31/01/2014

Festa da Purificação da Virgem Maria e Apresentação de Nosso Senhor - 2 de fevereiro

“Apresentação de Jesus no Templo” (1529), Girolamo Romanino (c. 1484 - c. 1559)


Trinta e dois dias após a circuncisão de Jesus e setenta semanas após o anúncio do nascimento de João a Zacarias pelo anjo Gabriel, o Senhor vem ao seu templo para cumprir a Torá (Lucas 2.22-38). Os dias são de fato cumpridos com a apresentação de Jesus.
Os pais de Jesus guardam a Torá e a cumprem ao trazer Jesus à sua verdadeira casa. Além disso, os pais de Jesus oferecem o sacrifício alternativo de duas rolas ou dois pombos. O livro de Levítico 12.8 permite isso ao invés dum cordeiro, uma vez que nem todos podiam comprar um cordeiro (demonstrando assim a pobreza e humildade de José e Maria). No entanto, nenhum cordeiro era necessário porque o cordeiro já está ali, com quarenta dias de idade. Jesus é o Cordeiro levado ao seu templo para o sacrifício. O Nunc Dimittis de Simeão é um belo exemplo da resposta imediata a esta inauguração da consolação e redenção de Deus através do Menino Jesus. Ao falar a Maria, Simeão também profetiza sobre o destino do menino.

Cor litúrgica: Branca

LEITURAS:

† Antigo Testamento: 1 Samuel 1.21-28
† Salmo: Salmo 84
† Segunda Leitura: Malaquias 3.1-4
† Santo Evangelho: S. Lucas 2.22-32

ORAÇÃO DO DIA:

Deus todo-poderoso e sempre vivo, assim como teu unigênito Filho foi neste dia apresentado no templo na substância da nossa carne, concede que possamos ser apresentados a ti com corações puros e limpos; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 1176-1177)

A Purificação da Virgem Maria e Apresentação de Nosso Senhor

"Apresentação de Jesus no Templo", PALMA GIOVANE (1548-1628)

No Lecionário Luterano consta a seguinte nota sobre as festividades do ano litúrgico: "As festividades em negrito são festas principais de Cristo e normalmente são observadas quando ocorrem num domingo."

A Festa da Purificação da Virgem Maria e Apresentação de Nosso Senhor (2 de fevereiro) cairá num domingo neste ano. E é uma festa principal de Cristo, assinalada em negrito no Lecionário e no Hinário Luterano da IELB.

Sua igreja irá observar esta festividade no próximo domingo?
Que tal celebramos esta festa e tirarmos maior proveito da riqueza que é o ano da Igreja e enriquecermos também a devoção de nossos paroquianos?

26/01/2014

Evangelho Dominical – Terceiro Domingo após Epifania

“O Chamdo dos Apóstolos Pedro e André” (1308/1311), Duccio di Buoninsegna (c. 1255 – 1318)
Evangelho segundo S. Mateus 4.12-25

12 Ouvindo, porém, Jesus que João fora preso, retirou-se para a Galiléia;
 13 e, deixando Nazaré, foi morar em Cafarnaum, situada à beira-mar, nos confins de Zebulom e Naftali;
 14 para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías:
 15 Terra de Zebulom, terra de Naftali, caminho do mar, além do Jordão, Galiléia dos gentios!
 16 O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz.
 17 Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.
 18 Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, que lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores.
 19 E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.
 20 Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram.
 21 Passando adiante, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco em companhia de seu pai, consertando as redes; e chamou-os.
 22 Então, eles, no mesmo instante, deixando o barco e seu pai, o seguiram.
 23 Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo.
 24 E a sua fama correu por toda a Síria; trouxeram-lhe, então, todos os doentes, acometidos de várias enfermidades e tormentos: endemoninhados, lunáticos e paralíticos. E ele os curou.
 25 E da Galiléia, Decápolis, Jerusalém, Judéia e dalém do Jordão numerosas multidões o seguiam.

- Bíblia Sagrada, Edição Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Terceiro Domingo após Epifania – 26 de janeiro de 2014

“Cristo chamando os Apóstolos Tiago e João” (1869), Edward Armitage (Museums Sheffield)
 O Senhor manifesta a sua glória através de seu Ofício e do Santo Ministério

Através da sua vinda na carne e sua pregação e milagres, o Senhor Jesus brilha a luz do seu Evangelho sobre "o povo que andava em trevas" e "que viviam na região da sombra da morte" (Isaías 9.2). Ele também tem "multiplicado este povo" e "aumentado a sua alegria" (Isaías 9.3) chamando discípulos para si dos confins da terra. Com este propósito, ele chama Pedro e André, com Tiago e João, para segui-lo e serem "pescadores de homens" (S. Mateus 4.19). Assim como Jesus fez, eles também saem "pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo" (S. Mateus 4.23). Eles pregam a loucura da Cruz de Cristo, como o próprio poder e sabedoria de Deus. Esta palavra e pregação da Cruz divide "os que se perdem" de "nós, que somos salvos" (1 Coríntios 1.18), mas une a Igreja, o Corpo de Cristo, “na mesma disposição mental e no mesmo parecer” (1 Coríntios 1.10) . — Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod)

Cor litúrgica: Verde

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Isaías 9.1-4
† Salmo: Salmo 27.1-9 (10-14) (antífona: v. 1)
† Epístola: 1 Coríntios 1.10-18
† Evangelho: S. Mateus 4.12-25

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, olha para as nossas enfermidades com misericórdia e estende a tua mão majestosa para nos curar e defender; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém. — Oração do Dia (Culto Luterano: lecionários)

25/01/2014

Evangelho do Dia – Festa da Conversão de São Paulo

 “Cristo em Glória” (séc. XV), pintor russo (Novgorod?) 
Evangelho segundo S. Mateus 19.27-30

19.27   Então, lhe falou Pedro: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos; que será, pois, de nós?
19.28   Jesus lhes respondeu: Em verdade vos digo que vós, os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.
19.29   E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe [ou mulher], ou filhos, ou campos, por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais e herdará a vida eterna.
19.30   Porém muitos primeiros serão últimos; e os últimos, primeiros.

Bíblia Sagrada – Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Festa da Conversão de São Paulo - 25 de janeiro

“A Conversão de São Paulo” (c. 1600-1), Caravaggio (1573–1610) 
A experiência de mudança de vida de São Paulo na estrada para Damasco é narrada três vezes no livro de Atos (9.1-9; 22.6-11; 26.12-18). Como um arqui-inimigo dos cristãos, Saulo de Tarso partiu para Damasco para prender e trazer fiéis a Jerusalém para julgamento. Quando estava no caminho, viu uma luz cegante e ouviu as palavras: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” Saulo perguntou: “Quem és tu, Senhor?” A resposta veio: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues.” Em Damasco, onde Saulo foi levado depois de ficar cego, um discípulo chamado Ananias foi dirigido pelo Senhor em uma visão até Saulo para restaurar sua visão: “Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel” (Atos 9.15). Depois de receber a sua visão, Saulo foi batizado e passou a se tornar conhecido como Paulo, o grande apóstolo.

