Quarto Domingo após Epifania – Ano C (30 de janeiro de 2022)

Jeremias 1.4-10,(17-19)
Salmo 71.1-6(7-11)
1 Coríntios 12.31b-13.13
Lucas 4.31-44

Jesus tem autoridade para perdoar os seus pecados e dar-lhe vida

Jesus foi enviado anunciar “o evangelho do Reino de Deus” (Lc 4.43). Sua pregação é uma epifania ou manifestação de Deus pois sua Palavra revela a autoridade de sua cruz e ressurreição, pela qual Ele expiou os pecados do mundo. Através da pregação de seu Evangelho em todo lugar, ele silencia os espíritos imundos e expulsa os demônios, cura as doenças do corpo e da alma e restaura a vida e a saúde para a sua criação (Lc 4.40-41). Por causa de seu divino amor, ele é “paciente e bondoso” para conosco. Ele “tudo sofre”, “tudo suporta” e entrega seu corpo para nos salvar (1 Co 13.3-4, 7). Assim também por causa do seu amor, ele chama e envia seus profetas, como ministros de sua Palavra, “para arrancar e derrubar, para destruir e arruinar, e também para edificar e plantar” (Jr 1.10). — Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod)

Todo-poderoso Deus, que sabes que vivemos em meio a muitos perigos, de tal forma que não podemos ficar de pé por causa da nossa fragilidade, concede força e proteção para nos auxiliar em todos os perigos e guia-nos através de todas as tentações; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém. — Oração do Dia (Culto Luterano: lecionários)

Ó santa Luz de Deus,
tu vens dos altos céus,
trazendo claridade
e brilho sem igual:
Jesus, Rei divinal,
Senhor da cristandade. 

Na luz crepuscular,
queremos entoar
um hino de alegria
a Cristo Salvador,
que é Filho do Senhor
e filho de Maria. 

Jesus, ó dom de Deus,
que vens dos altos céus,
nos trazes a vitória.
Cantamos com fervor
um salmo de louvor
a ti, ó Rei da glória! 

— Phos Hilaron (Φῶς Ἱλαρόν) c. 200 A.D. (Hinário Luterano, 72)

 Cristo cura a sogra de Pedro, por John Bridges, 1839.

Terceiro Domingo após Epifania – Ano C (23 de janeiro de 2022)

Neemias 8.1–3, 5–6, 8–10
Salmo 19.(1-6)7-14
1 Coríntios 12.12–31a
Lucas 4.16–30

O Senhor se manifesta como nosso Salvador através da pregação do Evangelho

Quando Jesus abre sua boca para pregar, graciosas palavras fluem de seus lábios. As Escrituras são, de fato, cumpridas ao serem ouvidas (Lc 4.21-22), pois Cristo foi ungido pelo Espírito do Senhor “para evangelizar os pobres”, “para proclamar libertação aos cativos” e “proclamar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18-19). Através desta proclamação, Cristo liberta o seu povo do cativeiro e os congrega para si em sua Igreja. Foi assim que aconteceu quando o Senhor libertou o seu povo da Babilônia e os trouxe a Jerusalém. “Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que ensinavam o povo”, santificaram toda a congregação pela leitura e pregação da Lei (Ne 8.8-9). Assim como aquele povo foi impelido a “comer, beber, mandar porções aos que nada tinham e fazer uma grande festa” (Ne 8.12), assim também você é ungido pelo Espírito do Senhor Jesus Cristo a tomar parte em sua festa e servir os membros do seu Corpo com suas boas dádivas, “concedendo muito mais honra àquilo que menos tinha” (1Co 12.12, 24). — Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod)

Todo-poderoso Deus, olha para as nossas enfermidades com misericórdia e estende a tua majestosa mão para nos curar e defender; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém. — Oração do Dia (Culto Luterano: lecionários)

Louvai a Deus de coração!
Louvai seu nome santo!
Povos da terra, em gratidão
rendei-lhe o vosso canto!
A todos vós Deus libertou,
da perdição vos resgatou,
por seu amado Filho. 

Misericórdia e compaixão
Deus fez pregar aos povos.
Os que salvou da escuridão
lhe entoam hinos novos.
Deus é fiel! O seu amor
há de brilhar, em resplendor,
por toda a eternidade.

— Joachim Sartorius, 1548-1600 (Hinário Luterano, 70)

Cristo na Sinagoga de Nazaré, por Gerbrand van den Eeckhout  (1621–1674)

A Confissão de São Pedro - 18 de janeiro

Hoje a Igreja celebra a Confissão de São Pedro. Ainda hoje, Mediante a obra do Espírito Santo, continuamos a responder à pergunta de nosso Senhor em nosso uso dos Credos ecumênicos. A confissão da pessoa de Jesus como Cristo está diretamente ligada à sua obra, pois logo em seguida Jesus prediz sua paixão e morte pela primeira vez. Isto quer nos ensinar que a confissão de Cristo inevitavelmente nos levará a negar a nós mesmos, tomar a cruz e segui-lo.

