27/08/2022

Décimo Segundo Domingo após Pentecostes - Ano C - Próprio 17

Cristo cura um hidrópico no sábado, por Virgilius Solis (1524-1562), Rijksmuseum

💒 DÉCIMO SEGUNDO DOMINGO APÓS PENTECOSTES - Ano C - Próprio 17

👑 Salmo 131

1️⃣ 1ª Leitura: Provérbios 25.2-10

2️⃣ 2ª Leitura: Hebreus 13.1-17

✝️ Evangelho: Lucas 14.1-14

🪔 Diante de reis, autoridades e líderes, não devemos pensar que somos melhores do que realmente somos. Antes, devemos nos considerar humildes servos, preparados para esperar e receber gestos de graça, hospitalidade e sabedoria (Pv 25.2-10). Assim, o amor divino permeia nossas ações; a palavra divina nos conduz à verdade; o contentamento divino refreia nossa propensão à avareza (Hb 13.1-17). O perdão divino aniquila as consequências do pecado. Sem mérito, recebemos a graça de Cristo – graça que nos convida para a sua festa do perdão (Lc 14.1-14).

📖 Lutero escreveu: "Cuidemos com a palavra 'sacrifício', para que não pretendamos dar algo a Deus, quando é Deus quem nos dá todas as coisas nele. Devemos fazer sacrifícios espirituais. Que haveremos de ofertar? A nós mesmos e tudo o que temos com oração aplicada, como quando dizemos: 'Seja feita tua vontade assim na terra como no céu.' Com isto devemos nos oferecer à vontade divina, a fim de que ele faça de nós o que quer segundo sua boa vontade divina, oferecendo-lhe ainda louvor e gratidão de todo o coração por sua inenarrável doce graça e misericórdia." (Um Sermão a respeito do Novo Testamento, Isto É, a respeito da Santa Missa, 1520 - Obras Selecionadas de Lutero, vol. 2)

💟 Versículo para memorizar: "Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre." (Hb 13.8)

🙏 Oremos: Ó Senhor, abre a boca dos teus humildes servos para proferirem teu louvor e confessarem o teu nome. Concede-nos coração humildes, para nos enxergarmos como tu nos enxergas e queiramos mais servir do que sermos servidos. Amém.

🎵 Louvemos

Rendemos graças, ó Senhor,
por teu socorro ao pecador.
Perdoa a nossa transgressão,
e dá-nos sempre proteção.

- Nikolaus Selnecker, 1572 - Hinário Luterano, 343.1

23/08/2022

SÃO POUCOS OS QUE SÃO SALVOS?

 


O Evangelho de nosso Senhor segundo S. Lucas 13: 22-30


Senhor, são poucos os que são salvos?” (S. Lucas 13:23). O Evangelista Lucas não informa a identidade de quem fez esta pergunta a Jesus, porém, há de se admitir: é uma ótima pergunta.

 

Jesus Cristo, entretanto, não dá uma resposta direta à essa pergunta. Mas, também não a deixa no vácuo. Na verdade, ao invés de apenas dizer um “sim” ou “não” e assim focar estritamente no fato de se os salvos são muitos ou poucos, ele prefere apontar para o “caminho da salvação” e falar daquele que “salva” e que também “condena”.

 

Para tanto, Jesus inicia sua resposta com uma exortação, não somente ao que lhe fez a pergunta, mas a todos que ali estavam junto dele: “Esforcem-se por entrar pela porta estreita! Pois eu afirmo a vocês que muitos procurarão entrar, mas não conseguirão” (S. Lucas 13:24).

 

Em um primeiro momento, podemos ouvir estas palavras de Jesus e achar que, de alguma forma, ele esteja ensinando que a salvação venha a nós por nossas próprias obras. Afinal, sua exortação fala de “esforço, luta, batalha” para assim “entrar por uma porta que estreita”.

 

No entanto, quando observamos com mais atenção o contexto onde essa resposta de Jesus está inserida, especialmente todo o capítulo 13 do Evangelho segundo S. Lucas, percebemos que há um ensino constante da parte de Jesus que percorre todos os seus versos.

 

Perceba, por exemplo, que na parte final do capítulo 12 Jesus falou muito a respeito do fim dos tempos e da incredulidade de muitos diante de sua Pessoa e Obra. Agora, no capítulo 13, ele passa a mostrar a grande necessidade do arrependimento e da fé verdadeira para que se esteja preparado para o Dia do Senhor.

 

Seja por meio do uso de incidentes históricos ou por meio de parábolas, em todo o capítulo 13 do Evangelho segundo S. Lucas temos Jesus ecoando as mesmas palavras que ele havia dito em sua primeiro pregação: “Arrependam-se dos seus pecados e creiam no Evangelho, porque o Reino de Deus está perto” (S. Marcos 1:15).

