; Hb 12.22-24). 

O Dia da Expiação no Antigo Testamento funcionava como um dia de juízo para pagar o preço pelo pecado e apaziguar a ira de Deus. Em decorrência disso, Deus considerava os israelitas justos. Cristo cumpriu o Dia da Expiação por meio do seu pagamento por todos os pecados na cruz. Os cristãos recebem pela fé o perdão e a justiça de Deus porque Cristo sofreu o juízo de Deus. No último dia, Cristo julgará o mundo e conduzirá de forma física o seu povo à presença gloriosa de Deus. A morte e a ressurreição de Cristo, bem como seu retorno glorioso, são juízos. Isso é evidente pelas semelhanças entre os eventos cósmicos na morte e ressurreição de Cristo e os sinais universais que ocorrerão no fim deste mundo (Mt 27.50-53). O Dia da Expiação no Antigo Testamento tipificava o juízo de Cristo na cruz, a justificação de seu povo e o juízo final no último dia (Ef 2.6-7; Hb 2.17-18; 4.14-16; 7.23-28; 8.1-6; 9; 10.1-25).

- Robert D. Macina (The Liturgy of the Old Testament: Its Festivals, Order, Purpose, and Typology)

Fonte: Concordia Theological Quarterly, Fort Wayne, v. 86, n. 3-4, jul./out. 2022. p. 236.

16/11/2024

Vigésimo Sexto Domingo após Pentecostes - Próprio 28B

Jesus profetiza a destruição do templo, por Cristoforo de Predis (1440–1486), Códice de Predis (1476), Biblioteca Real de Turim, Itália.

Daniel 12.1-3
Salmo 16
Hebreus 10.11-25
Marcos 13.1-13

O verdadeiro templo de Deus é o corpo crucificado e ressurreto de Cristo Jesus

O templo de Jerusalém, com suas “pedras e edifícios impressionantes”, seria destruído, sem ficar “uma pedra em cima da outra”, da mesma forma que este mundo atual e seus reinos um dia chegarão ao fim (Mc 13.1–8). Mas aquele templo apontava para além de si mesmo, apontava para Cristo, seu sacrifício na cruz e para a ressurreição de seu corpo como o verdadeiro Templo de Deus. Através da proclamação do Evangelho em meio ao pecado e à morte, Cristo reúne discípulos em seu corpo e aquele “que ficar firme até o fim, esse será salvo” (Mc 13.10–13). Em Cristo temos “um grande sacerdote sobre a casa de Deus” que jamais se lembrará de nossos pecados e iniquidades. Pela “água pura” do Santo Batismo nos aproximamos “com um coração sincero, em plena certeza de fé”, e pela carne e sangue de Jesus temos ousadia para entrar no Santuário (Hb 10.17–22). Assim, “o povo de Deus será salvo, todo aquele que for achado inscrito no livro”. Pois, pela sabedoria de seu Evangelho, o Senhor conduzirá “muitos à justiça”, de modo que “muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão” para a vida eterna (Dn 12.1-3).

ORAÇÃO DO DIA

Ó Senhor, pela tua generosa bondade livra-nos da escravidão dos nossos pecados, que por causa da nossa fraqueza trouxemos sobre nós, a fim de ficarmos firmes até o dia de nosso Senhor Jesus Cristo, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano: lecionários (Editora Concórdia).

14/11/2024

Por que os Luteranos confessam e recitam os credos?

Credo Apostólico - Sara Tyson (Luther's Small Catechism, CPH)

Todas as vezes que recitamos o Credo Apostólico, o Credo Niceno ou o Credo Atanasiano, estamos expressando nossa unidade com a igreja primitiva e sua recusa em queimar incenso a César, sua perseguição, seus mártires, suas catacumbas, seu amor radical, seu evangelismo contagiante, seu zelo em ter “opiniões corretas” e prestar um “culto correto”!

