Ascensão de Cristo ao céu

"Ascensão de Jesus" (1520), de Benvenuto Tisi da Garofalo (1481–1559)

Agora, devemos considerar a ascensão do Senhor Jesus Cristo. Em primeiro lugar, é fácil dizer e entender que o Senhor subiu aos céus e está sentado à mão direita de Deus. Mas são palavras mortas para a compreensão, se não forem agarrada com o coração.

Devemos, portanto, conceber a sua ascensão e senhorio como algo ativo, enérgico e contínuo, e não devemos imaginar que ele fica lá acima enquanto mantemos as rédeas do governo aqui embaixo. Não, ele ascendeu pela razão de que lá ele pode fazer melhor o seu trabalho e exercer o domínio. Se ele tivesse permanecido na terra em forma visível, diante do povo, ele não poderia ter trabalhado tão eficazmente, pois todas as pessoas não poderiam ter com ele e ouvi-lo. Por isso, ele inaugurou um expediente que tornou possível para ele estar em contato com todos e reinar em tudo, pregar a todos e ser ouvido por todos, e estar com todos. Portanto, cuidado para não imaginar consigo mesmo que ele se foi, e agora está longe de nós. O oposto é verdadeiro: enquanto ele estava na terra, ele estava longe de nós, mas agora ele está muito próximo.

- Bem-aventurado Martinho Lutero, sermão sobre São Marcos 16.14-20 no Dia da Ascensão de Cristo, publicado em sua Hauspostille de 1523 (The Sermons of Martin Luther III: 182-194. Baker Book House, 1983)