 

Infelizmente, muitos naquele tempo taparam os seus ouvidos para Pregação de nosso Senhor. Hoje não é diferente: muitos até o escutam falar, mas não guardam suas palavras em seus corações. Outros, até chegam a ter algum tipo de comunhão com ele, mas escolhem o rejeitar, mesmo ele realizando todo o necessário para ir ao encontro, preparar o banquete e servir todo o alimento.

 

Por quê? Porque ele anuncia a mensagem de Deus! Uma mensagem de “Arrependimento e Fé”, uma mensagem que é “única”, que não aceita “meio termo”, e que não dá espaço para outras formas de “ser salvo”. É uma linda mensagem, sem dúvida. Mas é uma mensagem difícil para o coração humano, manchado e corrompido pelo pecado.

 

É em meio a tudo isso que Jesus, ao ser perguntado: “São poucos os que são salvos?” Diz: “Esforcem-se por estar pela porta estreita!”.

 

Ele sabe que muitos oferecem caminhos que são, humanamente falando, mais atrativos. “Os que fazem parte desta nação serão salvos”. Ou: “aqueles que obedecem a essas regras morais serão salvos”. Ou ainda: “todos os que fizerem por merecer serão salvos”.

 

Talvez ao nosso redor esses caminhos sejam outros ou tenham outras faces: pode ser o “moralismo” que ensina a perfeição moral para se obter a salvação, ou a “especulação” que coloca em nossa capacidade o alcance da salvação, ou ainda o “misticismo” que nos leva a creditar que podemos chegar a uma experiência que nos garanta a salvação.

 

Sejam quaisquer caminhos, todos trazem o mesmo perigo: “o foco é o ser humano e sua força”, “o foco é você e a sua próprio obra”.

 

E cuidado, pois como disse antes, estes caminhos são atrativos para nós. Pois, não é fato que nós “tomar as rédeas da situação”, de “resolver por nós mesmos”, de “fazer por merecer”? Eu sei que em várias esferas de nossa vida estas até podem ser boas atitudes, porém, no que diz respeito a salvação, lembremos: somos totalmente incapazes.

 

Agora, me responda: É fácil admitir isso? Não! Por nós mesmos, na verdade, é impossível. Sem o Espírito Santo isso é algo inatingível.  Por isso, quando a cada início do Culto Divino, nós confessamos diante do Senhor: “nós, pobres e miseráveis pecadores”, estamos ali lutando contra nós mesmos, ou melhor, o Espírito Santo está lutando contra nossa natureza pecaminosa. Pois, sem dúvida, reconhecer diante de Deus e de outros irmãos que somos pessoas “pecaminosas e impuras” e não perfeitas e plenas é um “esforço” tremendo, divino.

 

Esforço”. Como exorta Jesus: “Esforcem-se por entrar pela porta estreita!” Afinal, não são todos os caminhos que levam a Deus. Há somente um “único Caminho!” (S. João 14:6). E é por isso, que a “porta é estreita”. Porque por ela, somente em “Arrependimento e Fé”.

 

A “porta”, portanto, que nos fala Jesus é em última análise, ele próprio. Pois aquele que nele está, isto é, enraizado e edificado em sua Palavra e em seus Sacramentos, é alguém que vive, mesmo em sua constante luta contra si mesmo, uma vida de “Arrependimento e Fé”. Porém, aquele que não está nele ou não permanece nele até o fim, também não estará para sempre no Reino de Deus.

 

E por favor, não ache que agora para permanecer nele você precise criar os mecanismo para tal. Não mesmo, como eu disse antes, “estar em Cristo é estar firmado em sua Palavra e em seus Sacramentos”, e estes – que são os Meios da Graça de Deus – o próprio Cristo instituiu para você. Ele lhe dá o Santo Batismo, a Santa Absolvição, a Santa Ceia,  e também a Pregação e o Ensino de sua Palavra por meio de sua Igreja e do Santo Ministério. Portanto, o que é necessário para você permanecer nele até o fim e passar pela “porta estreita” são obras dele!

 

Senhor, são poucos os que são salvos?” O número exato Jesus não dá, mas em seu ensino, ele diz duas coisas muito importantes:

 

Quando o dono da casa tiver levantado e fechado a porta, e os do lado de fora, começarem a bater, dizendo: ‘Senhor, abra a porta para nós’, ele responderá: ‘Não sei de onde vocês são. Afastem-se de mim, vocês todos que praticam o mal’. Ali haverá choro e ranger de dentes” (S. Lucas 13: 25-28). Ou seja, muitos não serão salvos. Muitos por não estarem em Cristo, terão como recompensa o “choro e o ranger de dentes”, como a Epístola de hoje nos diz que ocorreu, por exemplo, com Esaú que “foi rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento” (Hebreus 12:17).

