Quarto Domingo na Quaresma (Ano C)

Jesus Cristo nos reconciliou com o Pai

Deus Pai abre o seu coração para nós em amor. Enquanto estávamos “ainda longe”, ele nos avistou e “se moveu de íntima compaixão” (Lc 15.20). Por isso, ele deu o seu Filho unigênito por nós, de forma que “aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Co 5.21). Através do ministério da reconciliação, ele corre em direção a nós, nos abraça com misericórdia e nos veste com a sua glória como filhos amados em Cristo Jesus. E assim damos graças ao Senhor nosso Deus, que tirou os nossos pecados e desviou a sua ira de nós (Is 12.1). Confiaremos e não temeremos, pois ele se tornou nossa salvação, nossa força e nosso cântico (Is 12.2).

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, nosso Pai celestial, tuas misericórdias são novas a cada manhã; e apesar de merecermos somente punição, nos recebes como teus filhos e atendes todas as nossas necessidades, do corpo e da alma. Concede que reconheçamos de coração a tua bondade misericordiosa, dando graças por todos os teus benefícios e servindo-te de boa vontade; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Crianças e o Culto

"Crianças e o culto" é um material produzido pela Lutheran Church - Missouri Synod (LCMS), traduzido por Acir e Beatriz Raymann e editado pela Editora Concórdia. Está disponível para baixar gratuitamente no portal da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB). O material foi elaborado de forma que possa ser impresso e distribuído em cada culto para as famílias com crianças.

É um recurso maravilhoso para auxiliar pais, pastores e professores de escola dominical e ensino pré-confirmatório a ensinar as crianças sobre as riquezas do Culto Divino, tudo o que envolve a liturgia e por que as pessoas também são envolvidas.

Embora algumas palavras e conceitos possam ser melhor compreendidos por crianças de 10 anos ou mais, boa parte do material pode ser compartilhado com crianças mais novas. O pais podem ler com seus filhos e certamente também aprenderão muita coisa junto com seus pequenos.

A série de textos traz explicações sobre partes da liturgia do culto e eventos do calendário eclesiástico - Advento, Natal, Epifania, Quaresma, Páscoa e Pentecostes.

CONFIRA AS SÉRIES PUBLICADAS ATÉ O MOMENTO:

• Advento: http://bit.ly/cultoadvento
• Natal: http://bit.ly/cultonatal
• Epifania: http://bit.ly/cultoepifania
• Quaresma: http://bit.ly/cultoquaresma
• Páscoa: http://bit.ly/cultopascoa

"Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar." (Deuteronômio 6.6-7 NVI)

A ANUNCIAÇÃO DE NOSSO SENHOR

“O Evangelho segundo São Lucas 1. 26-45”

          Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo!

          “Salve, agraciada! O Senhor está com você!” (São Lucas 1.28). Com estas palavras, o anjo Gabriel se aproxima de uma simples moça da cidade de Nazaré..

A jovem, chamada Maria, como não poderia ser diferente, ficou espantada com a aparição do anjo, e ele, também estava espantado, não por estar diante daquela jovem, mas sim com a notícia que veio trazer para ela! Afinal, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a terra para lhe dizer: “Não tenha medo, Maria; porque você foi abençoada por Deus. Você ficará grávida e dará à luz um filho, a quem chamará pelo nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo” (São Lucas 1. 30-32).

          Aqui está a surpresa e o espanto que a notícia o anjo traz. A criança que será concebida no ventre daquela moça e logo se alimentará de seu peito é o Filho de Deus – através de quem aquele anjo, Maria e tudo o que existe foram feitos. Em outras palavras, aquela simples moça, como a sua prima Isabel mais adiante irá reconhecer e testificar, será a “mãe do Senhor” (São Lucas 1.43). Qual Senhor? O único e verdadeiro Senhor, aquele que nós adoramos e louvamos eternamente.

          Maria, também perplexa com as palavras do anjo, se lembra de algo crucial e pergunta: “Como será isto, se eu nunca tive relações com homem algum?” (São Lucas 1.34). E Gabriel lhe responde: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus” (São Lucas 1.35).

          Maravilha das maravilhas! A Promessa Graciosa do Reino de Deus está sendo cumprida! Afinal, aquela criança que Maria carregará em seu ventre e que repousará em seus braços e por ela será cuidada, alimentada e criada, é quem “reinará para sempre” (São Lucas 1.33), destruirá a morte, e cobrirá, expiará, perdoará todo o pecado.

          Este sublime e grandioso episódio da Anunciação de nosso Senhor termina com Maria se inclinando e dizendo ao anjo: “Aqui está a serva do Senhor; que aconteça comigo o que você falou” (São Lucas 1.38).

