A ordenação é sacramental se entendida como o ministério da Palavra e administração dos sacramentos
“Sacerdotes são chamados não para realizar quaisquer sacrifícios pelo povo, como na lei, a fim de através deles merecerem remissão de pecados para o povo, senão que são chamados para ensinar o evangelho e administrar os sacramentos ao povo. Não temos outro sacerdócio, semelhante ao levítico, conforme ensina suficientemente a Carta aos Hebreus. Se, porém, se entender a ordem como dizendo respeito ao ministério da Palavra, não relutemos em chamar de sacramento a ordem. Pois o ministério da Palavra tem mandamento divino e magníficas promessas. Romanos 1: “O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.” Da mesma forma em Isaías 55: “A palavra que saiu da minha boca não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz, etc.”. Se se entender a ordem dessa maneira, não nos recusaremos a chamar de sacramento a imposição de mãos. Pois a igreja tem a ordem de constituir ministros, o que nos deve ser gratíssimo, porque sabemos que Deus aprova esse ministério e nele está presente [de modo que Deus prega e opera através de homens e daqueles que foram escolhidos por homens]. E convém ornar o ministério da Palavra o quanto possível com todo gênero de louvor contra os fanáticos que sonham ser o Espírito Santo dado não pela Palavra, mas em vista de certas preparações deles, quando se assentam, ociosos e silenciosos, em lugares escuros, esperando iluminação.”
— Apologia da Confissão de Augsburgo, Artigo XIII: Do número e uso dos sacramentos, 9-13
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