Cor litúrgica: Branca

LEITURAS:

† Primeira Leitura: Atos 9.1-22
† Salmo: Salmo 67 (antífona v. 5)
† Epístola: Gálatas 1.11-24
† Santo Evangelho: S. Mateus 19.27-30

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, tu transformaste o coração daquele que perseguia a Igreja e por sua pregação fizeste a luz do Evangelho brilhar em todo o mundo. Concede-nos sempre regozijar-se na luz salvadora de teu Evangelho e, seguindo o exemplo do apóstolo Paulo, espalhá-lo até os confins da terra; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: The Treasury of Daily Prayer (Concordia Publishing House. p. 1151-1152)

24/01/2014

Evangelho do Dia – Festa de São Timóteo, Pastor e Confessor

Detalhe de “Advento e Triunfo de Cristo” (1480), Hans Memling (c. 1433–1494) 
Evangelho segundo S. Mateus 24.42-47

24.42   Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor.
24.43   Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa.
24.44   Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá.
24.45   Quem é, pois, o servo fiel e prudente, a quem o senhor confiou os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo?
24.46   Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim.
24.47   Em verdade vos digo que lhe confiará todos os seus bens.

Bíblia Sagrada – Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Festa de São Timóteo, Pastor e Confessor - 24 de janeiro

Ícone de São Timóteo
São Timóteo tinha cristãos em sua família. Sua mãe Eunice era uma mulher cristã e também era a filha de uma mulher cristã chamada Loide (2 Timóteo 1.5). O Livro de Atos dos Apóstolos relata que São Paulo encontrou Timóteo em sua segunda viagem missionária e queria que Timóteo continuasse com ele (16.1-3). Com o tempo, Timóteo se tornou um querido amigo e colaborador próximo do santo apóstolo, a quem Paulo confiou o trabalho missionário na Grécia e Ásia Menor. Timóteo também foi a Roma juntamente com Paulo. Segundo a tradição, após a morte de Paulo, Timóteo foi a Éfeso onde atuou como bispo e foi martirizado por volta do ano 97. Timóteo é mais lembrado como um fiel companheiro de Paulo, que prestou um grande serviço entre as igrejas gentílicas.

Cor litúrgica: Branca

LEITURAS: 

† Primeira Leitura: Atos 16.1-5
† Salmo: Salmo 71.15-24 (antífona v. 6)
† Epístola: 1 Timóteo 6.11-16
† Santo Evangelho: S. Mateus 24.42-47

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Jesus Cristo, tu sempre tem dado à tua Igreja na terra pastores fiéis como Timóteo, para guiar e alimentar o teu rebanho. Faze todos os pastores diligentes na pregação de tua santa Palavra e administração de teus meios da graça, e concede sabedoria ao teu povo para seguir o caminho que conduz à vida eterna; pois tu vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2009. p. 1148)

23/01/2014

Nós anunciamos o Cristo crucificado

Os reformadores luteranos apontaram para Cristo crucificado, o Ungido do Senhor, através do qual o Pai derrama o Espírito Santo sobre nós.

Os quatro pilares da Reforma Luterana: os Eleitores da Saxônia, Frederico, o Sábio (1463-1525) e João, o Magnânimo (1497-1560), e os teólogos Martinho Lutero (1483-1546) Philip Melanchthon (1497-1560) [Ilustração de Hans Troschel, o Jovem (1585-1628)]

Mas nós anunciamos o Cristo crucificado — uma mensagem que para os judeus é ofensa e para os não-judeus é loucura. ~ 1 Coríntios 1.23 (Bíblia Sagrada, Nova Tradução na Linguagem de Hoje)

verbum Domini manet in aeternum
a palavra do Senhor permanece para sempre
Is 40.8; 1 Pe 1.25

A minha alma suspira por ti, ó Deus!


Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! ~ Salmo 42

22/01/2014

Recursos Online para Estudo da Bíblia

No blog Recursos Online para Estudo da Bíblia, você encontra dicionários, estudos das línguas originais da Bíblia além de diversas versões da Sagrada Escritura.

"Não conhecer a Bíblia é não conhecer o Cristo" (Jerônimo) 


20/01/2014

Comemoração de Sara - 20 de janeiro

“Abraão, Sara e o Anjo” (1520), Jan Provost (c. 1465-1529)
Sara foi esposa (e meia-irmã) do patriarca hebreu Abraão (Gênesis 11.29; 20.12). Em obediência à ordem divina (Gn 12.1), ela fez a longa e árdua jornada, juntamente com seu marido e familiares, de Ur dos Caldeus para Harã e, finalmente, para a terra de Canaã. Ela permaneceu sem filhos até avançada idade. Mas, de acordo com a promessa de Deus, ela deu à luz um filho e herdeiro da aliança (Gn 21.1-3). Sara é lembrada e honrada como a esposa de Abraão e mãe de Isaque, o segundo dos três patriarcas. Ela também é destacada favoravelmente por sua hospitalidade aos estrangeiros (Gn 18.1-8). Após a sua morte, com a idade de 127 anos, foi sepultada na caverna de Macpela (Gn 23.19), onde seu marido foi mais tarde enterrado.

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor e Pai de todos nós, tu olhaste com favor para Sara em sua avançada idade, dando-lhe um novo nome, Sara, e com ele a promessa de muitas bênçãos de seu ventre. Dê-nos uma esperança vigorosa na alegria de nosso nome novo como batizados no Messias prometido, para que nós também possamos ser frutíferos em teu reino, abundantes nas obras de teu Espírito; por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2009. p. 1135)

19/01/2014

Evangelho Dominical – Segundo Domingo após a Epifania

“São João Batista aponta Cristo a Santo André”, (séc. XVII), Ottavio Vannini (1585- c. 1643)
Evangelho segundo S. João 1.29-42a

29 No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!
 30 É este a favor de quem eu disse: após mim vem um varão que tem a primazia, porque já existia antes de mim.
 31 Eu mesmo não o conhecia, mas, a fim de que ele fosse manifestado a Israel, vim, por isso, batizando com água.
 32 E João testemunhou, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele.
 33 Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo.
 34 Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus.
 35 No dia seguinte, estava João outra vez na companhia de dois dos seus discípulos
 36 e, vendo Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus!
 37 Os dois discípulos, ouvindo-o dizer isto, seguiram Jesus.
 38 E Jesus, voltando-se e vendo que o seguiam, disse-lhes: Que buscais? Disseram-lhe: Rabi (que quer dizer Mestre), onde assistes?
 39 Respondeu-lhes: Vinde e vede. Foram, pois, e viram onde Jesus estava morando; e ficaram com ele aquele dia, sendo mais ou menos a hora décima.
 40 Era André, o irmão de Simão Pedro, um dos dois que tinham ouvido o testemunho de João e seguido Jesus.
 41 Ele achou primeiro o seu próprio irmão, Simão, a quem disse: Achamos o Messias (que quer dizer Cristo),
 42 e o levou a Jesus.

- Bíblia Sagrada, Edição Almeida Revista e Atualizada (SBB)

15/01/2014

Segundo Domingo após a Epifania – 19 de janeiro de 2014

“São João Batista dando testemunho” (c. 1600), Annibale Carracci (1560–1609)
Deus revela sua glória em Cristo e sua Cruz

"O Senhor, o Redentor de Israel" chama "o seu Santo" (Is 49.7), Jesus, o Cristo, "desde o ventre" de sua Mãe (Is 49.1). O Filho de Deus encarnado é revelado como o Salvador, não só para Israel, mas também "como uma luz para as nações", cuja salvação alcança "até à extremidade da terra" (Is 49.6). São João Batista veio "batizando com água" (João 1.31) para revelar Jesus como "o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1.29) e que glorifica o seu Deus e Pai por seu sacrifício expiatório sobre a Cruz. Quando Jesus foi batizado nas águas do Jordão, João viu o Espírito Santo “descer do céu como pomba e pousar sobre ele” (João 1.32). Pelo nosso Batismo, somos ungidos pelo mesmo Espírito, adotados por Deus, o Pai, e "chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo" (1 Co 1.9). Por isso, não nos falta “nenhum dom” espiritual, mas podemos confiar naquele que promete nos sustentar até o fim, sem culpa, “irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 1.7-8). — Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod).

