27/01/2018

João Crisóstomo: Deus transformou em santos os que eram pecadores e inimigos

Hoje lembramos de João Crisóstomo, um dos grandes Pais da Igreja grega. Neste trecho de sua Segunda Homilia sobre a Segunda Carta a Timóteo, Crisóstomo comenta sobre como Paulo encorajou o discípulo Timóteo. Paulo lembra, em sua Carta a Timóteo que, ainda que o crente sofra por causa de sua fé, não precisa se envergonhar, pois Jesus sofreu por nós na cruz e o fez voluntariamente, movido por grande amor.

Eis o trecho da homilia de João Crisóstomo:

[Paulo] não disse: Não temas, nem te apavores, mas antes sê ousado: “Não te envergonhes” [2 Tm 1.8], como se acabassem os perigos desde que desistisses de envergonhar-te. O pudor tem só isto de molesto: Ser por ele dominado. “Não te envergonhes”, portanto, uma vez que eu [Paulo], que ressuscito mortos, faço inúmeros milagres, percorro o orbe, agora estou preso, pois não sou prisioneiro como um criminoso, mas por causa do crucificado. Meu Senhor não se envergonhou da cruz, nem eu, dos vínculos. E com razão, admoestando-o a não se envergonhar, primeiro relembra a cruz. Se não te envergonhas da cruz, diz ele, nem te envergonhes dos vínculos; se nosso Senhor e mestre suportou a cruz, muito mais nós devemos tolerar as cadeias. Quem se envergonha do que ele sofreu, também se cora do crucificado. Não é por minha causa, diz ele, que carrego essas cadeias. Nada de fraquezas humanas. Participa delas, “participa do meu sofrimento pelo evangelho”; ele não quer dizer que o evangelho provoca sofrimento, e sim estimular o discípulo a sofrer em prol do evangelho. “Confiando no poder de Deus, que nos salvou e nos chamou com uma vocação santa, não em virtude de nossas obras, mas em virtude do seu próprio desígnio e graça. Essa graça, que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos.” Visto que era duro dizer: “Participa do meu sofrimento”, [Paulo] novamente o consola [Timóteo] nesses termos: “Não em virtude de nossas obras”, isto é, não julgues que suportas por tua própria força, e sim pelo poder de Deus. A ti cabe escolher e diligentemente receber, a Deus compete aliviar e dar repouso. Em seguida, enuncia também os indícios de seu poder. Pensa, diz ele, como foste salvo, como foste chamado, conforme diz em outra passagem: “Ao que é poderoso para realizar por nós” (Ef 3.20). Assim, persuadir a todo o orbe resultava de poder maior do que criar o céu. De que maneira chamou “com uma vocação santa”? Transformou em santos os que eram pecadores e inimigos; e isto não por nossa virtude, por dom de Deus. Ele é poderoso para chamar e bondoso pela graça, e não por dever, ou a fim de ser temido. Salvou-nos pela graça porque precisávamos de salvação e apesar de sermos inimigos; vendo-nos atuar, não haverá mais ainda de cooperar? “Não em virtude de nossas obras, mas em virtude do seu próprio desígnio” [2 Tm 1.9]. Isto é, sem que ninguém obrigasse ou aconselhasse, mas por seu próprio desígnio, impelido por sua bondade, nos salvou. É o sentido da frase: “Mas em virtude do seu próprio desígnio e graça. Essa graça, que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos.” Isto é, sem princípio estas coisas foram prefiguradas em Cristo Jesus, para serem cumpridas.

- São João Crisóstomo, Pai da Igreja, Arcebispo de Constantinopla (Segunda Homilia sobre a Segunda Carta a Timóteo In: Patrística: São João Crisóstomo - Comentário às Cartas de São Paulo/3. São Paulo: Paulus, 2014.)


João Crisóstomo, Pregador - 27 de janeiro

São João Crisóstomo (entre 1510-11), Sebastiano del Piombo  (1485–1547)
Tendo recebido o nome adicional de Crisóstomo, que significa “boca de ouro”, em grego, São João foi uma autoridade distinta na igreja cristã do século IV. Nascido em Antioquia por volta do ano 347, João foi instruído na fé cristã por sua piedosa mãe, Antusa. Depois de servir em uma série de ofícios cristãos, incluindo acólito e leitor, João foi ordenado presbítero e lhe foram atribuídas responsabilidades de pregação. Ele foi um dos grandes pregadores na história da Igreja e seus sermões encontraram uma audiência muito além de sua cidade natal. Em 398, João Crisóstomo foi eleito Patriarca de Constantinopla. Sua determinação de reformar a igreja, o tribunal e a cidade o colocaram em conflito com as autoridades estabelecidas. Consequentemente, ele foi exilado de sua cidade adotiva. Apesar de removido de suas paróquias e povo, continuou escrevendo e pregando até o momento de sua morte em 407. É relatado que suas últimas palavras foram: “Glória a Deus por todas as coisas. Amém.”

