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14/09/2017

Dia da Santa Cruz


Ó fronte ensanguentada! [HL 88]
  1. Ó fronte ensanguentada, / Ferida pela dor, / De espinhos coroada, / Marcada pelo horror! / Ó fronte, outrora ornada / De eterna glória e luz, / Agora desprezada / Adoro-te, Jesus! (Mc 15.16-20; Is 53.3)
  2. Ó rosto glorioso, / Que sempre fez tremer / O mundo poderoso, / Fizeram-te sofrer! / O quanto estás mudado! / O teu sublime olhar, / De tão atormentado, / Não vejo mais brilhar.
  3. O que tens suportado / Foi minha própria dor; / Eu mesmo sou culpado / De tua cruz, Senhor. / Oh! Vê-me, aflito e pobre: / Só ira mereci; / Com tua graça encobre / O mal que cometi! (Is 53.5)
  4. Pertenço ao teu rebanho, / Jesus, meu bom Pastor; / Senhor, favor tamanho / Provém do eterno amor. Do Verbo dos teus lábios / Eu sempre me nutri. / Os pensamentos sábios / Obtenho só de ti.
  5. Momentos de alegria /  E grande bem-estar, / Ó meu divino Guia, / Eu sinto ao meditar / No que por mim fizeste. / A fim de me remir / A própria vida deste. / É bom a ti seguir.
  6. Penhor tão precioso / Me vem da tua cruz! / Por este Dom gracioso / Te louvo, meu Jesus. / Concede fiel me apegue / A ti, no meu final, / E nunca te renegue, / Amigo sem igual. (Cl 1.20)
  7. Quando eu partir um dia, / Comigo vem estar. / Perfeita garantia / Na morte vieste dar. / Que toda a tua angústia / Me livre da aflição: / E o diabo e sua astúcia /Não mais me afligirão.
  8. Consola-me na morte, / Lembrando a tua dor; / És meu escudo forte, / Glorioso Vencedor. / Estando a contemplar-te, / Confiante vou dizer, / Feliz, ao abraçar-te: / Assim é bom morrer! (Ap 21.4)


O Haupt Voll Blut Und Wunden — Paul Gerhardt, 1656. Baseado no latino Salve Caput Cruentatum — Arnulf von Loewen (1200-1250). Melodia: Herzlich Tut Mich Verlangen — Hans Leo Hassler, 1601/ Sacro, Goerlitz, 1613.



14/09/2016

Os próprios do dia da Santa Cruz


Como foi dito no post anterior, temos festas maiores e festas menores e todas elas estão ligadas a obra de Cristo. Cada festa tem uma coleção de textos, orações que chamamos de “Próprios do dia”. Ou seja, é o que especifico daquele dia. Este texto enfatizará os seguintes próprios: Coleta, gradual, verso, prefácio próprio. Além destes próprios ainda temos as leituras específicas do dia e que não serão contempladas neste texto.

Oração/ Coleta
Um dos primeiros próprios do dia é uma pequena oração chamada de coleta. Na Igreja Luterana ou na Igreja Católica Romana é uma das primeiras orações. Normalmente ela vem acompanha pela seguinte saudação: O Senhor seja convosco/ E com o teu Espírito.
Misericordioso Deus, teu Filho, Jesus Cristo, foi levantado na cruz para que pudesse levar os pecados do mundo e atrair todas as pessoas a ti. Concede que nós, que gloriamos na sua morte para a nossa redenção, possamos atender fielmente ao teu chamado para suportar a cruz e seguir a Ele, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.
Esta é a oração mais temática do culto. O primeiro ponto é para quem está oração está sendo dirigida: Misericordioso Deus. Qual é verdade que tal oração destaca? Cristo foi levantado na cruz para levar os pecados do mundo e atrair todas as pessoas. Qual sera a nossa petição? A nossa petição fala em “nós”, mas quem seria este nós? Este nós é respondido dentro da propria oração: “que gloriamos na sua morte para a nossa redenção” Já temos a definição do nós, e temos o pedido: possamos atender fielmente ao teu chamado para suportar a cruz e seguir a Ele. E concluir em nome de Jesus dentro de um context trinitário. Por Jesus já ter sido mencionado no começo da oração, substitui o nome pelo respectivo pronome: Ele, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Gradual
Aprouve a Deus que em Cristo Jesus residisse toda a plenitude, e por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, quer sobre a terra, quer no céu, fazendo a paz pelo sangue da sua CRUZ. Assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna. (Colossenses 1.19-20 e João 3.14b-15)

Verso do dia
O orgulho foi sempre combatido na Bíblia, mas existe um orgulho bom e salutar conforme nos aponta São Paulo em Gálatas 6.14: “Aleluia. Mas eu me orgulharei somente da CRUZ do nosso Senhor Jesus Cristo. Pois, por meio da CRUZ, o mundo está morto para mim, e eu estou morto para o mundo. Aleluia.”