Cor litúrgica: Verde

LEITURAS:

Antigo Testamento: Isaías 49.1-7
Salmo: Salmo 40.1-11 (antífona: v. 3)
Epístola: 1 Coríntios 1.1-9
Evangelho: S. João 1.29-42a

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso e eterno Deus, que governas todas as coisas nos céus e na terra, com misericórdia escuta as orações do teu povo e concede-nos a tua paz durante todos os nossos dias; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém. — Culto Luterano – Lecionários (Editora Concórdia)

14/01/2014

O significado do sacramento do batismo - Meditação de Lutero

Batismo na Redeemer Lutheran Church (LCMS), Fort Wayne (EUA).

Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus”. (Romanos 6.11)

Assim, a pessoa é de todo puro e inocente, sacramentalmente. Em outras palavras, ela tem o sinal de Deus, o batismo. Isso mostra que todos os seus pecados estão mortos e que ela vai morrer na graça e, no dia do juízo, ressuscitar pura, sem pecado, sem culpa, destinada a viver eternamente.

Dessa forma, é verdade que, em virtude do sacramento, a pessoa está livre do pecado e da culpa. Mas isso é algo que ainda aguarda o estado de perfeição, e a pessoa ainda vive na carne pecaminosa. Por isso, ela não está sem pecado, nem, tampouco, purificada de todas as coisas, pois apenas começou a ficar limpa e inocente.

De que me adianta então o batismo – você dirá – se o mesmo não apaga o pecado nem me livra completamente dele? Nesse ponto, é preciso ter compreensão e conhecimento corretos do sacramento do batismo.

Em primeiro lugar, é preciso que você se entregue ao sacramento do batismo e seu significado, ou seja, que você anseie por morrer para o pecado e ser renovado no dia derradeiro, como o sacramento indica. Deus aceita isso e o batiza, sendo que a partir desse momento, ele começa a renová-lo. Deus derrama em você sua graça e seu Espírito Santo que começa a mortificar a natureza pecaminosa e o pecado, e começa a prepará-lo para morrer e ressuscitar no último dia.

Além disso, se você se compromete a continuar assim, e a mortificar o pecado cada vez mais enquanto viver, até ao dia de sua morte, Deus aceita também isso e faz com que, durante toda a sua vida, você seja exercitado na prática de muitas boas obras e em muitos sofrimentos. Com isso, ele faz aquilo que você desejou em seu batismo, ou seja: ser libertado do pecado, morrer, e, no dia derradeiro, ressuscitar em novidade de vida e, assim, tornar pleno o batismo.

- Bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja (Um Sermão sobre o Santo, Venerabilíssimo Sacramento do Batismo, 1519)

Fonte: Castelo Forte: Devoções Diárias 1983 (São Leopoldo: Sinodal; Porto Alegre: Concórdia, 1983)

13/01/2014

Meditação de Lutero sobre a Festa do Batismo de Nosso Senhor

“O Batismo de Cristo” (c. 1378), Giusto de' Menabuoi (c. 1320-1391)

Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galileia para o Jordão, a fim de que João o batizasse”. (S. Mateus 3.13)

Aprendam a ter esta festa em alta estima. O fato de Cristo ter-se revelado aos magos por meio de uma estrela foi, sem dúvida, uma grande revelação; mas essa aqui é muito maior. Estes são os verdadeiros três reis: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, que se fazem presentes por ocasião do batismo de Cristo. Se fosse de sua vontade, essa revelação poderia ter acontecido no deserto ou no templo de Jerusalém. Mas, tinha de acontecer por ocasião do batismo, para o nosso ensino, para que tenhamos o batismo em alta conta, e, uma vez que somos batizados, nos consideremos pessoas que foram transformadas, sim, recriadas em santos.

Assim, essa revelação supera em muito aquela outra, pois a estrela apareceu somente aos magos. Agora, da presente revelação todos os cristãos têm necessidade, enquanto que naquele caso apenas alguns gentios tiraram proveito da mesma. Por isso, essa festa deveria, com toda razão Ter o nome de festa do batismo de Cristo e ser chamada “o dia em que Cristo foi batizado”.

Por isso, vocês devem aprender e notar bem como nesse dia Deus se revelou, fazendo uma bela pregação a respeito de seu Filho: que ele tem prazer em tudo o que Filho diz e faz. Pois quem segue o Filho e vive segundo sua palavra, esse também será seu filho amado e terá o Espírito Santo, que também se manifestou por ocasião do batismo de Cristo numa forma bonita, amável e pacífica. Assim, também o Pai se fez ouvir de forma muito amável, dizendo: Aqui vocês têm, não um anjo, um profeta ou apóstolo, mas meu Filho e a mim pessoalmente. Que revelação maior poderia Deus Ter feito de si mesmo? E que melhor serviço poderíamos prestar-lhe senão dar ouvidos a seu Filho, nosso Salvador, e atendo-nos ao que este nos prega e ordena? Quem, porém, não quiser dar-lhe ouvidos e segui-lo para sua salvação, este pode muito bem dar ouvidos ao apóstolo do diabo para sua condenação eterna. Por isso, agradeçamos a Deus por esta graça e peçamos que nos conserve nesta fé e nos salve. Amém.

— Bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja

Fonte: Castelo Forte: Devoções Diárias 1983. 08/01. (São Leopoldo: Sinodal; Porto Alegre: Concórdia, 1983)

Sou crente, batizado em nome de meu Deus

“Batismo de Cristo” (c. 1568), Juan Fernández de Navarrete (c. 1538-1579)
Hino do Rev. Rodolfo Hasse sobre o consolo e a graça do Santo Batismo.

1. Sou crente, batizado
em nome de meu Deus;
aos santos fui juntado,
ao povo que herda os céus.

2. Por graça revestido
do Salvador Jesus,
por ele fui remido
e tenho vida e luz.

3. Por graça renascido,
gerou-me o meu Senhor.
Sou filho seu querido
em Cristo, o Redentor.

4. Inquieta-me o pecado?
Não devo mais temer.
De todo perdoado,
não posso perecer.

5. Fugindo mesmo os montes,
meu Deus será fiel,
não secarão as fontes
da graça de Israel.

6. Ó meu Jesus bendito,
desejo a ti servir
de coração contrito
e sempre a ti seguir.

Hinário Luterano, nº 251
Letra: Rev. Rodolfo Hasse (1890-1968).
Melodia: WINCHESTER OLD, George Kirbye (c. 1565 – 6.10.1634).,

Hino Batismal de Martinho Lutero

“Batismo de Cristo” (1625), Pieter de Grebber (c. 1600-1652/53)
O hino batismal Christ, unser Herr, zum Jordan kum (WA 35,468ss) foi impresso, inicialmente, como folha avulsa, em 1541. Em 1543 passou a integrar diversos hinários. As principais ideias do hino podem ser encontradas em dois sermões sobre o Batismo, baseados no capitulo 3 de São Mateus, do ano de 1540.

