Artigo muito interessante escrito pelo pastor Jarbas Hoffimann. Você já ouviu falar de heartmon? Leia e descobrirá que existem coisas bem piores do que..... Enfim, leia e deixe seus comentários.
O Pokemon continua “top” nas discussões de mídias sociais… E o que
mais me impressiona é a hipocrisia de tanta gente chamando os outros de idiota
por causa de um joguinho. Hipocrisia sim. Pois a mesma atitude que condenam,
fazem. Qual seja: em vez de sair à rua procurando monstrinhos e pokebolas, saem
às ruas postando fofocas, maldades, futricas, vídeos pornográficos, fotos de
acidentes e mortes… E com uma grande desvantagem aos caçadores de Pokemons: os
caçadores fazem longas caminhadas, e no intervalo entre um monstro e outro,
conversam, tiram fotos, aproveitam a cidade… Se você olhar em volta verá que
nossa cidade está com mais jovens nas ruas do que de costume… Antes ficavam
talvez nas mesmas redes sociais dos “odiadores de Pokemon GO”, enchendo sua cabeça
apenas com as futricas que falei acima… Agora, caçam… E não tem problema nenhum
nisso, desde que respeitem a propriedade e a individualidade dos outros… Desde
que haja limites, como separar horários para fazer outras coisas, além de
caçar… E acho que é uma “modinha” que vai passar também… Até porque, se não
aparecerem mais “pokestops” vai ficar difícil…
O único pokestop é em frente ao lado do Salão dos Gêmeos, naquela
loja de artigos religiosos… Já já alguém encosta um carrinho de cachorro-quente
ali e começa a lucrar com os jovens caçadores famintos… Porque as caminhadas
são longas e vão sempre voltar ali.
Enquanto os jovens estão caçando monstrinhos virtuais… O que
existe desde o Tamagotchi… (Voltei ao fim dos anos 90 com o Tamagotchi).
Bem, enquanto caçam, conversam, tiram fotos, fazem exercício
físico e criam uma rede social que tinha sido esquecida: aquela da conversa
pessoal… Talvez você que me lê agora no facebook, no Whatzapp, ou em qualquer
outra, devesse instalar Pokemon GO em seu celular também e parar de futricar a
vida dos outros… Mas não sei se é o seu caso… Se não for, ignore este
parágrafo.
Se você usa bem as redes sociais (sim, existe muita gente que usa
para o bem), procure entender antes de opinar. Não existe maior expressão de
ignorância do que achar-se sábio… E todo mundo emite opinião sobre tudo hoje em
dia. Inclusive sobre o joguinho. Você sabe o que ele, de fato, é? Pasme: é um
jogo que tem por objetivo trazer riqueza a seus criadores… Ele é gratuito, mas
você pode comprar um monte de coisas dentro dele… Fora isso, o simples
lançamento fez a empresa dobrar de tamanho em valor. E é um jogo melhor que
aquele que você joga. Porque aquele joguinho que você joga só exercita um dedo…
Pra fazer os docinhos caírem… Ou para estourar quadrinhos, ou qualquer outro
desses de fazer pares… Esse aí você joga sentado, ou deitado… Além de tudo,
ficando cada vez mais sedentário e, quem sabe, doente, por falta de exercício
físico.
Fora este primeiro tipo de ignorância ainda há outro tipo: aquele
pessoal que vê o diabo em tudo, menos onde ele, de fato, está. Se você acha que
o Pokemon Go pode tirar Deus do seu coração, é porque Deus já não estava lá. É
o mesmo pessoal que alguns anos atrás achava que era pecado o esporte… São tão
certinhos por fora, que esquecem que o problema é por dentro. Preocupam-se com
a roupa, o cabelo e muitas outras coisas externas, como o faziam os fariseus no
tempo de Jesus, mas o coração… Ah o coração… É um rio de maldades...
Certa vez Jesus disse: “O que entra pela boca vai para o estômago
e depois sai do corpo. Mas o que sai da boca vem do coração. É isso que faz com
que a pessoa fique impura. Porque é do coração que vêm os maus pensamentos, os
crimes de morte, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, as mentiras
e as calúnias. São essas coisas que fazem com que alguém fique impuro. Mas
comer sem lavar as mãos não torna ninguém impuro.” (Mateus 15.17-20).
É claro que este texto está falando da comida sem lavar as mãos.
Isto é obvio, mas nos ensina uma grande verdade sobre onde estão os verdadeiros
monstros que podem fazer mal… Dentro do coração. São os “Heartmon”... São eles
que fazem você usar as redes sociais para propagar o mal… São eles que te fazem
julgar os outros, só porque você tem inveja que eles estão se divertindo e você
não… São eles que fazem você se achar superior.
Então, querido leitor, pare de ser chato… Largue de ser ignorante…
Leve uma vida mais leve. Divirta-se. Eu também não gostei do joguinho, mas
gostei do que ele me proporcionou… Já conduzi (para cuidar delas) minhas filhas
em suas caçadas… Já conversei com crianças e jovens, que antes não conseguiria
puxar uma conversa, porque eles parecem ter seu próprio mundo… Já fizemos
exercícios juntos e temos agora mais um assunto em comum… Mas conosco (minhas filhas,
esposa e eu) nunca perdemos o assunto… Sempre dividimos tudo, este é só mais um
assunto a dividir… E tratamos os assuntos delas também como importantes, pois
são importantes para elas…
Talvez na sua casa seja diferente, por isso, aproveite que estamos
na semana dos pais e vá fazer coisa junto com seus filhos… Jamais se esqueça,
porém, que como tudo mais neste mundo, o Pokemon GO vai passar também, o que
restará são os bons exemplos que você deixará para os que te observam. Exemplo
de compromisso, de respeito, honestidade, exemplo de ouvir e aprender antes de
emitir opiniões… Exemplo de fé, ou da falta dela… Eu usei a caçada, para dar
uma volta completa na nova praça Adélio Lubiana. Foram fotos e mais fotos entre
um monstrinho e outro. Minhas meninas ficaram empolgadas, felizes… E não foi só
pela caçada. Foi porque o pai delas tirou uma hora (pois é, tenho até vergonha
de reconhecer que foi só uma hora) do seu dia para simplesmente estar com elas…
Não sou o melhor pai. Sei dos monstros que estão também no meu coração… Mas sei
que estes monstros são mortos por Cristo, meu Salvador. E “o sangue de Jesus
nos limpa de todo pecado.” (1º João 1.7). Os monstros sempre quiseram nos
cavalgar… E estão andando de galope por aí cada vez que apontamos o dedo para acusar
os outros. Por outro lado, cada vez que estendemos a mão do perdão, estes
monstros perdem lugar. E Cristo ocupa o lugar que lhe é devido.
Jarbas Hoffimann é formado em Teologia e pastor da Igreja Evangélica Luterana do
Brasil, em Nova Venécia. (pastorjarbas@gmail.com;
facebook.com/pastorjarbas)
Estes e outros artigos são publicados no Jornal Correio 9, de Nova
Venécia (curta para ser avisado das edições diárias, leitura completa online): https://www.facebook.com/correio9
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