ORAÇÃO DO DIA:

Ó Deus, tu deste a teu servo João Crisóstomo graça para anunciar o Evangelho com eloquência e poder. Como bispo de grandes congregações de Antioquia e de Constantinopla, João suportou destemidamente a desonra para a honra de teu nome. Misericordiosamente concede aos bispos e pastores de tua igreja que sejam como João na pregação e na fidelidade em seu ministério da Palavra para o teu povo, e concede que nós todos sejamos participantes da natureza divina através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 1158)

26/01/2018

Festa de São Tito, Pastor e Confessor - 26 de janeiro



Cor litúrgica: Branca

São Tito, assim como Timóteo com o qual é associado com frequência, era amigo e companheiro de trabalho de São Paulo. Tito era um gentio, talvez natural de Antioquia, que acompanhou Paulo e Barnabé a Jerusalém quando eles trouxeram ajuda aos cristãos na Judeia durante uma fome (At 11.29-30, Gl 2.1). Não sabemos se Tito acompanhou Paulo em sua primeira ou segunda jornada missionária, mas estava com ele na terceira, quando ajudou a reconciliar os coríntios com Paulo (2 Co 7.6-7) e participou na coleta para a Igreja em Jerusalém (2 Co 8.3-6). Provavelmente foi no retorno a Jerusalém que Paulo deixou Tito em Creta (Tt 1.4-5). Posteriormente, ele foi trabalhar na Dalmácia (2 Tm 4.10). De acordo com a tradição, Tito voltou para Creta, onde serviu como bispo até sua morte por volta de 96 d.C.

LEITURAS:

† Salmo 71.1-14
† Atos 20.28-35
† Tito 1.1-9
† Lucas 10.1-9

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-Poderoso Deus, tu chamaste Tito para a tarefa de pastor e mestre. Torna todos os pastores do teu rebanho diligentes na pregação da tua santa Palavra para que o mundo inteiro possa conhecer as riquezas imensuráveis de nosso Salvador, Jesus Cristo, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 1154-1155)

24/01/2018

24 de janeiro — São Timóteo, Pastor e Confessor

S. Timóteo, com S. Paulo Apóstolo, sua avó Loide e sua mãe Eunice, por Mina Anton (2012)
"Amados, hoje nós celebramos a comemoração de São Timóteo. Ele nasceu em Listra (Atos 16.2); seu pai era pagão, mas sua mãe, Eunice, nascida israelita, tinha aceitado a fé cristã e entregado seu filho Timóteo para ser criado por sua mãe Loide que também era cristã. Então Timóteo aprendeu o catecismo de sua avó. Vejam queridos pais, que instrução diligente das crianças podem fazer! Agora, uma vez que ele era um bom, excelente pensador, São Paulo o aceitou como seu colega ou capelão, e visto que ele se aprimorava a cada dia, Paulo finalmente o ordenou como bispo de Éfeso, onde também foi morto pelos pagãos furiosos. São Paulo o amava muito, o que podemos ver a partir de ambas as epístolas que escreveu para ele. Em 1 Timóteo 1.2, ele o chama de seu querido filho na fé. A partir dessas duas epístolas, muitas passagens brilham como as estrelas do céu:
- 1 Timóteo 1.5: “O fim do mandamento é a caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida.”
- 1 Timóteo 1.15: “Esta é uma palavra fiel e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores.”
- 2 Timóteo 3.12: “Na verdade, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.”
- 2 Timóteo 3.16-17: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja competente, capacitado para toda boa obra.”

Visto que São Paulo e São Timóteo eram queridos amigos, foram colocados lado a lado no calendário e também no dia de São Timóteo, o Evangelho de João 15.9-16 é lido, o qual fala de amor e amizade puros."

- Valerius Herberger (1562 - 1627), teólogo luterano e pastor na igreja paroquial de Santa Maria, em Fraustadt, Silésia (atual Wschowa, na Polônia)

São Timóteo, Pastor e Confessor - 24 de janeiro


Luteranos em todo o mundo observam a festa de São Timóteo, Pastor e Confessor no dia 24 de janeiro, conforme também consta no Lecionário da Igreja Evangélica Luterana do Brasil. Após a revisão de seu Calendário Romano Geral em 1969, a Igreja Romana agora celebra os Santos Timóteo e Tito no mesmo dia 26 de janeiro (Francisco de Sales passou a ser lembrado no dia 24). Nossos irmãos ortodoxos orientais sempre lembraram São Timóteo no dia 22 de janeiro.