Hino sacro sobre nosso santo Batismo, de modo bem resumido o que ele é, quem o instituiu, qual seu proveito, etc.
Dr. Mart. Lutero

1 – Cristo, nosso Senhor, veio ao Jordão,
Segundo a vontade de seu Pai,
Recebeu de S. João o Batismo,
Para cumprir sua obra e ministério.
Ali quis instituir-nos um banho,
Para lavar-nos de pecados,
Afogar também a morte amarga
Por seu próprio sangue e suas próprias chagas.
Estava em jogo uma nova vida,

Christ unser Herr zum Jordan kam
nach seines Vater willen,
Von S. Johans die Tauffe nam,
Sein werck und ampt zurfüllen.
Da wolt er stifften uns ein Bad,
Zu waschen uns von sünden,
Erseuffen auch den bittern Tod
Durch sein selbs Blut und Wunden,
Es galt ein newes Leben.

2 - Ouvi, pois, e ficai sabendo todos
O que o próprio Deus declara a respeito do Batismo,
E o que um cristão deve crer
Para evitar bandos de hereges.
Deus diz e quer que a água seja
Não apenas simples água;
Sua santa Palavra também está presente
Com rico Espírito, sem medida.
É ele quem aqui batiza.

So hört und mercket alle wol,
Was Gott heisst selbs die Tauffe,
Und was ein Christen gleuben sol
Zu meyden Ketzer hauffen.
Gott spricht und wil, das wasser sey,
Doch nicht allein schlecht Wasser,
Sein heiligs Wort ist auch dabey
Mit reichem Geist on massen,
Der ist alhie der Tauffer.

3 - Isto ele nos demonstrou claramente
Com imagens c com palavras.
A voz do Pai com clareza
Se ouviu ali no Jordão.
Ele disse: Este é meu filho amado,
No qual me comprazo,
ESTE vos quero ter recomendado,
Para que a ELE ouçais todos
E sigais seu ensinamento.

Sölchs hat er uns beweiset klar
Mit Bilden und mit Worten.
Des Vaters stim man offenbar
Daselbs am Jordan horte.
Er sprach, Das ist mein lieber Son,
An dem ich hab gefallen,
DEN wil ich Euch befohlen han,
Das jr IN höret Alle
Und folget seinem Leren.

4 - Também o Filho de Deus se encontra ali pessoalmente
Em sua frágil humanidade.
O Santo Espírito desce
Vestido em imagem de pomba.
Disto não deves duvidar
Ao sermos batizados:
Todas as três Pessoas batizaram,
Com o que entre nós na terra
Vieram morar.

Auch Gottes Son hie selber steht
In seiner zarten Menschheit.
Der heilig Geist ernider fert
In Taubenbild verkleidet.
Das wir nicht sollen zweiueln dran,
Wenn wir getauffet werden,
All drey Person getauffet han,
Da mit bey uns auff Erden
Zu wohnen sich ergeben.

5 - A seus discípulos o Senhor Cristo ordena:
Ide ao mundo inteiro ensinar
Que ele está perdido em pecados
E deve voltar-se à penitência.
Quem crer e se deixar batizar
Assim há de salvar-se,
É considerado pessoa renascida,
Que não mais pode morrer.
Herdará o reino de Deus.

Sein Jünger heisst der Herre Christ,
Geht hin all Welt zu leren,
Das sie verlorn in Sünden ist,
Sich sol zur Busse keren.
Wer gleubet und sich teuffen lesst,
Sol dadurch selig werden,
Ein newgeborner Mensch er heisst,
Der nicht mehr könne sterben.
Das Himelreich sol erben.

6 - Quem não acreditar nessa grande graça
Permanecerá em seus pecados
E está condenado à morte eterna,
No fundo do abismo do inferno.
Sua própria santidade não adianta,
Todo seu fazer é vão,
O pecado hereditário o torna nulo,
No qual ele nasceu.
É incapaz de ajudar a si próprio.

Wer nicht gleubt dieser grossen Gnad
Der bleibt in seinen Sünden
Und ist verdampt zum ewigen Tod
Tieff in der Hellen grunde.
Nicht hilfft sein eigen heiligkeit,
All sein Thun ist verloren,
Die Erbsünd machts zur nichtigkeit,
Darin er ist geboren,
Vermag jm selbs nichts helffen.

7 - O olho vê apenas a água,
Pessoas derramando água.
A fé no Espírito entende a força
Do sangue de Jesus Cristo.
É para ele um rio vermelho,
Tingido pelo sangue de Cristo,
Que cura todo o dano
Herdado de Adão,
Cometido também por nós mesmos.

Das Aug allein das Wasser siht,
Wie Menschen Wasser giessen,
Der Glaub im Geist die krafft versteht
Des Blutes Jhesu Christi.
Und ist für im ein rote Flut,
Von Christus Blut geferbet,
Die allen Schaden heilen thut,
Von Adam her geerbet,
Auch von uns selbs begangen.

Tradução: Obras Selecionadas de Lutero, Vol. 5, p. 559-561

VERSÃO CANTATA (Por Ilson Kayser)
(Partitura em Obras Selecionadas de Lutero, Vol. 5, p. 559)

1 - Cristo, o Senhor, vem ao Jordão,
Ao Pai obedecendo.
Toma o Batismo de São João,
Sua obra preparando.
Um banho quer instituir,
Lavar-nos do pecado;
A morte amarga destruir
Por seu sofrer amargo.
Eis uma nova vida.

2 - Cristãos, ó vinde compreender
Que vem a ser Batismo,
E o que devemos todos crer,
Sem falso hereticismo!
Esta água que o Batismo dá
Não é só simples água.
O Verbo a ela unido está,
Com bênção sem medida.
É ele quem batiza.

3 - Deus mesmo disso provas deu
Em símbolo e palavras
Que no Jordão do Pai se ouviu
Bem nítidas e claras.
Disse ele: "É ESTE o Filho meu,
No qual eu me comprazo.
A ELE", disse a voz do céu,
"prestai atento ouvido.
Segui o que ELE ensina".

4 - De Deus o Filho vem do céu,
Em carne aparecido.
Também o Espírito desceu
Em pomba figurado.
Que não venhamos a descrer
Que, quando nos batizam,
As três Pessoas hão de ser
As quais o realizam.
Aqui morar vieram.

5 - "Discípulos", disse o Senhor,
"pregai que veio a hora
De o ser humano pecador
Arrepender-se, e agora!
Quem crer e batizado está
Terá eterna sorte.
Um homem novo ele será,
Que não verá a morte.
Do céu o reino é dele."

6 - Da grande graça quem descrer
Persiste no pecado;
À morte eterna há de ser
No inferno condenado.
A santidade nada faz,
Tampouco a obra própria;
Por nascimento é incapaz,
O velho Adão não deixa.
Não pode ajudar-se.

7 - Só água o olho humano vê,
Por homens derramada.
No espírito, porém, a fé
De Cristo a cruz sagrada
Contempla, e o santo sangue seu,
Um banho milagroso,
Que expurga todo o vício meu,
No qual eu fui nascido,
E venho praticando.

12/01/2014

Evangelho Dominical – Festa do Batismo de Nosso Senhor (Primeiro Domingo após Epifania)

“Batismo de Cristo” (c. 1561), Paolo Veronese (1528-1588)
Evangelho segundo S. Mateus 3.13-17

13 Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galileia para o Jordão, a fim de que João o batizasse.
 14 Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?
 15 Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu.
 16 Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele.
 17 E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.

