17/05/2013

A Festa de Pentecostes (III)



"A Descida do Espírito Santo", de Guido Reni (1575-1642)

Na Igreja cristã antiga, o Pentecostes estava em pé de igualdade com a Páscoa como um momento para o Batismo. As igrejas do hemisfério norte, particularmente, têm preferido Pentecostes à Páscoa como o dia do Batismo por motivos climáticos, e esta festa se tornou, mais tarde, a sua Dominica in albis. Os candidatos ao batismo eram, obviamente, vestidos de branco.
O Pentecostes é uma das duas primeiras festas da Igreja. O dia original caiu sobre uma antiga festa judaica, a Festa das Semanas. “Também guardarás a Festa das Semanas, que é a das primícias da sega do trigo, e a Festa da Colheita no fim do ano” (Êxodo 34.22). “Sete semanas contarás; quando a foice começar na seara, entrarás a contar as sete semanas. E celebrarás a Festa das Semanas ao Senhor, teu Deus, com ofertas voluntárias da tua mão, segundo o Senhor, teu Deus, te houver abençoado. Alegrar-te-ás perante o SENHOR, teu Deus” (Deuteronômio 16.9-11). Esta Festa também foi chamada de Pentecostes nos tempos pré-cristão. Acontecia exatamente sete semanas depois da Páscoa. Ela marcava a entrega da Lei no Monte Sinai, portanto, a instituição da Igreja judaica. Mas era observada mais como uma festa de ação de graças pelo término da colheita, ocasião em que dois pães, feitos a partir do dos primeiros feixes de trigo colhidos, eram oferecidos ao Senhor. Os Pais não deixaram de fazer uso do paralelo proporcionado pela fundação da Igreja judaica e da Igreja Cristã neste dia. Obviamente, a observância cristã comemora a descida do Consolador prometido, como indicado pela Epístola e pelo Introito.

-- Fred H. Lindemann (The Sermons and The Propers II. St. Louis: Concordia Publishing House, 1958. pp. 233-234)

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