 

Porém, “com Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas no Reino de Deus, também haverá muitos que virão do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus” (S. Lucas 13: 28-29). Isto é, de todos os lugares haverá salvos, “de todas as nações e línguas; pessoas virão e contemplarão a Glória do Senhor” (Isaías 66:18), como ele disse por meio do Profeta Isaías. Afinal, todos aqueles que vivem uma vida de “arrependimento e fé”, firmados em “Cristo” por meio de sua “Palavra e Sacramentos” estarão um dia, como também descreve a Epístola de hoje, no “monte Sião e na cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, junto a milhares de anjos; na assembleia festiva, que é a igreja dos primogênitos arrolados nos céus” (Hebreus 12: 22-23).

 

Que junto a estes, estejamos todos nós, ao passar pela porta estreita, “diante do Senhor, nos novos céus e nova terra, adorando-o para todo o sempre!” (Isaías 66: 22-23).

 

Amém!

Rev. Helvécio J. Batista Jr.

Naviraí/MS – Agosto, 2022 AD

Contatos
Instagram: @rev_helveciojr
E-mail: rev.helveciojr@gmail.com


20/08/2022

Décimo Primeiro Domingo após Pentecostes - Ano C - Próprio 16

O caminho largo e o caminho estreito,
 por Jan Luyken (1649-1712)

💒 DÉCIMO PRIMEIRO DOMINGO APÓS PENTECOSTES - Ano C - Próprio 16

🪔 O Senhor faz novas todas as coisas e também haverá de fazer novos céus e a nova terra (Is 66.18-23). Neste mundo lutamos contra o pecado, mas o sangue de Jesus aspergido traz absolvição. Nos rebelamos como filhos e filhas, mas o Senhor disciplina e ama. O castigo é temporal, porém o fruto de justiça e paz é eterno. Somos herdeiros de um novo paradoxo: merecemos a rejeição, mas em Cristo herdamos a bênção de seu divino favor (Hb 12.4-29). Para os que creem não haverá choro nem ranger de dentes. Mas no reino de Deus, línguas e corações cheios de fé farão parte da ardente confissão e adoração de Jesus (Lc 13.22-30). As pessoas podem entrar no reino de Deus somente por meio da fé em Jesus. Além disso, o tempo para cada ser humano e para todo o mundo está acabando, e logo a porta será fechada. Por essa razão, o Senhor conclama a todos, sem exceção, que venham para o grande banquete de casamento de seu Filho. O convite é gratuito e urgente.

👑 Salmo 50.1-15

1️⃣ 1ª Leitura: Isaías 66.18-23

2️⃣ 2ª Leitura: Hebreus 12.4-24(25-29)

✝️ Evangelho: Lucas 13.22-30

📖 Lutero escreveu:

"A morte é uma despedida deste mundo e de todos os seus afazeres... Aí inicia a porta estreita, o caminho apertado para a vida, por onde cada um deve se aventurar com bom ânimo, pois o caminho é, por certo, muito estreito, mas não é longo. Ocorre neste caso o mesmo que acontece quando uma criança nasce, com perigo e temores, da pequena moradia do ventre de sua mãe para vir a este mundo. Da mesma forma o ser humano sai desta vida pela porta estreita da morte... E por isso que a morte dos queridos santos é chamada de novo nascimento... Devemos livrar-nos do medo e saber que, depois, haverá muito espaço e alegria." (Um Sermão sobre a Preparação para a Morte, 1519 - Obras Selecionadas de Lutero, vol. 1)

💟 Versículo para memorizar:

"Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás" (Sl 50.15)

🙏 Oremos:

Santo Jesus, santifica-me e purifica-me de toda impureza. Apaga a minha paixão pelo pecado e concede-me a herança da vida eterna. Amém.

🎵 Louvemos:

Vem a Cristo, vem agora,
carregado, como estás.
Dele só e sem demora
o perdão conseguirás.

Crê no Salvador clemente,
que na cruz por ti morreu.
Nunca nega a quem for crente
a mansão feliz do céu.

O seu sangue derramado
tua culpa exterminou;
tendo a ti justificado,
vida eterna te outorgou.

Na bendita eternidade
preparou o teu lugar;
lá recebe com bondade
ao que nele confiar.

- Edward Payson Hammond (1831-1910) - Hinário Luterano, 364.1-4


18/08/2022

A MULHER VESTIDA DE SOL

 


Uma breve reflexão em Apocalipse 12

Quem é esta “mulher vestida de sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça”? (Apocalipse 12:1). E o que ela simboliza?

 

            Para responder a estas questões precisamos, antes de qualquer coisa, olhar como se encerrou o capítulo anterior. E Apocalipse 11, em seu último verso traz a seguinte afirmação: “Abriu-se, então, o santuário de Deus, que se acha no céu, e foi vista a Arca da sua Aliança no seu Santuário” (Apocalipse 11:19).