- Bíblia Sagrada, Edição Almeida Revista e Atualizada (SBB)

10/01/2014

Comemoração de Basílio Magno de Cesareia, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa, Pastores e Confessores - 10 de janeiro


Basílio e os dois Gregórios, coletivamente conhecidos como os “Pais Capadócios” ou “Os Três Capadócios”, foram líderes da ortodoxia cristã na Ásia Menor (atual Turquia) no final do século quarto. Basílio e Gregório de Nissa eram irmãos e Gregório Nazianzeno era amigo destes. Todos os três foram influentes na formação da teologia ratificada pelo Concílio de Constantinopla de 381, a qual está expressa no Credo Niceno. A defesa das doutrinas do Espírito Santo e da Santíssima Trindade, juntamente com as contribuições para a liturgia da Igreja do Oriente, os coloca entre os mais influentes mestres e teólogos cristãos do tempo em que viveram.

LEITURAS:

† Salmo 139.1-9 ou 34.1-8
† Sabedoria 7.7-14
† 1 Coríntios 2.6-13
† S. Lucas 10.21-24

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, tu revelaste à tua Igreja a tua natureza eternal de gloriosa majestade e perfeito amor como um Deus numa Trindade de Pessoas. Que a tua Igreja, com bispos como Basílio de Cesareia, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa, receba a graça de continuar firme na confissão da verdadeira fé e constante em nossa adoração a ti, Pai, Filho e Espírito Santo, que vive e reina, um só Deus, agora e sempre. Amém.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2009. p. 1105)

09/01/2014

Festa do Batismo de Nosso Senhor (Primeiro Domingo após Epifania) – 12 de janeiro de 2014

“Batismo de Cristo” (c. 1520), Bacchiacca (1494-1557)
O Santo Deus Triúno é manifestado e revela-se a nós no Santo Batismo

O Batismo de Nosso Senhor é uma "Epifania" do único e verdadeiro Deus na carne e sangue de Jesus. Ele é o Servo escolhido do Senhor, ungido com o Espírito para o resgate do povo de Deus e promulgar "o direito para os gentios" (Is 42.1). Desta forma, Ele faz novas todas as coisas e Ele é dado como "mediador da aliança com o povo e luz para os gentios" (Is 42:6). Nas águas do Jordão, ele toma seu lugar com os pecadores e leva todos os pecados do mundo sobre si mesmo. Ele é submetido ao batismo de arrependimento, a fim de "cumprir toda a justiça" para nós (Mateus 3.15). Ele submete-se à maldição do pecado e da morte, a fim de nos redimir. Nós somos batizados com o batismo igual ao dele, desse modo, morremos e ressurgimos com Ele, de forma que nós "também viveremos com Ele" (Rm 6.8). Na verdade, todos nós que somos batizados em Cristo Jesus somos ungidos com o Seu Espírito e nomeado pelo Pai como filhos e filhas amados que lhe dão muita alegria. — Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod)

Cor litúrgica: Branca

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Isaías 42.1-9
† Salmo: Salmo 29 (antífona: v. 3)
† Epístola: Romanos 6.1-11
† Evangelho: S. Mateus 3.13-17

ORAÇÃO DO DIA:

Pai dos céus, ao ser batizado no Rio Jordão Jesus foi proclamado teu Filho amado e ungido com o Espírito Santo. Faze com que todos os batizados em seu nome sejam fiéis a seu chamado como teus filhos e herdeiros com ele da vida eterna; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

07/01/2014

Cristo é verdadeiro Deus

“Natividade, à Noite” (1484-90), Geertgen tot Sint Jans (1460/65-1490)
Devemos nos ater ao discurso e às palavras da Escritura e reter e confessar a doutrina de que este Cristo é verdadeiro Deus, através de quem todas as coisas são criadas e existem, e, ao mesmo tempo, que este mesmo Cristo, Filho de Deus, nasce da virgem Maria, morre na cruz, etc. Ademais, Maria, a mãe, não carrega, dá à luz, amamenta e alimenta tão-somente o homem, tão-somente carne e sangue – pois isso seria dividir a pessoa –, mas ela carrega e alimenta um filho que é Filho de Deus. Por isso, ela é corretamente chamada não só a mãe do homem, mas, também, a mãe de Deus. Isso, os antigos Pais ensinaram contra os nestorianos, que se opunham a que Maria fosse chamada de mãe de Deus e se recusavam a dizer que ela dera à luz o Filho de Deus.

-- Bem-aventurado Martinho Lutero (1483-1546), doutor e reformador da igreja, em “Os capítulos 14 e 15 de S. João, pregados e interpretados pelo Dr. Martinho Lutero” (1537-38).

Fonte: Obras Selecionadas de Martinho Lutero, Volume 11. São Leopoldo: Sinodal; Porto Alegre: Concórdia, 2010. p. 143-144.

06/01/2014

Maravilhosa, poderosa e confortante Graça e Verdade Natalina nas Confissões Luteranas

"Natividade de Cristo" (1853), Franz von Rohden (1817-1903)
Hoje termina o Natal! Para os cristãos orientais este dia é o "Natal dos Gentios".

Para refletirmos sobre a maravilhosa, poderosa e confortante Graça e Verdade Natalina, apresentamos um pequeno sumário de afirmações-chaves das Confissões Luteranas sobre o Natal, que pode ser utilizado para estudo bíblico nas paróquias e nos lares:

[Creio] ... em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido do Espírito Santo, nasceu da Virgem MariaCredo Apostólico

[Creio] ... em um só Senhor Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus e nascido do Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial ao Pai, por quem foram feitas todas as coisas; o qual, por amor de nós homens e por nossa salvação, desceu dos céus, e encarnou, pelo Espírito Santo, na Virgem Maria, e se fez homem. – Credo Niceno

Mas para a salvação eterna também é necessário crer fielmente na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo. A fé verdadeira, por conseguinte, é crermos e confessarmos que nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem. É Deus, gerado da substância do Pai antes dos séculos, e é homem, nascido, no mundo, da substância da mãe. Deus perfeito, homem perfeito, subsistindo de alma racional e carne humana. Igual ao Pai segundo a divindade, menor que o Pai segundo a humanidade. Ainda que é Deus e homem, todavia não há dois, porém um só Cristo. Um só, entretanto, não por conversão da divindade em carne, mas pela assunção da humanidade em Deus. De todo um só, não por confusão de substância, mas por unidade de pessoa. – Credo Atanasiano

Ensina-se, além disso, que Deus Filho se fez homem, nascido da pura Virgem Maria, e que as duas naturezas, a divina e a humana, inseparavelmente unidas em uma única pessoa são um só Cristo, que é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, que verdadeiramente nasceu...Confissão de Augsburgo, Art. III (Trad. do Texto Alemão)

Ensinam outrossim que o Verbo, isto é, o Filho de Deus, assumiu a natureza humana no seio da bem-aventurada Virgem Maria. De sorte que há duas naturezas, a divina e a humana, inseparavelmente conjungidas na unidade da pessoa, um só Cristo, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, que, nascido da Virgem Maria...Confissão de Augsburgo, Art. III (Trad. do Texto Latino)

A primeira parte dos Artigos trata dos sublimes artigos da majestade divina, a saber: [...] Que o Filho se tornou homem desta maneira: foi concebido pelo Espírito Santo, sem cooperação varonil, e nasceu da pura e santa Virgem Maria.Artigos de Esmalcalde

Creio que Jesus Cristo, verdadeiro Deus, nascido do Pai desde a eternidade, e também verdadeiro homem, nascido da Virgem Maria, é meu SENHOR...Catecismo Menor (Explicação do 2º Artigo)