Qual o motivo da cristandade oriental e ocidental lembrar e celebrar São Timóteo? São vários, mas o principal motivo é o simples fato dele ser um pastor fiel que guiou e alimentou seu rebanho para que eles fossem guiados e recebidos pelo Bom Pastor no "caminho que conduz à vida eterna", tal como oramos na Coleta do Dia:

Senhor Jesus Cristo, tu sempre tem dado à tua Igreja na terra pastores fiéis como Timóteo, para guiar e alimentar o teu rebanho. Faze todos os pastores diligentes na pregação de tua santa Palavra e administração de teus meios da graça, e concede sabedoria ao teu povo para seguir o caminho que conduz à vida eterna; pois tu vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

19/01/2018

O Ano Litúrgico



O povo de Deus no antigo Israel celebrava muitas festas durante todo o ano. Muitas destas festas estavam relacionadas a agricultura, mas no fundo eram uma lembrança da ação criadora e salvífica de Deus. Com a expansão e a estruturação da Igreja Cristã, continuou-se o mesmo padrão estabelecido no Antigo Testamento de celebrar os poderosos atos de salvação que Deus completou em seu povo através de seu Filho Jesus Cristo. Sendo assim, os cristãos celebram ao longo de um ano todo o mistério de Cristo, desde a encarnação e natividade até a ascensão, o pentecostes e a expectativa da parusia do Senhor. Tais celebrações festivas foram, ao longo do tempo, sendo estruturadas em um calendário chamado de ano da igreja. É também conhecido como ano eclesiástico, ano litúrgico ou ano cristão.

Na Idade Média era usado o termo latino ordo anni circuli (ordem do ciclo anual) para designar os dias festivos da igreja. Estudiosos da heortologia (estudo do ano litúrgico) alegam que o pastor luterano Johannes Pomarius introduziu o termo "ano da igreja" (Kirchenjahr) entre 1585 e 1589. O abade francês Próspero Guéranger popularizou o termo "ano litúrgico" (année liturgique) em 1841.

Clique no ícone abaixo para baixar o Calendário Litúrgico 2017-2018: 

https://drive.google.com/open?id=1ZT9qAb9vCy1ADTp3m6t0wCmeB28RT0lO

O ano eclesiástico está organizado em três seções: Domingos e Períodos, Dias Festivos e Comemorações.

1.   Os Domingos e Períodos são compostos de três elementos: Tempo de Natal (os períodos de Advento, Natal e Epifania), Tempo de Páscoa (os períodos de Quaresma, Semana Santa, Páscoa e Pentecostes) e o Tempo da Igreja ou Tempo Comum, que são o período após Pentecostes. Os Domingos e Períodos constituem o Ciclo Temporal do ano eclesiástico, que celebra os eventos graciosos da vida de nosso Senhor: sua anunciação, visitação, natividade, circuncisão, epifania, batismo, transfiguração, paixão, ressurreição e ascensão. Ao vivenciarmos o Ciclo Temporal do ano eclesiástico, testemunhamos através da Palavra lida, cantada e pregada, aqueles eventos pelos quais Cristo conquistou nossa salvação.

2.    Os Dias Festivos ou Festas Menores geralmente incluem eventos e pessoas da vida de Cristo em seu ministério terreno, como a mãe do Salvador e seus apóstolos. Estas festividades recebem o tratamento de “Festas de Cristo”, pois lembramos, celebremos e agradecemos a vida que nosso Senhor Jesus Cristo viveu por nós na carne. Por isso, é apropriado observá-las com o Sacramento do Altar, quando o Verbo que se fez carne vem a nós e se entrega a nós da mesma forma em que veio e viveu entre os apóstolos e outros discípulos no Novo Testamento. Normalmente, um Domingo tem precedência sobre uma Festa Menor, mas uma prática muito comum em igrejas luteranas da América do Norte é observar o Dia da Reforma e Dia de Todos os Santos num Domingo. Alguns grupos luteranos também costumam observar as Festas Menores quando estas caem em um Domingo do Tempo da Igreja (Tempo Comum).

3.    As Comemorações são parte do Ciclo Santoral do ano eclesiástico e nos permite lembrar de homens e mulheres, tanto do Antigo quanto do Novo Israel de Deus, a sua Igreja, que guardaram a fé e cujas vidas proclamam o triunfo da graça de Deus e seu infinito amor pelos seres humanos. Os santos são comumente lembrados no dia de sua morte terrena, tido como o aniversário de seu “nascimento celestial” (dies natalis). Lutero chamou a morte de “completude do batismo”, uma vez que o cristão é levantado das águas desta vida para a vida que não tem fim. Lembrar dos santos que nos precederam na fé permite contemplarmos a graça de Deus em suas vidas, ter exemplos de fé para as nossas vidas e render ação de graças a Deus. Em cada região e em cada tempo houveram variações nos calendários santorais adotados pelas igrejas luteranas. As Comemorações que você encontrará abaixo constam no Lecionário Luterano da Igreja Evangélica Luterana do Brasil e algumas apenas no Lutheran Service Book da Igreja Luterana - Sínodo Missouri. Um calendário santoral mais abrangente foi o Martyrologium organizado em 1868 por Johann Konrad Wilhelm Löhe (1808-1872), pastor em Neuendettelsau (Alemanha).