 

Na sequência desta visão da “Arca da Aliança no Santuário de Deus”, o Apóstolo João, diz: “Viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida de sol” (Apocalipse 12:1). Com base nessa estrutura, questionamos: Que conexão há entre essas duas visões? E meus queridos irmãos, apesar de num primeiro momento não parecer, a resposta para isso é bastante simples, porém, muito significativa!

 

            Uma boa forma de compreendermos a simbologia em Apocalipse é conhecendo bem o Antigo Testamento, e aqui, ele mais uma vez nos fornece um grande auxílio.

 

O que era a Arca da Aliança no Antigo Testamento? Ora, era um Meio da Presença do Senhor junto ao seu povo, visto que através dela “Deus se fazia presente e falava à Israel” (Êxodo 25:22). Assim, quando Moisés entrava na tenda do encontro, ele ouvia a voz do Senhor, que lhe falava de cima do propiciatório, que está sobre a arca da aliança entre os dois querubins!” (Números 7:89).

 

Então, quer dizer que a Arca em si era um objeto tão sagrado que fazia acontecer a Presença de Deus? Não era bem assim! Na verdade, o que tornava a Arca da Aliança tão santa não era ela própria, mas sim o que ela carregava: “A Palavra de Deus em tábuas de pedra” (Êxodo 25: 16 e 21), “o Maná que milagrosamente veio do Céu” (Êxodo 16:34) e “o Cajado do sumo sacerdote Arão que floresceu” (Números 17: 1-13).

 

Mas, o que tudo isso tem a ver com a “mulher” que aparece em  Apocalipse 12? Pois bem, observe primeiramente que ela não está apenas “vestida de sol”, ela também “estava grávida” (Apocalipse 12:2), e havia um “dragão” (Apocalipse 12:3) – que nós sabemos que em Apocalipse é uma imagem para a antiga serpente, Satanás – querendo “devorar o filho dela quando nascesse” (Apocalipse 12:4).

 

E quem seria esse filho? O Apóstolo o descreve como “um filho homem, que há de governar todas as nações, e que foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono” (Apocalipse 12:5). Ou seja, o “Filho” dessa mulher é “Homem”, é o “Rei sobre tudo” e está “junto de Deus, em seu próprio Trono”, um lugar reservado somente para Deus.

 

Ora, quem é o único nas Sagradas Escrituras que é chamado “Filho”, que é “Rei sobre tudo” e que mesmo sendo “verdadeiro Homem” também é “verdadeiro Deus”? Isso mesmo: Jesus Cristo! Portanto, se o filho é Jesus, a mulher só pode ser a Virgem Maria.

 

Agora que está claro que esta “mulher” em Apocalipse 12 é a abençoada Virgem Maria, fica fácil compreender sua relação com a “Arca da Aliança” da qual falamos anteriormente.

 

Vejam: A Arca da Aliança carregava a Palavra de Deus escrita em pedras; a Virgem Maria trazia em seu ventre a Palavra de Deus que se fez carne. Na Arca da Aliança havia o Maná que veio do céu; a Virgem Maria deu à luz ao Pão Vivo que desce do céu. A Arca da Aliança continha o cajado do sumo sacerdote Arão; a Virgem Maria foi a mãe de Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote para todo o sempre!

 

Essas relações que aparecem entre a “Arca da Aliança” e a “Mulher” aqui de Apocalipse 12 revelam algo muito importante para nós: a Virgem Maria é sim, abençoada, sagrada e santa como foi a Arca da Aliança. Porém, nada disso ela obteve por si mesma. Na verdade, o que a fez ser uma mulher especial foi “aquele que ela carregou em seu ventre”. Ou seja, o foco principal da história de Maria, da Arca da Aliança e aqui de Apocalipse 12 é Jesus Cristo! Afinal, o objetivo desse capítulo é falar sobre a “Encarnação do Verbo”, o “nascimento do Filho de Deus” e, a partir disso, revelar como sua Igreja vem sendo perseguida e atacada pelo inimigo.

 

Mas, onde está a Igreja nisso tudo? Ora, esta “Mulher” que aqui aparece é descrita como “vestida de sol”, justamente para indicar que ela está “revestida de Cristo”, pois ele é o “Sol da Justiça”, como muito bem destacado pelo profeta Malaquias (Malaquias 4:3).

 

Esta “mulher”, no entanto, não simboliza somente a Virgem Maria! Ela simboliza também algo a mais, e as “12 estrelas em sua cabeça” (Apocalipse 12:1) ajuda a perceber isso. Afinal, o número 12 em Apocalipse sempre lembra o povo de Deus e estrelas normalmente são uma referência aos Ministros do Senhor.