(a) Qual a importância de pensar em você e sua igreja como parte da igreja primitiva?

(b) A igreja primitiva sobreviveu à hostilidade cultural muito pior do que qualquer situação vivida pela maioria dos cristãos hoje, e ainda conseguiu converter seus perseguidores. O que isso nos diz sobre as oportunidades para a igreja de hoje?

No tocante ao gnosticismo, embora tenha sido rejeitado de maneira implícita nos credos e pelos teólogos cristãos, essa heresia continua aparecendo em religiões alternativas, na cultura como um todo e até mesmo dentro da igreja.

Para os gnósticos, as pessoas eram seres espirituais, presas em um invólucro físico. A salvação, portanto, não envolvia o perdão dos pecados, já que as ações de uma pessoa neste mundo material pouco importam. Para eles a salvação significava adquirir o conhecimento secreto (gnosis significa “conhecimento”) que permitiria escapar das amarras materiais que prendiam o espírito e, assim, alcançar a verdadeira iluminação espiritual.

Luteranos são muito bons em resistir ao gnosticismo. Damos grande ênfase à criação, a ideia de que o mundo físico e material não é algo que devemos rejeitar ou do qual devemos fugir, mas sim uma boa criação do Pai Todo-Poderoso. Damos grande ênfase à encarnação, ao fato de que Deus se tornou um ser humano de carne e osso em Jesus Cristo. Damos grande ênfase aos sacramentos, ao fato de que Deus usa os elementos físicos e materiais da água, do pão e do vinho para vir até nós e nos levar até Ele. E damos grande ênfase à vocação, ao fato de que Deus atua por meio de nós em nossas vidas comuns e cotidianas para cuidar de todos aqueles que Ele criou.

- Gene Edward Veith Jr. (Embracing Your Lutheran Identity. St. Louis: Concordia Publishing House, 2024. Posição 595-612)

Justiniano, Imperador Cristão e Confessor de Cristo - 14 de novembro

Visão do anjo mostrando um modelo de Hagia Sofia para Justiniano, na ilustração de Herbert Cole (1867–1930), no livro A Child’s Book of Warriors (1912) de William Canton (1845-1926)

“Os governantes, quando crentes, também estarão na Igreja, mas não como autoridades com suas leis e poder exterior, mas como cristãos e irmãos e, por isso, iguais a todos os demais membros da igreja em poder e privilégio, mesmo que sejam príncipes, reis ou imperadores (Mt 23.8; Lc 22.25-26; Gl 3.28)” - C.F.W. Walther (1811-1887), pastor e teólogo.

Justiniano foi imperador do Oriente de 527 a 565 d. C., quando o Império Romano estava em declínio. Com sua formosa e hábil esposa Teodora, devolveu esplendor e majestade à corte bizantina. Durante seu reinado, o Império experimentou um renascimento, devido, em grande parte, à seu ímpeto, inteligência e fortes convicções religiosas. Justiniano também tentou levar unidade a uma igreja dividida. Era um defensor do cristianismo ortodoxo e buscou um acordo entre as partes nas controvérsias cristológicas daquele tempo que estavam debatendo a relação entre as naturezas divina e humana na pessoa de Cristo. O Quinto Concílio Ecumênico de Constantinopla no ano de 533 foi realizado durante o seu reinado e tratou esta controvérsia. Justiniano morreu nos seus oitenta anos, sem ver realizado seu desejo de um império que fosse solidamente cristão e ortodoxo.

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, Pai celestial, por meio da governança de líderes cristãos como o Imperador Justiniano, seu nome é livremente confessado em nossa nação e em todo o mundo. Concede que possamos continuar a escolher líderes fidedignos que lhe servem fielmente em nossa geração e tomar decisões sábias que contribuem para o bem-estar geral do seu povo, através de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. pág. 912); C. F. W. Walther, Die rechte Gestalt einer vom Staate unabhängigen Evangelisch Lutherischen Ortsgemeinde. pág. 8.