          O anjo, então, vai embora na certeza de que esse encontro acontecerá novamente. Pois, por causa daquela criança gerada no ventre de Maria, os anjos, Maria, e todos aqueles que confiam neste Menino Deus, também estarão, um dia, inclinados diante dele, o adorando e o louvando na vida que não tem fim, na Bem-aventurança Eterna.

          Por fim, é importantíssimo lembrar que Maria não estava carregando em seu ventre uma parte da divindade, Maria não estava gerando um tipo de semideus. Não! Aquele Menino que nasceu do seu ventre, pelo poder do Espírito Santo, é o Senhor dela e o nosso Senhor, é o Salvador dela e o nosso Salvador, é o Deus dela e o nosso Deus! Pela Graça Divina e não pelos seus méritos, Maria teve a honra e o privilégio de ser Mãe de Deus! Por isso, “bendita é ela entre as mulheres” e acima de tudo “bendito é o Fruto do seu ventre” (São Lucas 1. 42).

          Amém!

Rev. Helvécio José Batista Júnior

A Anunciação de nosso Senhor, 2019 AD

25 de março - A Anunciação de Nosso Senhor

O anjo Gabriel aparece a Maria e anuncia que Deus a agraciou e vai usá-la como meio para o nascimento do Messias. Então Maria concebe Jesus quando o anjo diz: "O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a envolverá com a sua sombra" (Lc 1.35). Este mesmo Espírito que “se movia sobre as águas” e gerou a criação (Gn 1.2) também "movia" sobre as águas do ventre de Maria para conceber o Redentor da criação. Quando o Espírito Santo desce sobre Maria, ela concebe Jesus “pelo ouvido” (no dizer de Martinho Lutero). O ente concebido é chamado de Santo, o Filho de Deus. Assim aconteceu a encarnação de nosso Senhor. A data da Anunciação cai em 25 de março pois a Igreja Antiga acreditava que este era o dia da crucificação. Visto que os antigos atrelavam o dia da concepção de uma pessoa ao dia de sua morte, a Igreja juntou na Anunciação a encarnação de Jesus e seu sacrifício expiatório.

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Senhor, assim como conhecemos a encarnação de teu Filho Jesus Cristo, pela mensagem do anjo à virgem Maria, assim também pela mensagem de sua cruz e paixão, leva-nos para a glória da tua ressurreição; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 1287)

Imagem: A Anunciação, por Agostino Masucci (1742)

Terceiro Domingo na Quaresma (Ano C)

Jesus chama ao arrependimento

“Se não se arrependerem, todos vocês também perecerão” (Lc 13.3,5). Com esta advertência, o Senhor quer nos desviar da iniquidade e nos conduzir à vida que há nele. Por isso, ele é paciente conosco de tal modo que não deseja que sejamos cortados em nossos pecados, mas que vivamos e produzamos frutos nele. Tão certo como ele vive, o Senhor não tem prazer na morte do ímpio, “mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva” (Ez 33.11). Diante disso, as Escrituras “foram escritas como advertência a nós, para quem o fim dos tempos tem chegado” (1 Co 10.11), a fim de que não desejemos o mal, mas confiemos em Cristo. Somente Cristo é fiel, a Pedra que nos sacia com seu “alimento espiritual” e sua “bebida espiritual” (1 Co 10. 3-4). — Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod)

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, cuja glória é sempre ter misericórdia, sê gracioso para todos que se desviaram dos teus caminhos e traze-os de volta com coração arrependido e fé, para que abracem e mantenham a verdade imutável da tua Palavra; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém. — Culto Luterano: lecionários (Editora Concórdia)

Imagem: The Gardener and the Fig Tree (Art in the Christian Tradition / Vanderbilt Divinity Library, Nashville, EUA)

19 de março - São José, Tutor de Jesus

São José tem sido honrado durante todos os séculos da cristandade por causa da sua fiel devoção em ajudar Maria a criar seu Filho. O Evangelho de Mateus relata que José era um homem justo que seguiu as instruções do anjo e tomou como sua esposa a Maria que já estava grávida (Mt 1.24). Nos Evangelhos segundo Mateus e Marcos, Jesus é denominado como "o filho do carpinteiro" (Mt 13.55; Mc 6.3). Isso indica que José tinha habilidades técnicas com as quais sustentava sua família. José foi uma figura importante no início da vida de Jesus, conduzindo Maria e o filho com segurança até o Egito (Mt 2.14) e voltando com eles a Nazaré, após haver condições de segurança (Mt 2.22). A menção final de José é no momento em que o menino Jesus, aos doze anos de idade, visita o templo em Jerusalém para a Páscoa (Lc 2.41-51). José, o tutor de nosso Senhor, há muito tempo tem sido associado à paternidade cuidadosa, bem como à perícia artesanal.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, que da família de teu servo Davi fizeste nascer a José para ser o tutor de teu Filho encarnado e o marido de sua mãe, Maria, concede-nos a graça de seguir o exemplo deste trabalhador fiel em atender ao teu conselho e obedecer às tuas ordens; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 1286-1287)

