“A Anunciação” (c.1644) de Philippe de Champaigne (1602-1674) |
A Anunciação é uma festa cristológica de suma importância, observada em toda a sua plenitude na Quaresma, quando a Igreja se prepara para a Semana Santa. Isto nos ensina que mesmo em meio à morte, há vida. Entretanto, a Anunciação não deveria ser observada durante Semana Santa ou no Dia da Páscoa (ou também no Quinto Domingo na Quaresma na série anual). Neste ano de 2013, a Anunciação cairia numa Segunda-feira da Semana Santa, por isso sua celebração é transferida para o dia após o Segundo Domingo da Páscoa, que é segunda-feira, 8 de abril.
O Evangelho de S. Lucas 1.26-38 nos relata como o anjo Gabriel anunciou a Maria de Nazaré, que ela tinha sido escolhida para ser a mãe de Cristo. Maria, uma virgem prometida em casamento a José, rapidamente se perguntou como isso poderia ser, já que ela não tinha relações com homem algum.
Tendo Gabriel lhe dito que a criança seria concebida pelo Espírito Santo, ela humildemente aceitou este sagrado compromisso: “Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra” (v. 38).
Desde que nos primórdios da Igreja se observou 25 de março como a data da Anunciação, a celebração do Nascimento de Cristo é observada em 25 de dezembro, nove meses depois.
Ainda que a Visitação de Maria a sua prima Isabel tenha ocorrido algum tempo depois (ver Lucas 1.39-56) o cântico de celebração de Maria na ocasião é apropriado para lembrar a Festa da Anunciação. No Magnificat (Lucas 1.46-55) a Virgem Mãe de Deus celebrou o presente de Deus para ela, para Israel e para todas as pessoas.
O Bem-aventurado Martinho Lutero escreveu um comentário sobre este cântico. A respeito do versículo 49 ("Porque o Poderoso me fez grandes coisas. Santo é o seu nome."), ele registrou:
As “grandes coisas” nada são senão o fato de Maria ter chegado a ser a mãe de Deus. Nesta obra lhe foram dadas tantas e tantas e tão grandes obras que ninguém as pode compreender; pois é nisso que reside toda sua honra e bem-aventurança, é esse o motivo pelo qual ela é uma pessoa singular dentre todo o gênero humano. Pois ninguém se iguala a ela, porque ela tem um filho com o Pai celeste, e que filho. Ela própria é incapaz de descrever este acontecimento por ser demasiadamente grande. Tem que limitar-se a que, em seu fervor, irrompa e borbulhe, dizendo que são grandes coisas que não se podem esgotar nem mensurar em palavras. Por isso toda a sua honra foi resumida em uma só palavra, a saber, quando se lhe chama mãe de Deus. Ninguém pode dizer coisa mais sublime dela e a ela, ainda que tivesse tantas línguas como existem folhas e ervas, estrela no céu e areia no mar. Também é preciso meditar no coração o que significa ser mãe de Deus. (O Magnificat - Obras Selecionadas, v. 6, p. 49)
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