 

Portanto, a figura desta “mulher” também está atrelada a Igreja de Cristo, e isso até porque, mesmo tendo tido a honra de ser “a mãe do Filho de Deus”, a Virgem Maria também era uma “serva do Senhor”, uma “seguidora de seu Filho”, que confiava nele como sendo “o seu Salvador”. Deste modo, ela já prefigura a imagem da “Igreja Cristã”, isto é, de “todos aqueles que fazem parte do Corpo de Cristo, e por isso também são revestidos pelo Sol da Justiça”.

 

E a Igreja, assim como ocorreu com a Virgem Maria, é constantemente perseguida e atacada pelo Inimigo. Porém, há um detalhe muito importante a respeito disso: Os que são revestidos de Cristo são protegidos por Deus. Isto é, “aqueles que guardam os seus mandamentos e têm o testemunho de Jesus em suas vidas” (Apocalipse 12:17), podem sofrer, e de fato, irão sofrer, porém, em Cristo, serão “mais que vencedores”, pois ele luta e vence pelos seus!

 

            Hoje, como Igreja nós, revestidos de Cristo por meio do Santo Batismo, carregamos e somos reunidos ao redor do mesmo que havia na Arca da Aliança e do ventre de Maria: A Palavra, o Sacramento e o Ministério Pastoral. Enquanto essas coisas foram o principal em nossa vida e em nossa Congregação, então poderemos  ter a mesma certeza que teve a Virgem Maria: “Aqui está a serva do Senhor”, e também a mesma certeza que teve o povo de Israel no Antigo Testamento: “O Senhor está no meio de nós!”.

 

E como Apocalipse 12 nos leva para esta dupla simbologia, falando da Vigem Maria, mas também da Igreja de Cristo como um todo, nada melhor do que nesta semana em que lembramos o dia da Mãe de nosso Senhor, seguirmos a boa tradição que temos por herança e orarmos como Igreja, como Corpo de Cristo, da mesma forma que um dia a abençoada Virgem Maria orou: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador!” (S. Lucas 1:46)

 

Amém!

Rev. Helvécio J. Batista Jr.
Ministro do Senhor na Igreja Luterana em Naviraí/MS - Agosto, 2022 AD

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15/08/2022

Santa Maria, Mãe de Nosso Senhor (15 de agosto)

A festividade litúrgica de 15 de agosto remonta à uma antiga celebração estabelecida pelo imperador bizantino Maurício (582-602 d.C.), a Dormição de Maria, que comemora o “adormecer” ou morte de Maria. Já no início do século V, o dia 15 de agosto era chamado de "dia de Maria, a Mãe de Deus" numa Antologia Armênia.

Embora os evangelhos não falem sobre o fim da vida de Maria, existe uma antiga tradição patrística a tal respeito, fortalecendo a fé dos crentes de que, assim como nem o túmulo nem a morte prevaleceram sobre Maria, assim também receberão a glória da vida eterna.

A Igreja Luterana, assim como a Igreja Ortodoxa, não compartilha o recente "dogma" romano da Assunção de Maria, que até meados do séc. XX não era professado oficialmente até pela própria Igreja Romana (o Papa Pio XII definiu o dogma da Assunção em 1950).

Em virtude de sua tradição latina ocidental, muitos dos primeiros pais luteranos, bem como diversos calendários litúrgicos do início do luteranismo, celebravam o dia 15 de agosto como a Assunção de Maria, embora reconhecessem nisso uma especulação e não um dogma. Nesta questão, as próprias crenças de Martinho Lutero acerca da Assunção ou Imaculada Conceição são ainda hoje um assunto de debate acadêmico. No entanto, outros pais do luteranismo celebravam este dia como a Dormição da Bem-Aventurada Virgem Maria, honrando a data tradicional de seu adormecimento no Senhor, com base na obra salvadora de seu santo Filho, o qual ela mesma confessou como “Deus meu Salvador”. Agora, luteranos jamais afirmam dogmaticamente que o corpo de Maria foi recebido no céu de maneira extraordinária. 

A Igreja Luterana observa ainda outras festividades relacionadas à Virgem Maria: Purificação de Maria e Apresentação do Senhor (2 de fevereiro), Anunciação de Nosso Senhor (25 de março), Visitação (31 de maio). Luteranos celebram estas datas como festas da Encarnação, confessando, de acordo com o Terceiro Concílio Ecumênico de Éfeso (431 d.C.), que Maria era a Θεοτόκος (Theotokos), a portadora de Deus,  e que Jesus Cristo foi concebido pelo Espírito Santo e nasceu da Virgem Maria como verdadeiro Deus e verdadeiro homem. 

Os Evangelhos e o Livro de Atos registram a presença de Maria em todos os eventos importantes da vida de seu Filho: na anunciação do Arcanjo de que ela daria à luz o Messias; na sua visitação a Isabel, mãe de São João Batista; na natividade de Nosso Senhor; nas visitas dos pastores e dos magos; na apresentação do Menino Jesus no templo segundo a Lei; na fuga para o Egito; na visita pascal a Jerusalém quando Jesus tinha doze anos; nas bodas de Caná da Galileia; na crucificação de seu Filho Jesus; na reunião dos Apóstolos no cenáculo depois da Ascensão, à espera do Espírito prometido. 