Prefácio próprio
O prefácio próprio é uma oração dentro da celebração da Santa Ceia e começa com a seguinte frase: “É verdadeiramente digno....” O próprio não é uma citação direta da Bíblia, mas com certeza tem verdades importantes. O primeiro é ação de graças a Deus mediante Jesus Cristo: “É verdadeiramente digno, justo e do nosso dever, que em todos os tempos e em todos os lugares te demos graças, ó Senhor, santo Pai, onipotente, eterno Deus, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor,”
Logo em seguida, temos a temática do dia e no dia da Santa Cruz duas temáticas são destacadas:
1.      Cristo conquista a salvação para a humanidade e no lugar onde morte reinava, a salvação conquistada na cruz traz vida: “que no lenho da cruz deu salvação à humanidade, para que que haja novamente vida onde havia morte,”
2.      Comparação entre duas árvores: árvore do jardim e árvore da cruz. Considero, depois dos textos bíblicos, o melhor texto dentro dos própios do dia da Santa Cruz: “e para que a serpente que venceu pela árvore do jardim seja da mesma forma vencida pela árvore da cruz.”
Conclusão: “Portanto, com os anjos e arcanjos e com toda a companhia celeste, louvamos e glorificamos o teu glorioso nome, dizendo” Esta conclusão é maravilhosa e nos coloca dentro do céu, pois, nós juntamos as nossas vozes ao coro celestial (aos anjos, arcanjos e com todos os santos de nosso Senhor Jesus Cristo)  para cantar: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos exércitos....”
Texto do prefácio próprio na integra: “É verdadeiramente digno, justo e do nosso dever, que em todos os tempos e em todos os lugares te demos graças, ó Senhor, santo Pai, onipotente, eterno Deus, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, que no lenho da cruz deu salvação à humanidade, para que que haja novamente vida onde havia morte, e para que a serpente que venceu pela árvore do jardim seja da mesma forma vencida pela árvore da cruz. Portanto, com os anjos e arcanjos e com toda a companhia celeste, louvamos e glorificamos o teu glorioso nome, dizendo:

Estes textos, próprios do dia, juntamente com as leituras específicas do dia, hinos, sermão e demais orações, distinguem um culto de outro. Para concluir, cito novamente o orgulho bom e salutar apontado por São Paulo: Mas eu me orgulharei somente da CRUZ do nosso Senhor Jesus Cristo. Pois, por meio da CRUZ, o mundo está morto para mim, e eu estou morto para o mundo.

Dia da Santa Cruz: 14 de Setembro



O nome de nossa igreja é Igreja Evangélica Luterana do Brasil. E a maioria das pessoas quando pensa numa igreja evangélica, imediatamente, cria um modelo em sua mente. Mas quando chega em muitas igrejas luteranas, aquilo que imaginou se desfaz. O que vê é o pastor usando roupas clericais; no templo cruz ou um crucifixo, velas, etc. Sem contar que outra pergunta pode ser feita: Por que o pastor e alguns membros fazem o sinal da cruz? Não parece muito católico? Estou numa igreja evangélica ou numa igreja católica? Estas são as muitas perguntas que povoam a mente de alguém que vai pela primeira vez numa igreja luterana.

 Por que celebrar o dia da Santa Cruz? 
Esta comemoração começa no ano 320 com a descoberta da verdadeira cruz na qual Jesus foi crucificado. Se isto é verdade ou não, isto não tem a menor importância, pois, celebramos aquilo que Jesus Cristo fez por ti e por mim na cruz. Todos nós já ouvimos falar dos carnavais fora de época. Na verdade, estes carnavais são simplesmente desculpas para ter o carnaval deslocado do seu tempo. Creio que a mesma ideia poder ser aplicado para a celebração do dia da Santa Cruz, pois, este dia é uma bonita desculpa para ser celebrar a sexta-feira santa deslocada do seu tempo certo.

Por que chamar Santa Cruz? 
A resposta é simples e começo a resposta com uma pergunta: Por que chamamos a sexta-feira antes da Páscoa de Sexta-feira Santa? Alguns tem o costume de chamar de sexta-feira maior. A resposta para estas duas perguntas segue a mesma lógica. Se isolarmos o que aconteceu na sexta-feira santa, simplesmente a terrível morte de um homem, diríamos que foi uma sexta-feira trágica, mas não estamos falando de uma pessoa qualquer, mas sim de Jesus, verdadeiro filho de Deus e verdadeiro homem, que morreu para dar o perdão dos pecados, salvação e vida eterna. É sexta-feira santa porque lembramos que Cristo morreu para te salvar e para me salvar.
A Cruz é lugar de maldição e instrumento de tortura. No entanto, quando Cristo usou a cruz, ele ganhou para nós todas as bênçãos. A cruz tornou-se o objeto pelo qual Cristo trouxe salvação. E não foi o único objeto que Deus usou para trazer salvação. Em Números, Moisés construiu uma serpente de bronze para que povo fosse curado. Estes objetos que Deus usa para trazer a salvação não as coisas mais importantes, mas sim o que Deus disse, a sua promessa atrelada a estes objetos. A serpente tinha uma promessa feita por Deus: olhe e será sarado.
No Evangelho de João 3.14-15 cita Moisés levantando esta serpente no deserto e Jesus sendo levantado na cruz: “E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, 15 para que todo o que nele crê tenha a vida eterna.”