A Confissão de Pedro também nos lembra que não existe outra resposta ou atitude possível à pergunta de Jesus, conforme Dietrich Bonhoeffer (1906-1945) magistralmente escreve no seu último sermão pregado em Berlim, no Sexto Domingo após Trindade, em 23 de julho de 1933:

“Quem vocês dizem que eu sou?” Nesta situação inadiável, face a face com Cristo, não há espaço para “talvez”, nem “alguns dizem”, nem mais opiniões, mas apenas silêncio, ou então a única resposta que Pedro agora dá: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Aqui, em meio ao turbilhão de opiniões e perspectivas humanas, algo verdadeiramente novo é visível. Aqui o nome de Deus foi chamado; o nome do Eterno foi falado; o mistério foi trazido à luz. Isso não é mais pensamento humano, mas exatamente o oposto; isso é revelação divina e confissão de fé. “Bem-aventurado é você, Simão, filho de Jonas! Pois não foi carne e sangue que revelaram isso a você, mas meu Pai que está nos céus... tu és Pedro, a rocha, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”.

Qual é a diferença entre Pedro e os outros? Ele tem uma natureza tão heroica que se destaca dos outros? Não tem. Ele tem uma firmeza de caráter inigualável? Não tem. Ele tem uma lealdade tão inabalável? Não tem. Pedro realmente não é ninguém, ninguém além de uma pessoa que confessa, uma pessoa que encontrou Cristo em seu caminho e tendo o reconhecido, agora confessa sua fé em Cristo. E este Pedro, esta pessoa que confessa, agora é chamado como a rocha sobre a qual Cristo edificará a sua igreja.

A igreja de Pedro – que significa a igreja sobre a rocha, a igreja da confissão de Cristo. A igreja de Pedro não é a igreja de opiniões e pontos de vista, mas sim a igreja da revelação; não a igreja que fala sobre “o que as pessoas dizem”, mas a igreja na qual a confissão de Pedro está sendo feita e falada sempre de novo, a igreja que não faz nada além de somente e sempre fazer essa confissão, seja cantando, orando, pregando ou agindo. É a igreja que somente permanece na rocha na medida em que continuar fazendo isso, mas se ousar pensar em ir por outro caminho, por qualquer que seja razão, ou mesmo desviar o olhar por um momento, acaba se tornando a casa construída sobre a areia  que o vento derruba (Mateus 7.26-27). [The Collected Sermons of Dietrich Bonhoeffer. Minneapolis: Fortress Press, 2012. p. 83-84]

Rev. Josemar da Silva Alves (18.01.2022)

A entrega das chaves a Pedro (1851), por Josef von Führich (1800-1876)

Segundo Domingo após Epifania (Ano C) - 16 de janeiro de 2022

Isaías 62.1–5
Salmo 128
1 Coríntios 12.1–11
João 2.1–11

Ao transformar água em vinho nas bodas de Caná, “Jesus deu início a seus sinais”. Ali “ele manifestou a sua glória” (Jo 2.11), sinalizando que em breve também seria “chegada a hora de ser glorificado” ao ser levantado na cruz para perdão dos pecados e para dar vida ao mundo (Jo 2.4; 12.23-32). A glória da cruz é incompreensível fora da Palavra e do Espírito de Deus, mas os discípulos de Jesus reconhecem a glória nos sinais do seu Evangelho, e assim creem nele. Jesus não espera que seus discípulos o descubram por conta própria, mas ele mesmo busca os abandonados e os arrasados e os une consigo. Ele os adorna com sua própria beleza e se alegra com eles “como o noivo se alegra com a noiva” (Is 62.4-5). Purificados pela lavagem da água com sua Palavra no Santo Batismo, seus discípulos confessam que “Jesus é Senhor”, e rendem graças a Ele “pelo Espírito Santo” (1 Co 12.3) enquanto bebem o bom vinho que ele derramou por eles, que é o novo testamento no seu sangue. — Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod)

Todo-poderoso e eterno Deus, que governas todas as coisas nos céus e na terra, com misericórdia escuta as orações do teu povo e concede-nos a tua paz durante todos os nossos dias; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém. — Oração do Dia (Culto Luterano: lecionários)

Veio Jesus, manancial da alegria,
ele é o princípio, também ele é o fim.
Deus se fez homem, Pastor que nos guia:
Como é possível amar-nos assim?
Ide aos gentios: raiou novo dia,
veio Jesus, manancial da alegria!

