Em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo!
A
Celebração da Santa Cruz originalmente comemorava aquela que foi considerada a
descoberta da cruz usada na Crucificação de nosso Senhor. No início do século
IV AD, St. Helena – mãe do Imperador Constantino – descobriu a cruz. A Igreja
do Santo Sepulcro, em Jerusalém, foi construída no local onde a cruz foi
encontrada. Esta construção foi dedicada no dia 13 de Setembro de 335, e a
partir do dia seguinte – 14 de Setembro – a cruz começou a ser exposta para o
público, dando início a esta Celebração que já permanece na Igreja por quase
1.700 anos.
O
bem-aventurado Dr. Martinho Lutero não era um grande amante desta celebração. Ele
via o perigo da superstição semelhante ao que ocorria com outras relíquias que
ficavam em Wittenberg. Certa vez ele brincou que, se todas as peças ditas
verdadeiras que existiam da santa cruz, daria para se construir um objeto
gigantesco. Entretanto, o Reformado não aboliu esta celebração, ao invés disso,
ele mudou o seu foco: a atenção não mais era dirigida ao objeto em si da cruz,
mas sim a Mensagem da Cruz – ou melhor ainda, o Crucificado! Por isso, até os
dias de hoje, quando se pergunta a um luterano: Por que há um crucifixo em sua
Igreja? O luterano responde com as Palavras das Sagradas Escrituras: “Nós pregamos o Cristo crucificado” (1Coríntios
1.23).
O
que nós, luteranos, portanto, celebramos neste dia não é primariamente a
história da descoberta de uma relíquia. Ao invés disso, celebramos o triunfo de
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo sobre uma cruz indiscutivelmente real que
outrora se encontrava no Gólgota. Assim, da mesma forma que o povo no Antigo
Testamento, confiando na palavra do SENHOR, olhou para a serpente de bronze no
alto do madeiro e viveu (Números 21.8); agora todos nós, também
confiando na Palavra do SENHOR, podemos olhar Jesus Cristo no alto de seu
madeiro – a cruz – e vivermos eternamente, por causa da obra que ele realizou
por seu divino amor.
O
santo e precioso Sangue de Jesus Cristo derramado na cruz nos purifica de todo
o pecado; a sua dolorosa morte na cruz destruiu a nossa morte. Por isso,
celebramos neste dia o modo como o SENHOR usou e usa até mesmo o sofrimento
para trazer bênçãos; o modo como ele trabalhou e continua trabalhando de
maneira contrária a qualquer coisa que a razão humana possa conceber ou prever.
E isto se torna claro nas palavras do próprio Jesus, que ao contrário do que alguns
achavam – até mesmo os seus discípulos – de que ele não deveria sofrer e
morrer, ele afirmava: “Foi precisamente
com este propósito que eu vim” (São João 12. 27). Jesus Cristo veio
a este mundo para morrer, e morte de Cruz!
Por
fim, é claro que nós não negamos a possibilidade de que a cruz original tenha
sido descoberta por St. Helena. No entanto, se isso é fato ou não, não tem
importância. O que importa é que há quase dois mil anos atrás, sob Pôncio
Pilatos, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo – gerado pelo poder do Espírito
Santo na Bem-aventurada Virgem Maria – foi crucificado. De fato, ele foi
levantado no alto do madeiro como previu que seria, e através deste ato
insondável de amor divino, ele atrai todas as pessoas para si por meio da
Remissão que está em seu Sangue – o Perdão dos pecados de acordo com a riqueza
de sua Graça. Além disso, muito melhor do que qualquer relíquia que possa
existir, é o verdadeiro Corpo e o verdadeiro Sangue de Jesus Cristo, que
graciosamente ele concede a nós através da Santa Ceia, dando-nos assim o Perdão
dos pecados que ele próprio conquistou para nós com a sua morte, e não uma
morte qualquer, mas morte de Cruz!
Amém!
Rev. Helvécio José Batista
Júnior
Ministro do SENHOR nas
Igrejas Luteranas “Bom Pastor” e “Cristo Rei” em Cariacica/ES
No dia da Santa Cruz, 2018 AD
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