Imagem: “São José com o Infante Jesus” (c. 1620), Guido Reni (1575–1642)

Santo Agostinho: Somos pequeninos; por isso, proteja-nos Deus à sombra de suas asas

SEGUNDO DOMINGO NA QUARESMA (Ano C)

“À sombra de tuas asas me regozijarei”. Regozijo-me com as boas obras, porque estou à sombra de tuas asas. Se não proteges a mim pintinho, o gavião me arrebata. O próprio nosso Senhor diz em certa passagem a Jerusalém, aquela cidade, onde ele foi crucificado: “Jerusalém, Jerusalém, quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha recolhe os seus pintinhos debaixo das suas asas, e não o quiseste!” (Mt 23,37) Somos pequeninos; por isso, proteja-nos Deus à sombra de suas asas. Que acontecerá quando crescermos? É bom para nós que mesmo então Deus nos proteja, e continuemos como pintinhos, submissos a este Deus tão grande. Ele sempre será maior, por mais que cresçamos. Ninguém diga: Proteja-me enquanto sou pequeno, como se pudesse alguma vez chegar a tamanha grandeza que se torne auto-suficiente. Sem a proteção de Deus nada és. Queiramos sempre ser protegidos por ele; então sempre poderemos ser grandes nele, se sempre formos pequenos, submissos a ele. “À sombra de tuas asas me regozijarei”.

- Santo Agostinho de Hipona (354-430), pastor e teólogo (Patrística - Comentário aos Salmos (51-100). São Paulo: Paulus, 2014 )

Imagem: Mosaico no altar da Capela Dominus Flevit, no Monte das Oliveiras em Jerusalém.

Segundo Domingo na Quaresma (Ano C)

 

Jesus salva da morte e leva para o céu

O profeta Jeremias pregou “ao povo tudo o que o Senhor lhe havia ordenado” (Jr 26.8), chamando-os ao arrependimento, para que não lhes sobreviesse o juízo do Senhor. A violência sofrida por Jeremias por causa da pregação prefigurou a cruz e paixão de Cristo, o qual sofreu o juízo de Deus para redenção de todos os povos. Jesus é “o que vem em nome do Senhor” (Lc 13.35) para dar a vida pelos pecados do mundo, mas Jerusalém estava cega para a sua graciosa visitação e o mataram, como fizeram com os profetas enviados antes. No entanto, seu sacrifício na cruz se tornou a pedra angular da nova Jerusalém, a sua Igreja. Hoje ele nos visita com misericórdia em sua pregação do perdão, para nos reunir na sua cidade santa “como a galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo das asas” (Lc 13.34), “pois a nossa pátria está nos céus” (Fp 3.20). — Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod)

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, que vês que não temos forças, por teu imenso poder, defende-nos de todas as adversidades que possam acontecer ao corpo e de todos os pensamentos ruins que possam assaltar ou prejudicar a alma; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém. — Culto Luterano: lecionários

Imagem: “Cristo pranteia sobre Jerusalém”, por Ary Scheffer (1851)

Quaresma: tempo de preparação

Os luteranos costumam participar de cultos eucarísticos no meio da semana e dedicar mais tempo à oração durante o período da Quaresma, com o objetivo de se preparar para uma maior compreensão e melhor proveito da Páscoa.

Também não é contrário à espiritualidade luterana observar a antiga ligação entre jejum e esmolas. O que economizamos em nossa alimentação pode ser dado para o sustento dos pobres.

A Quaresma é uma jornada com Cristo até a cruz no Calvário. Essa jornada enriquece nossa vida espiritual e nos dá discernimento sobre o amor sacrificial demonstrado pelo Cristo crucificado pelos nossos pecados.

A Quaresma é um tempo especial para amadurecer a fé em Nosso Salvador ao ouvirmos a Palavra e participarmos do Sacramento.

Organize seu tempo para a devoção no lar e o culto na igreja e tenha uma abençoada jornada quaresmal!