Mas as partes que se seguem umas às outras neste artigo, outra coisa não fazem senão explicar e expressar essa redenção, como e por meio de que ela se realizou, isto é, o que lhe custou e o que empatou e deu para conquistar-nos e pôr-nos sob seu domínio, a saber, que se tornou homem, foi concebido e nasceu do Espírito Santo e da Virgem sem qualquer pecado, a fim de que fosse Senhor sobre o pecado. – Catecismo Maior (2º Artigo)

Cremos, ensinamos e confessamos, por isso, que Maria concebeu e deu à luz não um mero e simples homem, mas o verdadeiro Filho de Deus. Por essa razão ela acertadamente é chamada Mãe de Deus e verdadeiramente o é.Fórmula de Concórdia (Epítome, VIII)

... Cristo Jesus é agora, em uma só pessoa, simultaneamente verdadeiro e eterno Deus, nascido do Pai desde a eternidade, e verdadeiro homem, nascido da laudatíssima Virgem Maria...Fórmula de Concórdia (Declaração Sólida, VIII)

Em virtude dessa união e comunhão pessoal das naturezas, Maria, a Virgem laudatíssima, não deu à luz um mero homem, mas um homem que verdadeiramente é Filho do Deus Altíssimo, conforme testifica o anjo. Demonstrou sua majestade divina até no seio materno, com o fato de haver nascido de uma virgem não injuriada em sua virgindade. Razão por que ela deveras é a mãe de Deus, e não obstante permaneceu virgem.Fórmula de Concórdia (Declaração Sólida, VIII)

No que diz respeito a essa majestade a que Cristo foi exaltado segundo a sua humanidade, não a recebeu apenas ao ressuscitar dos mortos e ascender ao céu, mas quando foi concebido no seio materno e se tornou homem, e a natureza divina e a humana foram pessoalmente unidas. – Fórmula de Concórdia (Declaração Sólida, VIII)

Ele fez uso desse modo [presença espiritual] ao sair do túmulo fechado e atravessar porta trancada, e no pão e vinho na ceia, e, como se crê, ao nascer de sua mãe,etc.Fórmula de Concórdia (Declaração Sólida, VII)

Fonte: LIVRO DE CONCÓRDIA: As confissões da Igreja Evangélica Luterana. 5. ed. Porto Alegre: Concórdia; São Leopoldo: Sinodal, 1997.

Evangelho do Dia – Festa da Epifania de Nosso Senhor

“A Adoração dos Magos” (1620), Luis Tristán de Escamilla (1586-1624)
Evangelho segundo S. Mateus 2.1-12

1 Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém.
 2 E perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo.
 3 Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes, e, com ele, toda a Jerusalém;
 4 então, convocando todos os principais sacerdotes e escribas do povo, indagava deles onde o Cristo deveria nascer.
 5 Em Belém da Judeia, responderam eles, porque assim está escrito por intermédio do profeta:
 6 E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel.
 7 Com isto, Herodes, tendo chamado secretamente os magos, inquiriu deles com precisão quanto ao tempo em que a estrela aparecera.
 8 E, enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide informar-vos cuidadosamente a respeito do menino; e, quando o tiverdes encontrado, avisai-me, para eu também ir adorá-lo.
 9 Depois de ouvirem o rei, partiram; e eis que a estrela que viram no Oriente os precedia, até que, chegando, parou sobre onde estava o menino.
 10 E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo.
 11 Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra.
 12 Sendo por divina advertência prevenidos em sonho para não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho a sua terra.

- Bíblia Sagrada, Edição Almeida Revista e Atualizada (SBB)

Hino de Lutero para a Festa de Epifania

"Adoração dos Magos" (1655-1660), Bartolomé_Esteban_Murillo (1617–1682)
O hino “Was fürchtest du, Feind Herodes, sehr” (WA 35,470s) foi composto por Martinho Lutero em 12 de dezembro de 1541 a partir de antigo hino latino de Epifania escrito no séc. V. Lutero acompanha a Igreja Antiga na interpretação da festa de 6 de janeiro: é o dia em que a estrela conduziu os magos até o presépio; em que a água foi transformada em vinho, em Caná; em que João Batista batizou a Jesus.

Célio Sedúlio, ou Cœlius Sedulius (c. 450), chamado por Lutero de christianissimus poeta (Martin Schanz, Geschichte der römischen Literatur bis zum Gesetzgebungswerk des Kaisers Justinian, IV, Pt. 2 (1920), pág, 373), escreveu o poema latino alfabetado Paean Alphabeticus de Christo, que narra a vida de Jesus, desde o nascimento até a ressurreição, em 23 estrofes “ambrosianas”. O texto das primeiras estrofes foi extraído do poema original para formar dois hino muito conhecidos de Natal “A solis ortus cardine” (sete primeiros estrofes) e de Epifania “Hostis Herodes Impie” (estrofes 8 , 9, 11 e 13), os quais também foram traduzidas por Martinho Lutero: "Christum wir sollen loben schon" e "Was fürchtst du Feind Herodes sehr”.

As estrofes de Hostis Herodes narram a história de Herodes, o Grande e dos Reis Magos, juntamente com o Batismo de Cristo e o milagre das bodas de Caná, temas do período de Epifania. A tradução de Lutero deste hino em alemão “Was fürcht'st du, Feind Herodes, sehr”, há muito caiu em desuso, mas é de valor inestimável.

O hino hostis Herodes (Inimigo Herodes)
segundo a melodia A solis ortus, etc. (Desde o nascer do Sol)
Dr. Mart. Lutero

1. Was fürcht'st du, Feind Herodes, sehr,
Daß uns gebor'n kommt Christ der Herr?
Er sucht kein sterblich Königreich,
Der zu uns bringt sein Himmelreich.

1 - Por que temes tanto, inimigo Herodes, 
O nascimento de Cristo, o SENHOR? 
Não busca reino mortal 
Aquele que traz seu reino celestial. 

2. Dem Stern die Weisen folgen nach,
Solch' Licht zum rechten Licht sie bracht';
Sie zeigen mit den Gaben drei,
Dies Kind, Gott, Mensch, und König sei.

2 – Os magos seguem a estrela, 
Essa luz os conduziu à luz verdadeira. 
Com os três presentes eles confessaram
Que esta criança é Deus, ser humano e rei.

3. Die Tauf' im Jordan an sich nahm
Das himmelische Gottes Lamm,
Dadurch, der nie kein' Sünde that,
Bon Sünden uns gewaschen hat.

3 - Recebeu o batismo no Jordão, 
O celestial Cordeiro de Deus, 
Pelo que aquele que nunca cometeu pecado algum
Nos lavou dos pecados. 

4. Ein Wunderwerk da neu geschah;
Sechs steinern' Krüge man da sah
Voll Wasser, das verlor sein Art,
Rother Wein durch sein Wort d'raus ward.

4 - Novo milagre ali aconteceu:
Seis jarras de pedra ali se encontravam, 
Cheias de água, a qual perdeu sua natureza, 
Por sua palavra ela se transformou em vinho tinto.

5. Lob, Ehr' und Dank fei dir gesagt,
Christ, gebor'n von der reinen Magd,
Mit Vater und dem heiligen Geist
Von nun an bis in Ewigkeit.

5 - Louvar, glória e graça a ti sejam dados, 
[Cristo, nascido da virgem pura, 
Com o Pai e o Santo Espírito, 
Desde agora até a eternidade.]