Para os cristãos, Maria representa os melhores ideais de pureza e obediência à vontade de Deus e permanece como um grande exemplo e modelo de fé na medida em que ela confiou na Palavra de Deus  e foi leal a Jesus mesmo quando não o compreendia completamente. Maria tem sido importante para a devoção cristã ao longo dos séculos porque nela, a portadora de Deus, é vista uma representação da própria Igreja.

Vitral na Igreja Luterana Santa Maria em Tomsk, Rússia

PAZ OU DIVISÃO?



O Evangelho de nosso Senhor segundo S. Lucas 12: 49-53

 

            Em nome do Pai e do + Filho e do Espírito Santo!

            O Evangelho de nosso Senhor para este Domingo em que lembramos o “Dia dos Pais”, pode soar estranho aos nossos ouvidos. Afinal, Jesus categoricamente afirma: “Vocês pensam que vim para dar paz à terra? Eu afirmo a vocês que não; pelo contrário, vim para trazer divisão. Estarão divididos: pai contra filho, filho contra pai; mãe contra filha, filha contra mãe; sogra contra nora e nora contra sogra” (S. Lucas 12: 51 e 53).
 
            Sem dúvida alguma, ao ouvirmos estas palavras, prontamente questionamos: Jesus “não veio dar paz a terra”? Mas os anjos, por ocasião de seu nascimento, não disseram: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra entre os homens”? Nós mesmos cantamos isso agora pouco. E outra: Jesus veio “trazer divisão”? “Pai contra filho, filho contra pai”? Como assim? Ele clamou em sua oração sacerdotal para “que todos sejamos um”. Será Jesus está se contradizendo no Evangelho para hoje ou, quem sabe, mudou de opinião?
 
            Estas afirmações de nosso Senhor nos fazem ficar um tanto quanto perdidos e até incomodados. Entretanto, o que ele diz, conforme o Evangelho segundo S. Lucas 12 não contradiz com o restante das Sagradas Escrituras. Pelo contrário, até ajuda para que possamos compreender melhor a sua Obra em nosso favor.
 
            Apesar de ser estranha e até incomodar, essa afirmação de Jesus é verídica. Afinal, mesmo sendo ele o “Príncipe da Paz”, sua vinda, seu Ensino e sua Obra Redentora na Cruz trazem divisão. Não porque este fosse o seu objetivo. Mas sim, pelo fato de que esta é a consequência natural de suas Palavras e de seus Atos.
 
            O propósito da vinda de Cristo é a comunhão, ou melhor, a “reconciliação do ser humano com o Pai”, e desse forma, tudo o que ele realizou tem por objetivo final levar o ser humano “à Paz com Deus”. Porém, o ser humano, desde a Queda em Pecado, é “por natureza um ser pecador e inclinado ao mal”. E por causa disso, “não há verdadeiro amor e temor a Deus em seu coração”. Jesus Cristo, conhecendo perfeitamente essa condição do ser humano, constata que a sua Vinda, sua Pessoa e sua Obra não serão bem recebidas, e por causa disso, sua Presença neste mundo – mesmo sendo para conceder reconciliação e paz com Deus – causará divisão. Divisão em povos, divisão em religiões e até mesmo divisão na família.
 
            O pecado, a incredulidade e a dureza do coração humano fazem com que a Misericordiosa Presença do Salvador entre nós seja motivo não de paz, mas sim, de divisão. Afinal, a recusa de muitos em relação a quem Jesus verdadeiramente é, e qual é a sua missão, faz com que a paz e a unidade sejam desejos impossíveis para nós alcançarmos.
 
            Infelizmente, essa triste realidade atinge até mesmo nossos relacionamentos com aquelas pessoas mais próximas de nós. Pois em nosso próprio lar pode haver “aquele que confia no Senhor Jesus como seu único e suficiente Salvador” e “aquele que não vê importância nisso, ou que acredita que qualquer tipo de senhor serve ou que qualquer caminho que seja bom aos nossos olhos leva à um futuro bom”.
 
            As Sagradas Escrituras deixam bem claro que as coisas não são assim. O próprio Jesus Cristo certa vez afirmou: “Eu sou o Caminho! Eu sou a Verdade! Eu sou a Vida!” Ou seja, “não existem caminhos, não existem verdades, não existem vidas”. E vocês sabem como isso, especialmente nos dias de hoje, é politicamente incorreto. Mas Jesus não está preocupado com isso. O desejo gracioso de seu coração é “que todos cheguem ao pleno conhecimento da verdade e sejam salvos”. Mesmo que para tanto, ele precise dizer coisas que não agradam muito aos nossos ouvidos. É por isso que ele, não tendo papas na língua, diz: “Eu vim trazer divisão: pai contra filho, filho contra pai!”.
 