Primeiro Domingo na Quaresma (Ano C)

 

Jesus Cristo é nosso defensor contra o diabo

Jesus Cristo, nosso defensor contra o diabo, resiste e vence “todas as tentações” (Lc 4.13) em nosso favor. Ele adora o Senhor, seu Deus, e serve somente a Ele, confiando na Palavra de seu Pai: “Você é o meu Filho amado; em você me agrado”(Lc 3.22). A vitória de Jesus agora é nossa através da sua graciosa Palavra, que não está longe, mas perto de nós - em nossos lábios e em nosso coração, na proclamação do arrependimento e fé. “Porque com o coração se crê para a justiça e com a boca se confessa para a salvação” (Rm 10.10). Nossa confissão de Cristo inclui a oração da fé que não decepciona, pois “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10.13). O Senhor não é indiferente para com “a nossa angústia, o nosso trabalho e a nossa opressão” (Dt 26.7), mas tem misericórdia de nós. O Senhor nos tirou da dura servidão “com sinais e com milagres” operados no Santo Batismo e agora nos guia pelo seu Espírito através do deserto deste mundo “com mão poderosa, com braço estendido” (Dt 26.8). — Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod)

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Senhor Deus, que conduziste o teu povo antigo através do deserto e o levaste à terra prometida, guia o povo da tua Igreja para que, seguindo nosso Salvador, possamos andar através do deserto deste mundo em direção à glória do mundo que está por vir; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém. — Oração do Dia (Culto Luterano: lecionários)

Imagem: A tentação de Cristo no deserto, por Sebastiano Ricci (1659-1734)

7 de março - Perpétua e Felicidade, Mártires

No início do terceiro século, o imperador romano Lúcio Sétimo Severo proibiu conversões ao cristianismo. Entre os que desobedeceram este decreto estavam Perpétua, uma jovem de família nobre, e sua criada Felicidade. Ambas foram encarceradas na cidade de Cartago, Norte da África, juntamente com três outros companheiros cristãos.

Perpétua e Felicidade testemunharam sua fé com tanta convicção na prisão, que o oficial da guarda se tornou um seguidor de Jesus. Após tomar providências para o bem-estar de seus filhos, Perpétua e Felicidade foram executadas no dia 7 de março de 203.

A tradição conta que Perpétua demonstrou misericórdia para com seus carrascos, indo ao encontro da espada, pois eles não tinham coragem de condená-la à morte. A história desse martírio é narrada desde então como um encorajamento para os cristãos perseguidos.

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus e Soberano sobre todos os inimigos do nosso corpo e alma, tu fortaleceste tuas servas Perpétua e Felicidade, dando-lhes uma confiante e clara confissão diante das feras que rugiam. Concede que nós, que lembramos seu fiel martírio, possamos participar de sua bendita garantia da vitória sobre todos os inimigos terrenos e espirituais e apegar-se à promessa de vida eterna obtida para nós por Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 1268)

Rito de Imposição de Cinzas

A Quarta-feira de Cinzas marca o início da Quaresma - um período do Ano da Igreja que enfatiza o arrependimento. No Antigo Testamento, as cinzas eram um sinal visível de arrependimento e luto. Por isso, é um costume antigo também na igreja cristã, fazer a imposição de cinzas ao iniciar o culto de hoje.

Clique aqui para baixar uma ordem de culto para esta Quarta-feira de Cinzas conforme o Livro do Altar (Lutheran Service Book).

Quarta-feira de Cinzas

 

 

Convertam-se ao Senhor, seu Deus, de todo o seu coração

Na Quarta-feira de Cinzas descemos o Monte da Transfiguração juntamente com Jesus e voltamos nossa face para a cruz em Jerusalém. Com ele fazemos nossa peregrinação pelo caminho do arrependimento, e assim retornamos ao morrer e ressuscitar do Santo Batismo. Pois Cristo Jesus, “aquele que não conheceu pecado”, se tornou nosso pecado, para que pela sua morte fôssemos libertados do pecado e pela sua ressurreição “fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.21). Visto que Deus reconciliou o mundo consigo mesmo em Cristo, “agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação!” (2 Co 6.2). Ele te chama para converter-se a ele de todo o seu coração, “porque ele é bondoso e compassivo, tardio em irar-se e grande em misericórdia” (Jl 2.13). Faça isso em fé e confiança diante dele e ore a ele como seu Pai que está no céu. Ajude aos necessitados de um coração de amor e apenas jejue por causa do arrependimento (Mt 6.3-4, 6, 17-18).