DOMINGOS E PERÍODOS 

Tempo de Natal
Período de Advento
     Primeiro Domingo no Advento
     Segundo Domingo no Advento
     Terceiro Domingo no Advento
     Quarto Domingo no Advento

Período de Natal
     Natividade de Nosso Senhor
          Véspera de Natal
          Meia-noite de Natal
          Aurora de Natal
          Dia de Natal
     Primeiro Domingo após Natal
     Segundo Domingo após Natal

Período de Epifania
     Epifania de Nosso Senhor
     Primeiro Domingo após Epifania
            Batismo de Nosso Senhor
     Segundo Domingo após Epifania
     Terceiro Domingo após Epifania
     Quarto Domingo após Epifania
     Quinto Domingo após Epifania
     Sexto Domingo após Epifania
     Sétimo Domingo após Epifania
     Oitavo Domingo após Epifania
     Último Domingo após Epifania
             Transfiguração de Nosso Senhor

Tempo de Páscoa
Período de Quaresma
     Quarta-feira de Cinzas
     Primeiro Domingo na Quaresma
     Segundo Domingo na Quaresma
     Terceiro Domingo na Quaresma
     Quarto Domingo na Quaresma
     Quinto Domingo na Quaresma

Semana Santa
     Domingo de Ramos / Domingo da Paixão
     Segunda-feira na Semana Santa
     Terça-feira na Semana Santa
     Quarta-feira na Semana Santa
     Quinta-feira Santa
     Sexta-feira Santa
     Sábado de Aleluia

Período de Páscoa
     Ressurreição de Nosso Senhor
          Vigília Pascal
         Aurora da Páscoa
         Domingo de Páscoa
         Noite de Páscoa / Segunda-feira de Páscoa
         Terça-feira de Páscoa
     Segundo Domingo de Páscoa
     Terceiro Domingo de Páscoa
     Quarto Domingo de Páscoa
     Quinto Domingo de Páscoa
     Sexto Domingo de Páscoa
     Ascensão de Nosso Senhor
     Sétimo Domingo de Páscoa

Período de Pentecostes
     Pentecostes
          Véspera de Pentecostes
          Dia de Pentecostes
          Noite de Pentecostes / Segunda-feira de Pentecostes
          Terça-feira de Pentecostes

Tempo da Igreja
Período após Pentecostes
     Santíssima Trindade
     Segundo ao Vigésimo Sétimo Domingo após Pentecostes
     Último domingo do Ano da Igreja

DIAS FESTIVOS

Novembro
30 — Santo André, Apóstolo

Dezembro
21 — São Tomé, Apóstolo
26 — Santo Estevão, Mártir
27 — São João, Apóstolo e Evangelista
28 — Santos Inocentes, Mártires
31 — Véspera da Circuncisão e Nome de Jesus | Véspera de Ano Novo

Janeiro
01 — Circuncisão e Nome de Jesus
18 — Confissão de São Pedro
24 — São Timóteo, Pastor e Confessor
25 — Conversão de São Paulo
26 — São Tito, Pastor e Confessor

Fevereiro
02 — Purificação de Maria e Apresentação de Nosso Senhor
24 — São Matias, Apóstolo

Março
19 — São José, Tutor de Jesus
25 — Anunciação de Nosso Senhor

Abril
25 — São Marcos, Evangelista

Maio
01 — São Filipe e São Tiago, Apóstolos
31 — Visitação

Junho
11 — São Barnabé, Apóstolo
24 — Natividade de São João Batista
29 — São Pedro e São Paulo, Apóstolos

Julho
22 — Santa Maria Madalena
25 — São Tiago Maior, Apóstolo

Agosto
15 — Santa Maria, Mãe de Nosso Senhor
24 — São Bartolomeu, Apóstolo
29 — Martírio de São João Batista

Setembro
14 — Dia da Santa Cruz
21 — São Mateus, Apóstolo e Evangelista
29 — São Miguel e Todos os Anjos

Outubro
18 — São Lucas, Evangelista
23 — São Tiago de Jerusalém, Irmão de Jesus e Mártir
28 — São Simão e São Judas, Apóstolos
31 — Dia da Reforma

Novembro
01 — Dia de Todos os Santos
02 — Dia de Finados

COMEMORAÇÕES

Janeiro
02 — Wilhelm Löhe, Pastor
10 — Basílio Magno de Cesareia, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa, Pastores e Confessores
11 — John Hartmeister, Pastor e fundador do Seminário Concórdia
20 — Sara
27 — João Crisóstomo, Pregador

Fevereiro
05 — Jacó (Israel), Patriarca
10 — Silas, Cooperador de São Paulo
13 — Áquila, Priscila e Apolo
14 — Valentim, Mártir
15 — Filemom e Onésimo
16 — Filipe Melanchthon, Confessor [nascimento]
18 — Martinho Lutero, Doutor e Reformador da Igreja
23 — Policarpo de Esmirna, Pastor e Mártir