            E meus irmãos, vamos ser honestos com a realidade sobre nós mesmos e que está ao nosso redor: “Quantas família estão divididas por divergências a respeito da Fé. Quantos pais cristãos sofrem ao ver seus filhos virarem as costas para Jesus e para sua Igreja; quantos desses pais veem seus filhos abandonando a Fé que lhes foi dada através do Santo Batismo para viverem uma vida conforme a sua própria vontade, ignorando a Vontade de Deus? De igual modo, quantos filhos cristãos sofrem por não terem um pai que os conduza pelo Caminho do Senhor; quantos desses filhos veem seus pais, que deveriam ser exemplos, agirem de modo reprovável, rejeitando o Senhor e sua Palavra, e ainda negligenciando a ação de Deus?
 
            Essa realidade cruel, porém, verdadeira, gera uma única coisa: divisão! E isso é triste! Não é algo para se comemorar ou engrandecer. Pois aqueles que negam Jesus Cristo como sendo o “único Caminho, a única Verdade e a única Vida”, estão rejeitando o “Batismo pelo qual ele teve de passar por nós”, isto é, “seu sofrimento, sua morte e sua ressurreição”. Portanto, estes que viram as costas para o Senhor, para sua Obra e para a sua Palavra não poderão estar eternamente unidos com aqueles que serão salvos, pois o destino deste que negam o Salvador Jesus é somente um: a Condenação Eterna!
 
            Por este motivo, o Evangelho de hoje, mesmo sendo duro e difícil de se ouvir, torna-se muito propício até mesmo para comemorarmos o “Dia dos Pais”. Afinal, ele desperta em nós a urgência de estarmos firmados e enraizados em Cristo Jesus e a necessidade de compartilharmos este Senhor para todos ao nosso redor, especialmente os mais próximos e que tanto amamos. É isto, por exemplo, o que nós ouvimos da Epístola aos Hebreus agora pouco: “A Fé verdadeira, criada e dada pelo Senhor, é passada de pai para filho, de família a família, de povo a povo” (Hebreus 11: 17-29).
 
            Eu não quero estar no meio do “fogo que o Senhor Jesus lançará sobre a face da terra” negando sua Pessoa e sua Obra, e eu também não desejo que meus entes queridos estejam assim. Pelo contrário, quero permanecer “firmado e enraizado, pela Fé, em Jesus Cristo”, e ajudar outros a também permanecerem assim até o fim. Pois é somente por meio da Fé no Senhor Jesus Cristo, que recebemos e é fortalecida na Palavra e nos Sacramentos, que poderemos um dia desfrutar da perfeita comunhão com Deus e com os nossos irmãos, ao mesmo tempo em que descansaremos na eterna e prometida Paz.
 
            Pais, hoje é o dia para “voltar os seus olhos ao Senhor”, e assim junto com os seus filhos, “esperar na Palavra de Deus”. Filhos, hoje é o dia de ser “vivificado, segundo a Misericórdia do Altíssimo”, e junto com os seus pais “guardar os testemunhos e ensinamentos que provém dele” (Salmo 119: 81, 82 e 88).
 
            Para vocês realmente viverem um “Feliz Dia dos Pais  e também das “mães, dos filhos, etc.” desde agora até a eternidade, só há uma forma, um caminho, uma verdade: “Creiam no Senhor Jesus, vocês e toda a sua casa, e assim vocês serão salvos”, assim vocês terão plena comunhão com o “Pai nosso que está nos céus” e assim desfrutarão daquela que é a “verdadeira Paz!”.
 
            Amém!
 
Rev. Helvécio J. Batista Jr.
Ministro do Senhor na Igreja Luterana em Naviraí/MS - 14 de Agosto, 2022 AD

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E-mail: rev.helveciojr@gmail.com

13/08/2022

Décimo Domingo após Pentecostes - Ano C - Próprio 15

Cristo Pantocrator, por Viktor Mikhaylovich Vasnetsov (1848-1926)

💒 DÉCIMO DOMINGO APÓS PENTECOSTES - Ano C - Próprio 15

🪔 As profecias enganosas são perversas. Por isso, Deus executará juízo sobre conselhos que contradizem sua Palavra! (Jr 23.16-29) O lema do povo da aliança de Deus é a fé! Eles creem de todo o coração no que o Senhor diz e confiam em sua libertação de geração em geração (Hb 11.17-12.3). A vontade de Jesus é revelar não apenas o juízo, mas também a graça por meio de sua cruz. Somente a fé pode compreender o efeito da Lei e do Evangelho, agarrar-se a Cristo e repele toda perversidade e engano (Lc 12.49-53).

