Segundo Domingo após Pentecostes (Próprio 4B)

Os discípulos de Jesus colhem espigas no sábado, por Gustave Doré (1832 — 1883)

Deuteronômio 5.12-15
Salmo 81.1-10
2 Coríntios 4.5-12
Marcos 2.23-28 (3.1-6)

Cristo Jesus é o descanso sabático para o povo de Deus que dura para sempre

O Senhor tirou os filhos de Israel do Egito “com mão poderosa e braço estendido”, para lhes dar descanso (Dt 5.15). Quando o Senhor lhes ordenou: “guarde o dia de sábado”, isso significava que não deviam fazer “nenhum trabalho”, mas descansar nas obras do Senhor (Dt 5.12, 14). Da mesma forma, o mesmo Senhor, Jesus Cristo, veio em carne para cumprir a Lei e se tornar nosso descanso sabático. Da mesma forma que  Davi “entrou na casa de Deus”, e não apenas “comeu os pães da proposição”, mas também os deu “aos seus companheiros” (Mc 2.26), assim também o Senhor Jesus entrou no Santo dos Santos como nosso grande Sumo Sacerdote, para nos alimentar com a sua carne como verdadeiro pão da Presença de Deus. Como “senhor também do sábado”, Jesus trabalha “para fazer o bem”, curar e “salvar vidas” (Mc 2.28; 3.2, 4). Ele nos tira do pecado e da morte e nos dá descanso em seu próprio corpo crucificado e ressuscitado. Embora nos seja dada “em vasos de barro”, a vida de Jesus se manifesta em nossos corpos (2Co 4.7-11).

ORAÇÃO DO DIA:

Deus eterno, teu Filho Jesus Cristo é o nosso verdadeiro dia de descanso. Ajuda-nos a fazer com que cada dia seja santo ao receber tua Palavra de conforto para que achemos nosso descanso nele, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

— Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil. A Coleta é do Culto Luterano: lecionários (Editora Concórdia).

O Santíssimo Sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo

Edward Riojas (Dear Christians One and All Rejoice: a hymn by Martin Luther, Kloria Publishing, 2020)

A Igreja Luterana lembra o Santíssimo Sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo no Culto da Quinta-feira Santa, durante o qual recordamos os acontecimentos da noite em que Jesus foi traído. Naquela ocasião Jesus lavou os pés dos seus discípulos, lhes deu um “mandatum novum” (Jo 13.34) e instituiu a Santa Ceia. Por assim dizer, na Quinta-feira Santa celebramos o “aniversário” do Sacramento do Altar, “o verdadeiro corpo e sangue de nosso Senhor Jesus Cristo para ser comido e bebido, sob o pão e o vinho, por nós, cristãos”, pelo qual nos é dado “remissão dos pecados, vida e salvação.” (Catecismo Menor de Lutero).

O Batismo é obra da Santíssima Trindade

Ilustração: Brianna Woelm (Father, We Praise Thee, Gregory the Great, Kloria Publishing, 2022)

O Batismo que recebemos por mãos de um ser humano não é do ser humano, mas de Cristo e de Deus. [...] Considera que a pessoa daquele que administra não é outra coisa que um instrumento vicário de deus, pelo qual o Senhor, que está sentado no céu, te submerge na água com suas próprias mãos. Falando por voz de ser humano, promete-te o perdão dos pecados na terra pela boca de seu ministro. Isto também te dizem as palavras que rezam: “Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.” Não é dito: “Eu te batizo em meu nome.”  É como se dissesse: “O que faço, não o faço por minha autoridade, mas em lugar e em nome de Deus, para que  não o consideres de outra maneira do que se o Senhor mesmo o tivesse feito visivelmente.” [...] É muitíssimo consolador e eficaz auxílio para fé saber que não se foi batizado por um ser humano, mas pela própria Trindade, por meio de um ser humano que em nome dela realiza o ato entre nós. 

— Bem-aventurado Martinho Lutero (1483–1546), doutor e reformador da igreja (Do cativeiro babilônico da Igreja (1520) - OSel 2,379 [WA 6,530])