“O
Evangelho segundo São Mateus 2. 13-18”
Em
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo!
O
Evangelho de nosso Senhor segundo São Mateus relata como, depois do nascimento
de Jesus em Belém da Judéia, os magos do Oriente – homens que estudavam as
estrelas – chegaram em Jerusalém, a capital dos judeus. Eles lá estavam à
procura de um recém-nacido que era o Rei dos Judeus. Uma estrela havia
anunciado o nascimento deste Rei para eles e agora eles vieram para adorá-lo.
Herodes,
o Grande, era ciumento e maléfico, não permitiria um possível rival para o seu
trono. Ele já havia até assassinado membros de sua própria família por
suspeitar que estavam conspirando contra ele. Por isso, ao saber da intenção e
motivo da vinda dos visitantes do Oriente, Herodes procurou o conselho dos
escribas, os especialistas judeus nos Escritos Sagrados, para descobrir
exatamente onde o Cristo prometido havia nascido. Ele, então, enviou aqueles
homens que estudavam as estrelas para encontrar a criança, e deu a seguinte
ordem: “vão e procurem informações bem
certas do Menino. E, quando o encontrarem, me avisem, para eu também ir
adorá-lo” (São Mateus 2.8).
Não
suspeitando das intenções maliciosas de Herodes, os estudiosos das estrelas
partiram para Belém. “No caminho viram a estrela, a mesma que
tinham visto no Oriente. Ela foi adiante deles e parou acima do lugar onde o
menino estava. Quando viram a estrela, eles ficaram muito alegres e
felizes. Entraram na casa e encontraram
o menino com Maria, a sua mãe. Então se ajoelharam diante dele e o adoraram.
Depois abriram os seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e
mirra. E num sonho Deus os avisou que não voltassem para falar com Herodes. Por
isso voltaram para a sua terra por outro caminho” (São Mateus 2. 9-12).
Após
estes acontecimentos, José foi avisado por Deus para fugir de Belém
rapidamente, pois Herodes queria matar a criança. A Sagrada Família então
partiu para o Egito, onde pode encontrar uma relativa segurança. Enquanto isso,
na Judéia, percebendo que havia sido enganado pelos visitantes do oriente,
Herodes se enfureceu e ordenou que seus soldados entrassem na cidade de Belém e
matassem todos os meninos que encontrassem com dois anos de idade ou menos.
Herodes achava que dentre as crianças mortas, estaria o tal recém-nascido Rei
dos Judeus.
Os
soldados, impiedosamente, cumpriram suas ordens. O Evangelho segundo São Mateus
proclama no sangue inocente derramado em Belém o cumprimento das palavras de
Jeremias: “O Senhor diz: Ouviu-se um som
em Rama, o som de um choro amargo. Era Raquel chorando pelos seus filhos; ela
não quer ser consolada, pois todos estão mortos” (Jeremias 31.15).
Em meio a um episódio tão triste na
história do Natal, em meio aos rios de sangue que homens loucos como Herodes
continuam derramando até os nossos dias, a Igreja Cristã continua a olhar para
esta mesma profecia de Jeremias, e nela encontra conforto, pois apesar deste
primeiro vero triste e desesperador, o profeta continua: “Pare de chorar e enxugue as suas lágrimas. Tudo o que você fez pelos
seus filhos será recompensado; eles voltarão da terra do inimigo. Sou eu, o
SENHOR, quem está falando” (Jeremias 31.16).
Aqui
é necessário dizer que algumas pessoas aproveitam episódios como estes para
questionar Deus e até mesmo dizer que somente para poupar Jesus, Deus permitiu
o massacre de centenas de crianças. Meus irmãos, atos assim não ocorrem por
culpa de Deus e se Filho, e sim, por conta da maldade humana, daqueles que
estão longe do SENHOR. Este não foi o único massacre de inocentes, podemos
lembrar no Antigo Testamento quando Faraó fez o mesmo na época do nascimento de
Moisés, só para que a população de hebreus não crescesse; também podemos citar
um episódio igualmente triste e revoltante que ocorreu nos últimos meses, aqui
mesmo em nosso país, quando um louco ateou fogo em uma creche de Minas Gerais
ocasionando a morte de diversas crianças inocentes. Estas ações não são da
vontade de Deus, mas são reflexos da natureza pecaminosa do ser humano.
No
Evangelho segundo São João, o próprio Jesus diz uma frase que resume um pouco
destes tristes episódios e ao mesmo tempo revela uma palavra de conforto para
aqueles pais e mães que perderam os seus filhos, para todos os familiares de
cristãos através dos séculos que perderam seus entes queridos por causa da Fé e
também para nós em nossos dias: “O ladrão
vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a
tenham em abundância” (São João 10.10).
A
vontade graciosa de Deus fica muito clara no último verso da profecia de
Jeremias: “Há esperança para vocês no
futuro, os seus filhos voltarão para casa. Sou eu, o SENHOR, quem está falando”
(Jeremias 31.17).
Amém!
Rev. Helvécio José Batista Júnior
Ministro
do SENHOR nas Igrejas Luteranas “Bom Pastor” e “Cristo Rei” em Cariacica/ES
No dia
das santas crianças inocentes, 2017 AD