Tradução: Obras Selecionadas de Lutero, vol. 7, p. 555-556



Versão Cantada de Ilson Kayser
(Partitura nas Obras Selecionadas de Lutero, vol. 7, p. 555-556)

1 - Por que, Herodes, o pavor
Por ter nascido o Salvador?
Jesus não quer o reino teu,
Seu próprio reino traz do céu.

2 - A estrela os magos orientou
E à vera Luz encaminhou.
Com seus presentes provas dão
Que aqui jaz Deus e nosso irmão.

3 - De Deus Cordeiro, justo e bom,
Foi batizar-se no Jordão,
Assim o que jamais pecou
De todo o vício nos lavou.

 4 - Milagre aconteceu então:
Seis talhas de água cheias são;
Sua Palavra a transformou,
E, vinho tinto ele a tornou.

5 - Louvor e graça seja a ti,
[Nascido de Maria aqui.
Também ao Espírito e a Deus Pai
Agora e sempre graças dai.]


Hino latino “Hostis Herodes Impie” de Célio Cedúlio

1. Hostis Herodes impie,
Christum venire quid times?
Non eripit mortalia,
qui regna dat cælestia.

2. Ibant magi, quam viderant
stellam sequentes præviam,
Lumen requirunt lumine,
deum fatentur munere.

3. Lavacra puri gurgitis
cælestis agnus attigit,
Peccata quæ non detulit,
Nos abluendo sustulit.

4. Novum genus potentiæ
aquæ rubescunt hydriae,
Vinumque iussa fundere,
mutavit unda originem.

[5. Gloria tibi, Domine,
Qui apparuisti hodie,
Cum Patre et Sancto Spiritu
In sempiterna saecula. Amen.]

Nota:
O quinto verso não aparece no documento original deste hino, mas aparece em outros textos. Era comum a adição de tal doxologia aos textos latinos originais desta natureza.

Fontes:

BAROFFIO, Giácomo. A hinódia latina. In: ECO, Umberto (Org.). Idade Média: Bárbaros, cristãos e muçulmanos. Vol. 1. Alfragide, Portugal: Publicações Dom Quixote, p. 555.

LUTERO, Martinho. Obras Selecionadas, vol. 7. São Leopoldo: Sinodal; Porto Alegre: Concórdia, 2000. p. 555-556.

WACKERNAGEL, Philipp (Ed.). Das Deutsche Kirchenlied von der ästesten Beit bis zu Unfang des XVII. Jahrhunderts. Volume 1. Leipzig, Drud und Berlag von B. G. Leubner, 1864. p. 46-47.

Três reis magos do Oriente a sós


Hino para a Festa da Epifania de Nosso Senhor:

Hinário Luterano, nº 564

1. Três reis magos do Oriente a sós,
com presentes viemos nós,
entre montes, campos, fontes,
de linda estrela após.

     Refrão:
     Linda estrela de fulgente luz,
     o teu brilho nos conduz.
     Luz celeste, rumo oeste,
     guia-nos ao Rei Jesus.

2. Rei, nascido em distante lar,
ouro trago para te dar.
Rei superno, dom eterno,
vem sobre nós reinar. [Refrão]

3. Ofertar-te incenso me apraz,
pois incenso a Deus só se traz,
que comprova a prece nova
na adoração veraz. [Refrão]

4. Eis a mirra de agreste odor,
que na vida exprime o fervor,
singeleza, luz, beleza,
exuberante amor. [Refrão]

5. Rei glorioso, bendito Deus,
sacrifício aos pecados meus.
Aleluia, Aleluia!
soa na terra e céus. [Refrão]


Três reis magos do Oriente” (“We Three Kings”) é um cântico tradicional de Natal, muito adequado para a Festa da Epifania.

O contexto da canção gira em torno dos magos que visitaram Jesus durante sua Natividade e lhe deram presentes: ouro, incenso e mirra. John Henry Hopkins , Jr., organizou o cântico de tal forma que três vozes masculinas cantam uma única estrofe cada uma, correspondendo aos três reis magos. A primeira e última estrofes são cantadas em conjunto por todos os três como “versos de louvor”, enquanto as estrofes intermediárias são cantadas individualmente, com cada rei mago descrevendo o presente que estava trazendo . O refrão louva a beleza da Estrela de Belém.

Na época em que estava escrevendo “We Three Kings”, em 1857, John Henry Hopkins Jr., servia como o reitor da Christ Episcopal Church em Williamsport, Pensilvânia (EUA). Durante o seu último ano no General Theological Seminary, Hopkins escreveu o texto e a melodia de "We Three Kings" para uma representação natalina realizada na faculdade. Originalmente intitulada "Three Kings of Orient", a canção foi inicialmente entoada apenas dentro do círculo de familiares e amigos de Hopkins.

Apesar de escrita em 1857, a canção só foi publicado pela primeira vez em 1862, na compilação de Hopkins intitulada “Carols, Hymns and Songs”. Foi a primeira canção natalina originária dos Estados Unidos a alcançar grande popularidade, bem como a primeiro a ser tratada com, especial destaque em “Christmas Carols Old and New”, um prestigiosa coleção de canções publicada no Reino Unido. Em 1916, a canção foi impressa no hinário da Igreja Episcopal americana.

A canção foi publicada no Hinário Luterano da Igreja Evangélica Luterana do Brasil, sob o número 564. O texto em português é baseado nas traduções feitas em 1938, por Ruth Bosworth See (1873-1960) e em 1947, pelo pastor metodista Rev. Antônio de Campos Gonçalves (1899-1983).

No vídeo, a música executada pelo Bevilacqua Coral e Orquestra (direção e regência: Renato Bevilacqua):



TEXTO ORIGINAL

We three kings of Orient are;
Bearing gifts we traverse afar,
Field and fountain, moor and mountain,
Following yonder star.

     Refrain
     O star of wonder, star of light,
     Star with royal beauty bright,
     Westward leading, still proceeding,
     Guide us to thy perfect light.

Born a King on Bethlehem’s plain
Gold I bring to crown Him again,
King forever, ceasing never,
Over us all to reign.

Refrain

Frankincense to offer have I;
Incense owns a Deity nigh;
Prayer and praising, voices raising,
Worshipping God on high.

Refrain

Myrrh is mine, its bitter perfume
Breathes a life of gathering gloom;
Sorrowing, sighing, bleeding, dying,
Sealed in the stone cold tomb.

Refrain

Glorious now behold Him arise;
King and God and sacrifice;
Alleluia, Alleluia,
Sounds through the earth and skies.

Assista a esta linda versão de We Three Kings (arr. Martin Neary), cantada pelo pelo coro britânico do King's College (Cambridge):

A Jornada dos Magos - T. S. Eliot

Ilustração de Edward McKnight Kauffer para “A Jornada dos Magos” de T. S. Eliot
A Jornada dos Magos (T. S. Eliot)
Tradução: Ivan Junqueira

Foi um frio que nos colheu
Na pior quadra do ano
Para uma viagem, e longa era a viagem:
Os caminhos enlameados e o tempo adverso
Em pleno coração de inverno.”
E os camelos escoriados, o casco em chagas, indóceis,
Jaziam em meio à neve derretida.
Foram momentos em que recordamos
Os palácios estivais sobre os penhascos, os terraços,
As sedosas meninas que nos traziam afrodisíacos.
E depois os cameleiros que imprecavam e maldiziam
E desertavam, e exigiam fêmeas e aguardente.
E os fogos da noite em bruxuleio, a falta de apriscos,
As cidades hostis, as vilas inóspitas,
As aldeias sujas e tudo a preços absurdos.
Foi uma rude quadra para nós.
Ao fim preferimos viajar à noite
Dormindo entre uma e outra vigília,
Com vozes que cantavam em nossos ouvidos, dizendo
Que aquilo tudo era uma loucura.