Março
07 — Perpétua e Felicidade, Mártires
17 — Patrício, Missionário aos Povos Irlandeses
31 — José, Patriarca

Abril
06 — Lucas Cranach e Albrecht Dürer, Artistas
20 — Johannes Bugenhagen, Pastor
21 — Anselmo de Cantuária, Teólogo
24 — Johann Walter, Kantor e Compositor

Maio
02 — Atanásio de Alexandria, Pastor e Confessor
05 — Frederico, o Sábio, Governante Cristão
07 — C. F. W. Walther, Teólogo
09 — Jó
11 — Cirilo e Metódio, Missionários aos Povos Eslavos
21 — Constantino, Imperador, e Helena, sua Mãe
22 — Johannes Quenstedt, Teólogo
24 — Ester
25 — Beda, o Venerável, Teólogo

Junho
01 — Justino, Mártir
05 — Bonifácio de Mainz, Missionário aos Povos Germânicos
12 — Concílio Ecumênico de Niceia, A.D. 325
14 — Eliseu
24 — Fundação da Igreja Evangélica Luterana do Brasil, A.D. 1904
25 — Apresentação da Confissão de Augsburgo, A.D. 1530
26 — Jeremias
27 — Cirilo de Alexandria, Pastor e Confessor
28 — Irineu de Lyon, Pastor

Julho
06 — Isaías
16 — Rute
20 — Elias
21 — Ezequiel
28 — Johann Sebastian Bach, Mestre de capela
29 — Maria, Marta e Lázaro de Betânia
30 — Robert Barnes, Confessor e Mártir
31 — José de Arimateia

Agosto
03 — Joana, Maria e Salomé, Santas Miróforas
10 — São Lourenço, Diácono e Mártir
16 — Isaque
17 — Johann Gerhard, Teólogo
19 — Bernardo de Claraval, Escritor de Hinos e Teólogo
20 — Samuel
27 — Mônica, Mãe Fiel
28 — Agostinho de Hipona, Pastor e Teólogo

Setembro
01 — Josué
02 — Ana, Mãe do Profeta Samuel
03 — Gregório Magno, Pastor
04 — Moisés
05 — Zacarias e Isabel
16 — Cipriano de Cartago, Pastor e Mártir
22 — Jonas
30 — Jerônimo, Tradutor da Sagrada Escritura

Outubro
09 — Abraão
11 — Filipe, Diácono
17 — Inácio de Antioquia, Pastor e Mártir
25 — Dorcas (Tabita), Lídia e Febe, Mulheres Fiéis
26 — Philipp Nicolai, Johann Heermann, e Paul Gerhardt, Escritores de Hinos
27 — Fundação do Seminário Concórdia, A.D. 1903

Novembro
08 — Johannes von Staupitz, Confessor de Lutero
09 — Martin Chemnitz, Pastor e Confessor
11 — Martinho de Tours, Pastor
12 — Christian J. Broders, Pastor
14 — Justiniano, Imperador Cristão e Confessor de Cristo
16 — Carl Wilhelm Gustav Mahler, Pastor
19 — Isabel da Hungria
23 — Clemente de Roma, Pastor
29 — Noé

Dezembro
04 — João de Damasco, Teólogo e Escritor de Hinos
06 — Nicolau de Mira, Pastor
07 — Ambrósio de Milão, Pastor e Escritor de Hinos
13 — Lúcia de Siracusa, Mártir
17 — Daniel, Profeta, e os Três Jovens
19 — Adão e Eva
20 — Catarina von Bora Lutero
21 — August Wilhelm Gowert, Pioneiro da IELB
29 — Davi



18/01/2018

A Confissão de São Pedro - 18 de janeiro

São Pedro (galeria da Igreja Evangélica de Wolfschlugen, Alemanha), Johann Friedrich Glocker (1718–1780)

Cor litúrgica: Branca

A confissão de São Pedro não originou da imaginação de Pedro, mas lhe foi revelada pelo Pai. A razão pela qual essa confissão é importante é vista na resposta de Jesus: “Tu és Pedro [grego Petros], e sobre esta pedra [grego petra] edificarei a minha igreja” (Mateus 16.18). Assim como o povo de Deus no Antigo Testamento começou com a pessoa de Abraão, a rocha da qual o povo de Deus foi talhado (Isaías 51.1-2 ), assim também o povo de Deus no Novo Testamento começaria com a pessoa de Pedro, cuja confissão é a rocha sobre a qual Cristo iria construir sua Igreja. Mas Pedro não estava sozinho (as "chaves" dadas a ele em Mateus 16.19 foram dadas a todos os discípulos em Mateus 18.18 e João 20.21-23). Como nos diz São Paulo, Pedro e os outros apóstolos tomam o seu lugar com os profetas como o fundamento da Igreja, com o próprio Cristo como a pedra angular (Efésios 2.20). A confissão de Pedro, portanto, é o testemunho de todo o grupo apostólico e é fundamental na construção da Igreja de Cristo. Assim, a Igreja dá graças a Deus por São Pedro e os outros apóstolos que instruíram a Santa Igreja de Cristo em sua divina e salvadora verdade.