Alguns podem alegar, mas pastor o crucifixo é algo da Igreja Católica Apostólica Romana e que as igrejas evangélicas não deveriam usar.
Sério, este é o argumento? Eu não acredito nesta explicação, porque Paulo diz que nós pregamos a Cristo crucificado. Em Gálatas 3.1, Paulo está chamando atenção do povo daquela cidade que estava deixando de confiar na obra de Jesus para confiar nas suas obras, confiar neles mesmos. E apóstolo Paulo, na tentativa de fortalecer a fé, diz que pregou tanto sobre a crucificação de Jesus que vai afirmar que eles viram Jesus na cruz: “Ó gálatas sem juízo! Quem foi que enfeitiçou vocês? Na minha pregação a vocês eu fiz uma descrição perfeita da morte de Jesus Cristo na cruz; por assim dizer, vocês viram Jesus na cruz.
Em Gálatas 6.14, Paulo diz para eles: além de vocês se afastarem da fé em Jesus e confiarem em vocês mesmos, vocês querem se orgulhar disso? Existe um orgulho santo, justo, bom e necessário e o São Paulo aponta para a cruz de Cristo: “ Mas eu me orgulharei somente da cruz do nosso Senhor Jesus Cristo. Pois, por meio da cruz, o mundo está morto para mim, e eu estou morto para o mundo.”A cruz, mas especialmente o crucifixo, apontam para o aspecto visual de nossa salvação. A única função destes objetos é trazer a nossa memória aquilo que Jesus fez por nós

Quando o crucifixo ou cruz torna-se um problema
O único problema do crucifixo e da cruz não está nestes objetos em si, mas o próprio ser humano que podem transformar estes objetos em um amuleto mágico. A cruz ou crucifixo fora da obra de Cristo não é nada. Eles não têm poder algum.

A negação do crucifixo: onde está o problema
Mas tem um problema bem mais grave do que simplesmente negar estes objetos por ser uma prática Católica Romana. Creio que o principal problema de negar a cruz, especialmente o crucifixo, é não entender a obra de Cristo na cruz. Assim como o povo na época de Jesus queria um Messias todo poderoso com exércitos, assim também querem um Jesus que eles mesmo criaram. Querem um Jesus que dê muita prosperidade, pois sou filho do rei. Quero um Jesus todo poderoso que me dê tudo: Deus eu exijo cura; eu ministro a prospreridade; eu exijo.... exijo. E para concluir toda está lista de exigências, coloca o abracada evangélico: Em nome de Jesus. Alguns criam amuletos com a cruz ou com crucifixo. Já outros usam o nome de Jesus como palavra mágica ou como amuleto.
Olhar para cruz, especialmente o crucifixo, e ver Jesus com semblante de dor, ah isto não, definitivamente, não, isto não é para mim. Este não é o Jesus todo-poderoso que desejo. Tem uma canção que apresenta muito bem está negação dos sofrimentos de Cristo: Ao ver as gravuras dos quadros pintados/ Daquilo que dizem ser o meu Senhor / Meu ser não aceita o que está na tela / É falsa inspiração do pintor / Não creio, não creio num Cristo vencido / Cheio de amargura, semblante de dor/ Eu creio num Cristo de rosto alegre / Eu creio no Cristo que é vencedor.
Cristo teve momentos alegres, momentos tristes, momentos que chorou. E na crucificação, foi um homem de dores, não somente pela dor física, mas porque pesava sobre ele os pecados de todos nós. Não creio, não creio num Cristo vencido. Eu também não creio num Cristo vencido. Creio num Cristo que em todo momento foi vencedor, seja quando fazia grandes milagres, quando curava, quando ressuscitava, quando multiplicava os pães. Mas Cristo continuou vitorioso quando aguentou toda dor e sofrimento na cruz. O nosso salvador na cruz não foi derrotado, mas foi vencedor. E no evangelho de hoje, o próprio Cristo aponta a cruz como momento de sua glorificação: 23 É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem. 24 Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto. 32 E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo. 33 Isto dizia, significando de que gênero de morte estava para morrer. (João 12.20-33)

Por que celebrar o dia Santa Cruz? 
Celebrar este dia por aquilo que Cristo fez por ti e por mim na Cruz. Concluo esta mensagem com a primeira e a terceira estrofe do Hino 80 de nosso hinário: 1) Eu vejo aquela cruz/ na qual o meu Jesus/ por mim foi pendurado, / levando o meu pecado. / Sua angustiosa morte/ mudou a minha sorte.  3) Eu vejo aquela cruz, / envolta em grande luz, / pois nela, vitorioso, / Jesus o Herói glorioso, / venceu pecado inferno e deu-me o lar eterno. Amém.