👑 Salmo 119.81-88

1️⃣ 1ª Leitura: Jeremias 23.16-29

2️⃣ 2ª Leitura: Hebreus 11.17-31(32-40); 12.1-3

✝️ Evangelho: Lucas 12.49-53(54-56)

📖 Lutero escreveu: Em todas as tentações devemos olhar para a imagem de Cristo. Pois Cristo avança, por mais que lhe doa, e se faz corajoso. Assim devemos pedir que também a nós ele dê coragem e ânimo, para que aprendamos a ser fortes em meio à fraqueza e sair vitoriosos no dia da adversidade... Por isso, venha o que vier, dificuldades e problemas de qualquer espécie, não devemos perder de vista que Cristo, nosso príncipe, enfrentou o mesmo e, corajosamente, saiu vitorioso. Por isso, também devemos pedir que ele nos dê coragem, para que, em meio a tais adversidades, sejamos fortalecidos e vençamos a morte. (Castelo Forte - 25/02/1983)

💟 Versículo para memorizar: "Corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus" (Hb 12.1-2)

🙏 Oremos: Senhor Jesus, quando as relações terrenas me induzem a não fazer de ti e do teu reino a minha prioridade maior, fortalece-me e leva-me de volta para o caminho da vida eterna. Amém.

🎵 Louvemos:

Pai celeste, aos teus amados
manifesta o teu amor.
A teus pés eis-nos prostrados,
implorando o teu favor!

Aos que choram seus pecados
dá consolo em teu perdão;
pelo Espírito guiados,
vivam sempre em retidão.

- Raphael Pages Camacho (1900-1969) - Hinário Luterano, 357.1-2

05/08/2022

Nono Domingo após Pentecostes - Ano C - Próprio 14

Sermão do Monte, por Eduard Jakob von Steinle (1810-1886)

💒 NONO DOMINGO APÓS PENTECOSTES - Ano C - Próprio 14

🪔 A fé é um dom de Deus - um tesouro que preserva nossos corações e mentes, que crê nos mistérios divinos e nas verdades concretas, que confia no juízo e na graça de Deus, que se deleita nas coisas visíveis e invisíveis e espera pelas bênçãos divinas que parecem impossíveis e inimagináveis. Abel, Enoque, Noé, Abraão e Sara creram nas promessas de Deus (Gn 15.1-6; Hb 11.1-16). A Igreja continua essa tradição de fé, crendo em nosso maior tesouro, Jesus Cristo, que vence a ansiedade, sustenta, perdoa e redime (Lc 12.22-34). Aquele que alimenta os passarinhos e veste as flores do campo, certamente irá prover as nossas necessidades diárias. Pois Ele já proveu as nossas necessidades eternas, vestindo-nos com a justiça de Cristo no Santo Batismo e alimentando-nos com seu corpo e sangue para o nosso perdão.

👑 Salmo 33.12-22

1️⃣ 1ª Leitura: Gênesis 15.1-6

2️⃣ 2ª Leitura: Hebreus 11.1-16

✝️ Evangelho: Lucas 12.22-34

📖 Lutero escreveu: "As florzinhas no campo, que são pisadas e comidas pelo gado, têm que servir-nos de doutores e mestres, para aumentar ainda mais nossa vergonha. Vê como crescem tão coloridas. No entanto, nenhuma delas está preocupada ou apreensiva com seu crescimento ou com as cores que haverá de ter. Isso elas deixam nas mãos de Deus. E sem qualquer preocupação e contribuição, Deus as veste com cores tão belas e amáveis que Cristo diz que nem Salomão com todo seu esplendor era tão bonito como uma delas... Se ele veste e enfeita tantas florzinhas com cores tão variadas, de modo que cada qual tem seu próprio vestido, mais esplêndidos do que todo o adorno do mundo, por que, então, não podemos confiar que ele também vestirá a nós?... Nós lhe somos tão importantes que essa vida não será nosso fim, mas, depois dessa vida, ele quer dar-nos a vida eterna." (Comentário sobre o Sermão do Monte, 1532 - Obras Selecionadas de Lutero, Volume 9)

💟 Versículo para memorizar: "A fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem." (Hb 11.1)

🙏 Oremos: Bom Pastor, tu sacrificaste tua vida por mim e por isso, concede que eu possa confiar que tu proverás todas as minhas necessidades diárias. Amém.

🎵 Louvemos:

Senhor meu Deus, quando eu, maravilhado,
os grandes feitos vejo da tua mão,
estrelas, mundos, e trovões rolando,
a proclamar teu nome na amplidão
Então minha alma canta a ti, Senhor:
Grandioso és tu, grandioso és tu!

Ao caminhar por bosques e florestas,
ouvindo à brisa pássaros cantar,
ou vendo além montanhas altaneiras
o teu poder e glórias proclamar
Então minha alma canta a ti, Senhor:
Grandioso és tu, grandioso és tu!

- Carl Gustaf Boberg (1859-1940) - Hinário Luterano, 220.1-2