E eis alcançamos pela aurora um vale ameno,
Úmido, sob a linha da neve, impregnado de aromas silvestres,
Com o regato e um moinho a fustigar as trevas,
E três árvores recortadas contra o céu baixo,
E um velho cavalo branco a galope pelo prado.
E chegamos depois a uma taverna com parras sobre as vigas;
Seis mãos se viam pela porta entreaberta
A disputar peças de prata com seus dados,
E pés que golpeavam os odres já vazios
Mas nenhuma informação nos deram, e então seguimos
Para chegarmos ao crepúsculo, sequer um instante antes,
E encontrarmos o lugar; foi (podeis dizer) satisfatório.

Tudo isso há muito tempo se passou, recordo,
E outra vez o farei, mas considerai
Isto considerai
Isto: percorremos toda aquela estrada
Rumo ao Nascimento ou à Morte? Um nascimento, é certo,
Tínhamos prova, não resta dúvida: um nascimento e morte contemplei,
Mas os pensara diferentes; tal nascimento era, para nós,
Amarga e áspera agonia, como a Morte, a nossa morte.
Regressamos às nossas plagas, estes Reinos,
Porém aqui não mais à vontade, de acordo com a antiga ordem divina,
Onde um povo estranho se agarra aos próprios deuses.
Uma outra morte me será bem vinda.

Ilustração de Edward McKnight Kauffer para “A Jornada dos Magos” de T. S. Eliot
"A Jornada dos Magos" é um poema de 43 linha escrito em 1927 por T. S. Eliot (1888-1965), Nobel de Literatura em 1948. É um dos cinco poemas que Eliot escreveu para uma série de 38 panfletos, escritos por vários autores, intitulado coletivamente de “Ariel Poems” (Poemas de Ariel) e lançado pela editora britânica Faber and Gwyer (mais tarde, Faber & Faber). Publicado em agosto de 1927, “A Jornada dos Magos” foi o oitavo da série, com ilustrações do artista Edward McKnight Kauffer (1890-1954). Os poemas, incluindo "A Jornada dos Magos", foram publicados mais tarde em ambas as edições de coleções de poemas de Eliot em 1936 (Collected Poems: 1909–1935) e 1963 (Collected Poems: 1909–1962), publicadas conjuntamente pelas editoras Faber & Faber (Londres) e Harcourt Brace (New York).

TEXTO ORIGINAL DE T. S. ELIOT

The Journey of the Magi

A cold coming we had of it,
Just the worst time of the year
For a journey, and such a long journey:
The was deep and the weather sharp,
The very dead of winter."
And the camels galled, sore-footed, refractory,
Lying down in the melting snow.
There were times we regretted
The summer palaces on slopes, the terraces,
And the silken girls bringing sherbet.
Then the camel men cursing and grumbling
And running away, and wanting their liquor and women,
And the night-fires gong out, and the lack of shelters,
And the cities hostile and the towns unfriendly
And the villages dirty, and charging high prices.:
A hard time we had of it.
At the end we preferred to travel all night,
Sleeping in snatches,
With the voices singing in our ears, saying
That this was all folly.

Then at dawn we came down to a temperate valley,
Wet, below the snow line, smelling of vegetation;
With a running stream and a water-mill beating the darkness,
And three trees on the low sky,
And an old white horse galloped away in the meadow.
Then we came to a tavern with vine-leaves over the lintel,
Six hands at an open door dicing for pieces of silver,
And feet kicking the empty wine-skins.
But there was no information, and so we continued
And arrived at evening, not a moment too soon
Finding the place; it was (you may say) satisfactory.

All this was a long time ago, I remember,
And I would do it again, but set down
This set down
This: were we lead all that way for
Birth or Death? There was a Birth, certainly,
We had evidence and no doubt. I have seen birth and death,
But had thought they were different; this Birth was
Hard and bitter agony for us, like Death, our death.
We returned to our places, these Kingdoms,
But no longer at ease here, in the old dispensation,
With an alien people clutching their gods.
I should be glad of another death.

Festa da Epifania de Nosso Senhor - 6 de janeiro

“A Adoração dos Magos” (1570), Fray Nicolás Borrás (1530-1610)
O Senhor Deus é manifestado no Filho Encarnado

A Festa da Epifania enfoca a visita dos Magos do Oriente. Neste contexto, este é um “Décimo Terceiro Dia” de Natal e também o início de um novo período litúrgico. Enquanto o Natal tinha focado na encarnação de Nosso Senhor – isto é, Deus se tornando carne –, o período da Epifania enfatiza a manifestação ou auto-revelação de Deus nesta mesma carne de Cristo. Por isso o próprio Senhor vem sobre nossa escuridão e resplandece sobre nós com o brilho de sua verdadeira Luz (Isaías 60.1-2). Ele faz isto principalmente pela sua Palavra do Evangelho, a qual Ele faz com que seja pregada dentro de sua Igreja na terra, não só para os judeus, mas também para os gentios (Efésios 3.8-10). Assim como os Magos foram guiados pelas promessas da Sagrada Escritura para encontrar e adorar o Menino Jesus com sua mãe na casa (S. Mateus 2.5-11), o mesmo acontece quando Ele chama discípulos de todas as nações por meio da pregação da Palavra de Deus, para encontrá-lo e adorá-lo em sua Igreja (Isaías 60.3-6). Com ouro eles confessaram sua realeza, com incenso, sua divindade e com mirra, seu sacrifício sacerdotal (S. Mateus 2.11).

Cor litúrgica: Branca

LEITURAS:

Antigo Testamento: Isaías 60.1–6
Salmo: Salmo 72.1-11 (12-15) (antífona: v. 18)
Epístola: Efésios 3.1–12
Evangelho: S. Mateus 2.1–12

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, pela direção de uma estrela tornaste conhecido o teu Filho unigênito àqueles que não faziam parte do teu povo. Dirige a nós, que o conhecemos pela fé, a desfrutar nos céus da plenitude da sua divina presença; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

05/01/2014

Evangelho Dominical – Segundo Domingo após Natal

“Cristo entre os Doutores” (1668), Abraham Danielsz Hondius (1625-1691)
Evangelho segundo S. Lucas 2.40-52

40 Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.
 41 Ora, anualmente iam seus pais a Jerusalém, para a Festa da Páscoa.
 42 Quando ele atingiu os doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa.
 43 Terminados os dias da festa, ao regressarem, permaneceu o menino Jesus em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem.
 44 Pensando, porém, estar ele entre os companheiros de viagem, foram caminho de um dia e, então, passaram a procurá-lo entre os parentes e os conhecidos;
 45 e, não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém à sua procura.
 46 Três dias depois, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os.
 47 E todos os que o ouviam muito se admiravam da sua inteligência e das suas respostas.
 48 Logo que seus pais o viram, ficaram maravilhados; e sua mãe lhe disse: Filho, por que fizeste assim conosco? Teu pai e eu, aflitos, estamos à tua procura.
 49 Ele lhes respondeu: Por que me procuráveis? Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?
 50 Não compreenderam, porém, as palavras que lhes dissera.
 51 E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso. Sua mãe, porém, guardava todas estas coisas no coração.
 52 E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens.

- Bíblia Sagrada, Edição Almeida Revista e Atualizada (SBB)