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso e eterno Deus, que não desprezas o que foi criado por ti e perdoas os pecados de todos os penitentes, cria em nós um novo e contrito coração, a fim de que, lamentando nossos pecados e confessando nossa miséria, recebamos de ti total absolvição e perdão; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Imagem: Rei Davi penitente (Livro de Horas. Uso de Troyes(?) [França (Borgonha): c. 1480])

A Transfiguração de Nosso Senhor (Ano C)

A glória de Deus se manifesta no corpo de Cristo

“Moisés foi fiel, em toda a casa de Deus, como servo,” mas Cristo Jesus foi “considerado digno de maior glória do que Moisés” (Hb 3.3, 5). Cristo, o Filho amado e aprazível, fiel até a morte, cujo corpo foi ressuscitado no terceiro dia como a casa de Deus, nos trouxe a esta casa através das águas do Santo Batismo (Hb 3.6).

No Antigo Testamento, o legislador Moisés levou o povo para fora do Egito através das águas do mar e do deserto, mas quem levou o povo para dentro da Terra Prometida foi seu sucessor Josué (Dt 34.1-4, 9). Curiosamente (e profeticamente!), Josué é o nome hebraico de Jesus.

Agora, no Monte da Transfiguração, Jesus (o Josué do Novo Testamento) aparece em glória. A glória se manifestou plenamente em sua “partida” (seu êxodo) em Jerusalém (Lc 9.31). Quando Jesus entrou nas águas do Jordão em seu batismo, ele fez a travessia daquelas águas e entrou na glória por meio de sua cruz e Paixão.

Tudo aquilo que ele cumpriu em seu corpo crucificado e ressurreto, ele revela e concede ao seu Corpo Místico, a Igreja, por intermédio da sua Palavra. Por isso, o Pai declara do céu: “Escutem o que ele diz!” (Lc 9.35).

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, na gloriosa transfiguração de teu amado Filho confirmaste os mistérios da fé pelo testemunho de Moisés e Elias. Na voz que veio da nuvem brilhante predisseste nossa adoção por graça. Por tua misericórdia, faze-nos herdeiros com o Rei de sua glória e traze-nos à plenitude de sua herança nos céus; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Imagem: Transfiguração de Jesus, por Svitozar Nenyuk

Práticas cúlticas confessionais

"Não foi fácil manter práticas cúlticas confessionais no meio de uma América protestante. As acusações de 'romanismo' e 'puseyismo'* não foram raras, até mesmo do clero e de leigos de dentro do sínodo. A absolvição individual, as estátuas, as velas e até mesmo os paramentos mais simples eram mal-entendidos."

- C.F.W. Walther (1811-1887), pastor luterano e primeiro presidente da Igreja Luterana - Sínodo de Missouri e do Seminário Concórdia de St. Louis (EUA)

Fonte: MARZOLF, Dennis. C.F.W. Walther: The Musician and Liturgiologist. In: DREVLOW, Arthur; DRICKAMER, John; REICHWALD, Glenn (Ed.). C.F.W. Walther: The American Luther. Mankato: Walther Press, 1987. p. 89.
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* Termo pejorativo usado pelos oponentes do Movimento de Oxford. Edward Bouverie Pusey (1800–1882) foi um dos líderes deste movimento que visava conscientizar sobre a catolicidade da Igreja da Inglaterra.

C.F.W. Walther e seu legado no luteranismo

Costuma-se dizer que a permanência dos ensinos de Lutero nos anos seguinte à sua morte, só foi possível graças ao "segundo Martinho", Martin Chemnitz (1522-1586). Certamente também é correto afirmar que a recepção do legado de Lutero nos últimos séculos foi graças ao "Lutero americano", C.F.W. Walther (1811-1887).

Carl Ferdinand Wilhelm Walther era filho de um pastor em Langenchursdorf, no antigo Reino da Saxônia (parte da atual Alemanha). Depois de estudar teologia na Universidade de Leipzig, Walther foi ordenado ao sagrado ministério na igreja luterana estatal de Bräunsdorf, no dia 15 de janeiro de 1837. Em novembro de 1838, Walther imigrou para os Estados Unidos, onde ajudou na formação e expansão da Igreja Luterana.

C.F.W. Walther é um nome muito honrado dentro do luteranismo, pois seus ensinos e escritos muito contribuíram para que a liturgia e práticas do luteranismo histórico e tradicional chegassem ao nosso tempo. Os ensinos de Walther influenciaram igrejas luteranas em todo o nosso continente, na Austrália, nos países escandinavos, bem como a igreja luterana livre na Alemanha.

"Lei e Evangelho" é uma das obras de Walther mais conhecidas e difundidas, fruto de preleções proferidas entre os anos de 1884 e 1885. No Brasil, o livro foi publicado pela Editora Concórdia. Baseado em testemunhos e experiências reais, "Lei e Evangelho" tem sido um bálsamo para pessoas oriundas de contextos eclesiais excessivamente legalistas.