Veio Jesus, vera fonte da graça.
Vinde, sedentos, oh! vinde beber!
Eis que vos dou, neste tempo que passa,
algo que fica e não há de morrer.
Cristo vos livra de toda ameaça.
Veio Jesus, vera fonte da graça!

— Johann Ludwig Konrad Allendorf, 1693-1773 (Hinário Luterano, 272:1,6)

 

Casamento em Caná, por Niels Larsen Stevns (1864-1941)

O Batismo de Nosso Senhor – Primeiro Domingo após Epifania (Ano C) – 9 de janeiro de 2022

 

Isaías 43.1-7
Salmo 29
Romanos 6.1-11
Lucas 3.15-22

O batismo de Nosso Senhor é uma “Epifania” do único e verdadeiro Deus na carne e no sangue de Jesus Cristo. Em divina misericórdia, ele toma o seu lugar com pecadores e leva seus pecados sobre si. “Ao ser todo o povo batizado”, Jesus também se submeteu a um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados (Lc 3.21). Ele não tinha pecados, mas levou os pecados do mundo sobre si e assim foi batizado em sua própria morte. Portanto, “quando você passar pelas águas”, ele está contigo (Is 43.2). Ele o criou para sua glória e te resgatou com seu sangue para que você pertença a ele e viva com ele em seu Reino (Is 43.1, 7). Ao ser batizado com um batismo como o dele, você também está unido a ele em sua morte e ressurreição para que “andemos em novidade de vida” (Rm 6.4). Pois todos os que são batizados em Cristo recebem a sua unção do Espírito Santo e são nomeados pelo Pai como filhos e filhas amados que lhe dão muita alegria. — Lectionary Summaries (The Lutheran Church—Missouri Synod)

Pai dos céus, ao ser batizado no Rio Jordão Jesus foi proclamado teu Filho amado e ungido com o Espírito Santo. Faze com que todos os batizados em teu nome sejam fiéis ao seu chamado como teus filhos e herdeiros com ele da vida eterna; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém. — Oração do Dia (Culto Luterano: lecionários)

O teu Espírito, Senhor,
a mim seja enviado.
Socorre-me com teu amor
em Cristo revelado.
Diariamente hei de crescer,
pois meu Batismo irei viver
por ele sustentado. 

— Thomas H. Kingo, 1634-1703 (Hinário Luterano 250:2)

A Epifania de Nosso Senhor (6 de janeiro)

A Adoração dos Magos (1570) por Fray Nicolas Borras (1530-1610)

A Festa da Epifania de Nosso Senhor não comemora um evento, mas apresenta um propósito que só assume forma concreta através dos fatos da vida de Nosso Senhor. O propósito da Epifania é que o Cristo nascido em Belém seja reconhecido pelo mundo como Deus. No Natal, Deus se manifesta como homem, e na Epifania, este homem se manifesta perante o mundo como Deus. O fato de Cristo haver se tornado homem não necessitava de provas. Mas necessitava provar que este homem, esta criança indefesa, é Deus. As manifestações da Trindade, os sinais e maravilhas realizados por este homem, e todos os seus milagres têm o propósito de provar aos homens que Jesus é Deus. Mais tardiamente, especialmente na Igreja Ocidental, a história dos Magos passou as ser vinculada a este dia festivo. Sendo gentios que foram trazidos à fé em Jesus Cristo, os magos representam todos os crentes do mundo gentio. (Treasury of Daily Prayer, p. 1094)

Ó Deus, pela direção de uma estrela tornaste conhecido o teu Filho unigênito àqueles que não faziam parte do teu povo. Dirige a nós, que o conhecemos pela fé, a desfrutar nos céus da plenitude da sua divina presença; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém. (Oração do Dia - Culto Luterano)

Derrama no meu coração,
ó Luz celeste de Sião,
o teu amor profundo.
Assim jamais me afastarei
de ti, e nunca temerei
as dores deste mundo.
Deus, que é forte,
sempre aumente,
grandemente,
minha sorte,
dando a vida após a morte.

(Philipp Nicolai, 1556-1608 – Hinário Luterano 67:3)

A EPIFANIA DE NOSSO SENHOR - Uma Ordem Litúrgica

 PALAVRA INICIAL

Ordem Litúrgica preparada para o Ofício Divino que será realizado na Igreja Luterana em Naviraí/MS no dia 06 de Janeiro, 2022 AD; marcando e celebrando a Epifania de nosso Senhor.

Esta Ordem é uma tradução e adaptação da Oração da Noite que se encontra no Lutheran Service Book, pág. 243-252, da The Lutheran Church - Missouri Synod, nossa Igreja irmã nos Estados Unidos.

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Rev. Helvécio J. Batista Jr.

Igreja Luterana em Naviraí/MS