LEITURAS:

Atos 4.8-13
Salmo 118.19-29 (antrífona v. 26)
2 Pedro 1.1-15
Marcos 8.27-35 (36-9.1)

ORAÇÃO DO DIA:

Pai celestial, tu revelastes ao apóstolo Pedro a bendita verdade que teu Filho Jesus é o Cristo. Fortalece-nos pela proclamação desta verdade para que também nós possamos alegremente confessar que não há salvação em nenhum outro; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 1129)

13/01/2018

Lutero: Ser sem lei não é o mesmo que não ter lei

Lei e Evangelho (1529-1530), xilogravura de Lucas Cranach, o Velho (1472–1553)

É comum aparecer totalmente fora de contexto uma frase de Lutero dizendo que devemos "pecar com ousadia" ou "pecar fortemente", fazendo o bem-aventurado doutor parecer antinomista. O trecho abaixo, de seu Prefácio à Epístola de S. Paulo aos Romanos, é esclarecedor quanto à posição do reformador e edificante para a nossa fé:

No capítulo 6, S. Paulo trata da obra particular da fé: a contenda do Espírito com a carne em matar por completo os demais pecados e desejos que res­tam após a justificação, e nos ensina que, através da fé, não estamos liberta­dos de pecados de forma tal que pudéssemos ficar ociosos, preguiçosos e seguros, como se não houvesse mais pecado. Há pecado, mas ele não é imputado para a condenação, por causa da fé que com ele luta. Por isso temos o bastante para lidar conosco mesmos a vida inteira, para domar o corpo, matar seus desejos e obrigar seus membros a obedecerem ao Espírito e não aos desejos. Para que sejamos iguais à morte e ressurreição de Cristo e possamos levar a cabo aquilo que foi começado em nosso Batismo (que também significa a morte dos pecados e a nova vida da graça), até que, totalmente purificados de pecados, ressurjamos também corporalmente com Cristo e vivamos eternamente.

E podemos isso fazer, diz ele, porque nos encontramos na graça e não na lei, o que ele mesmo interpreta no seguinte sentido: “Ser sem lei” não é o mesmo que não ter lei alguma e que se possa fazer o que apraz a cada um, e sim, “estar sob a lei” é quando, sem a graça, lidamos com as obras da lei. Então, com certeza, o pecado impera através da lei, uma vez que ninguém, por natureza, é afeito à lei, e isto é um grande pecado. A graça, porém, nos toma a lei agradável, de sorte que não há mais pecado e a lei não está contra nós, mas em harmonia conosco.

É esta a liberdade correta do pecado e da lei: até o final deste capítulo, ele expõe que se trata de uma liberdade de fazer apenas o bem com vontade e de viver corretamente sem a coação da lei. Por isso, tal liberdade é uma liberdade espiritual, que não anula a lei e sim, oferece aquilo que é exigido pela lei, a saber, vontade e amor, com o que a lei é aplacada e não mais fica a incitar e exigir. E como se estivesses em dívida para com um credor e não pudesses pagar. Há duas maneiras pelas quais poderias te livrar: urna, que ele nada te cobrasse e rasgasse tua nota promissória; a outra, que um homem bom pagasse por ti e te desse o suficiente para pagar a promissória. Dessa maneira, Cristo nos livrou da lei, razão por que não se trata de uma liberdade carnal selvagem, que nada precisa fazer, mas que faz muito e toda sorte de coisas e está livre apenas da exigência e dívida da lei.

No capítulo 7, ele confirma isso com um exemplo da vida matrimonial. Quando morre o marido, a mulher está desimpedida e um está separado e livre do outro. Não que a mulher não pudesse ou devesse tornar outro homem. Só que apenas agora está realmente livre para tomar outro, o que anteriormente ela não podia, enquanto não estava livre daquele. Assim, também, nossa consciência está vinculada à lei, sob o velho homem pecaminoso. Quando este é morto pelo Espírito, a consciência está livre e um desobrigado do outro. Não que a consciência nada devesse fazer; mas sim, para que agora possa ater-se tanto mais a Cristo, o outro homem, e produzir frutos para a vida.

Em seguida, ele expõe de forma mais ampla a peculiaridade do pecado e da lei, de como, pela lei, o pecado fica ainda mais ativo e violento. Pois o velho homem se toma tanto mais inimigo da lei por não poder pagar o que a lei exige, porque sua natureza é pecado, e ele de si mesmo não pode fazer outra coisa, motivo por que a lei é sua morte e seu total martírio. Não que a lei seja má, mas a natureza má é que não pode suportar o bem que dele exige coisas boas, assim como um doente não suporta que se exija que ele corra e salte ou pratique outros atos próprios de uma pessoa sadia.

