14/06/2013
Regressarei à casa de meu Pai
Regressarei à casa de meu Pai, como o Filho Pródigo (São Lucas 15.18), e serei acolhido. Tal qual ele fez, assim farei eu: corresponderá o Pai aos meus desejos? [...] Pois estou como morto pelo pecado, como de uma doença. Resgata-me desta ruína, e possa eu louvar o Teu nome! Senhor da terra e do céu, peço-Te: ajuda-me e mostra-me o caminho para chegar a Ti! Leva-me à Tua presença, Filho do Magnânimo, e atinge assim o cume da Tua misericórdia! Irei a Ti e saciar-me-ei com a Tua alegria. Nesta hora de profundo cansaço mói para mim o fermento da vida!
Parti à Tua procura e o Maligno estava à espreita, como salteador (São Lucas 10.30). Atou-me e atolou-me nos prazeres deste mundo perdido; encarcerou-me nos seus deleites e depois deu-me com a porta na cara. Não há ninguém que me liberte para que eu parta de novo à Tua procura, ó meu Senhor! [...] Só quero ser Teu, Senhor, e caminhar contigo! Medito nos Teus mandamentos dia e noite (Salmo 1.2). Sê-me propício e acolhe o meu lamento, ó Misericordioso! Não me cortes a esperança, Senhor, porque sou Teu servo e espero em Ti!
-- São Tiago de Sarug (c. 449-521), monge e bispo sírio, Poema
Imagem: "Retorno do Filho Prodigo" (1667-1670), Bartolomé Esteban Perez Murillo (1618-1682)
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