Por isso S. Paulo conclui aqui: Onde a lei for adequadamente reconhecida e entendida da melhor maneira possível, ela não faz mais do que nos lembrar de nosso pecado e nos matar através do mesmo, tomando-nos culpados da ira eterna. Tudo isso se percebe e experimenta muito bem na consciência, quando esta é bem atingida pela lei. De sorte que é necessário algo diferente e superior à lei para tomar a pessoa justa e salva. Aqueles, porém, que não reconhecem adequadamente a lei, são cegos, comportam-se com arrogância, acreditando poder-lhe fazer jus com obras. Pois não sabem o quanto a lei exige: um coração livre, disposto e animado; por essa razão, não encaram Moisés de frente. Para eles, o véu está posto na frente, encobrindo-o [Ex 34.29-35; 2Co 3.12-16].

Em seguida, ele mostra como Espírito e carne lutam um contra o outro numa pessoa. Apresenta a si mesmo como exemplo para que aprendamos a reconhecer bem a obra (matar o pecado em nós mesmos). Mas a ambos ele chama de lei, tanto o Espírito como a carne, e isso pela seguinte razão: assim como a lei divina tem a característica de impedir e exigir, assim também a carne impele, exige e se agita com violência contra o Espírito e quer satisfazer seu desejo. Por outro lado, o Espírito investe contra a carne e procura satisfazer sua vontade. Esta luta perdura dentro de nós enquanto vivemos, num mais, noutro menos, dependendo do que é mais forte, o Espírito ou a carne. E mesmo assim, a pessoa inteira é ela mesma ambas as coisas, Espírito e carne, lutando, portanto, consigo mesma, até que fique inteiramente espiritual.

No capítulo 8, ele consola esses lutadores para que não condenem essa carne. Indica qual a natureza da carne e do Espírito e como o Espírito provém de Cristo, que nos deu seu Santo Espírito, que nos faz espirituais, amortece a carne e nos assegura de que ainda assim somos filhos de Deus, por mais violento que o pecado se agite dentro de nós, contanto que sigamos o Espírito e resistamos ao pecado, para o matar. Como, porém, nada é tão bom, para insensibilizar a carne, como cruz e sofrimento, ele nos consola nos sofrimentos através do auxílio do Espírito, do amor de todas as criaturas. Tanto o Espírito suspira em nós como a criatura conosco anseia para que nos livremos da carne e dos pecados. Vemos, portanto, que esses três capítulos, 6, 7 e 8, têm por alvo esta única obra da fé: matar o velho Adão e subjugar a carne.
- Bem-aventurado Martinho Lutero, Prefácio à Epístola de S. Paulo aos Romanos (OSel 8:137-139)

12/01/2018

Para os que sofrem infortúnios e calamidades

 
Natal, Ano Novo, Epifania e férias na escola ou no trabalho. Tempo de alegria, promessas, expectativas e revigoramento. No entanto, as calamidades, sofrimentos e tragédias coletivas e pessoais nos lembram que ainda vivemos em meio a um vale de lágrimas. Assim também se sucedeu com a Sagrada Família. Em meio à alegria da Anunciação e de uma concepção miraculosa, eles também experimentaram os dissabores da bisbilhotice e desonra, uma fuga apressada, a desventura de refugiados, o martírio das crianças inocentes. Os sofrimentos e tribulações que envolvem o nascimento de Jesus projetam a cruz sobre a manjedoura. Lutero escreveu certa vez: “Assim que a vida cristã ou qualquer outra coisa de Cristo começa, a próxima coisa, a cruz, está perto" (WA 27: 475-76). Mas, graças a Deus, o Menino que celebramos no Natal carrega uma promessa divinal em seu nome. Ele é Emanuel. Deus é conosco. Deus está comigo e com você. Essa promessa persiste, mesmo que o choro se misture ao riso. A promessa persiste porque o Jesus, o Emanuel, é o próprio Deus que veio habitar no meio de nós e nos libertar da causa de todos os males e infortúnios.

Ó Senhor, tem piedade.
Ó Cristo, tem piedade.
Ó Senhor, tem piedade.

Todo-poderoso Deus, socorro bem presente na angústia, não permitas que o teu povo fique apavorado, mas fortalece e conforta a cada um até o fim das calamidades. Ajuda-nos com o teu amor, perdoa os pecados, sara os feridos, consola os aflitos, protege os inocentes e desamparados e livra os que estão em perigo. Por amor da tua grande misericórdia em Cristo Jesus, nosso Senhor. Amém.

Alma de Cristo, santifica-me.
Corpo de Cristo, salva-me.
Sangue de Cristo, inebria-me.
Água do lado de Cristo, lave-me.
Paixão de Cristo, conforta-me.
Ó bom Jesus, ouve-me.
Dentro de tuas feridas, esconde-me.
Não permitas me separar de Ti.
Do inimigo maligno, defende-me.
Na hora da minha morte, chama-me.
E leva-me a Ti,
Para com teus santos louvar-te.
Pelos séculos dos séculos.
Amém.

10/01/2018

Sermão sobre a geração de Cristo (Basílio Magno)

Para a nossa comemoração dos Pais Capadócios em pleno período de Epifania, nada melhor que uma meditação sobre a manifestação do Salvador, escrita por Basílio Magno e impresso no Lecionário Patrístico Dominical (Editora Vozes):


São Basílio Magno, doutor da Igreja (séc. IV)
Sermão sobre a geração de Cristo
(PG 31 , 1.471-1.475)

“Recebamos também nós essa imensa alegria em nosso coração”

A estrela veio parar acima de onde estava o menino. Por isso os magos, ao verem a estrela, transbordaram de alegria. Recebamos também nós essa imensa alegria em nossos corações. É a alegria que os anjos anunciam aos pastores. Adoremos com os magos, demos glória com os pastores, dancemos com os anjos. Porque hoje nasceu um Salvador, que é o Messias, Senhor. O Senhor é Deus: Ele nos ilumina, porém não na condição divina, para atemorizar nossa fragilidade, mas na condição de escravo, para gratificar com a liberdade aos que gemiam debaixo da escravidão. Quem é tão insensível, quem tão ingrato, que não se alegre, não se exulte e não se deleite com tais notícias? Esta é uma festa comum a toda a criação. Que se concedam ao mundo dons celestiais, o arcanjo é enviado a Zacarias e a Maria, forma-se um coro de anjos que cantam: Glória a Deus no céu, e na terra paz aos homens que Deus ama.

As estrelas despencam do céu, alguns magos abandonam sua pátria, a terra o recebe em uma gruta. Que todos ofertem algo, que nenhum homem se mostre ingrato. Festejemos a salvação do mundo, celebremos o dia natalício da natureza humana. Hoje ficou cancelada a dívida de Adão. Já não se dirá mais: És pó e ao pó retornarás, mas: “unido ao que vem do céu, serás admitido no céu”. Não será mais dito: Terás filhos com dor, pois é bem-aventurada aquela que deu à luz ao Emanuel e os peitos que o amamentaram. Justamente por isso um menino nos nasceu, um filho nos foi dado: ele leva aos ombros o principado.

Junte-se você também aos que, desde o céu, receberam alegres ao Senhor. Pensa nos pastores manando sabedoria, nos pontífices adornados com o dom de profecia, nas mulheres transbordando de júbilo: assim quando Maria é convidada a alegrar-se por Gabriel, assim quando Isabel sente João saltar de alegria em seu ventre. Ana que falava da boa notícia, Simeão que o tomava nos braços, ambos adoravam no menino ao imenso Deus e, longe de desprezar o que viam, exaltam a majestade de sua divindade. Pois a força divina se tornava visível através do corpo humano como a luz atravessa o cristal, refulgindo ante aqueles que tinham purificados os olhos do seu coração. Com os quais oxalá também nós nos encontremos, contemplando face a face a glória do Senhor como em um espelho, para que também nós transformemo-nos em sua imagem com resplendor crescente, pela graça e a benignidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem seja dada a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amém.

Fonte: Lecionário Patrístico Dominical / tradução e compilação, Fernando José Bondan. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

Natividade, por Franz von Rohden (1817-1903)

Comemoração de Basílio Magno, Gregório Nazianzeno e Gregório de Níssa, Pastores e Confessores - 10 de janeiro


Basílio Magno e os dois Gregórios, conjuntamente conhecidos como “Pais Capadócios” ou “Os Três Capadócios”, foram líderes da ortodoxia cristã na Ásia Menor (atual Turquia) no final do século IV. Basílio e Gregório de Níssa eram irmãos, que por sua vez, eram amigos de Gregório de Nazianzo. Todos os três tiveram influência na formatação da teologia ratificada pelo Concílio de Constantinopla (381 d.C.), tal como expressa no Credo Niceno. A defesa das doutrinas do Espírito Santo e da Santíssima Trindade, bem como suas contribuições para a liturgia da Igreja do Oriente, os colocam entre os mais influentes mestres e teólogos cristãos do tempo em que viveram.

ORAÇÃO DO DIA:

Todo-poderoso Deus, tu revelaste à tua Igreja a tua natureza eternal de gloriosa majestade e perfeito amor como um Deus numa Trindade de Pessoas. Que a tua Igreja, com bispos como Basílio Magno, Gregório Nazianzeno e Gregório de Níssa, receba a graça de continuar firme na confissão da verdadeira fé e constante em nossa adoração a ti, Pai, Filho e Espírito Santo, que vive e reina, um só Deus, agora e sempre.

Fonte: Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2008. p. 1105)