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15/05/2016

Litania para o Pentecostes

Litania para o Pentecostes


Litania vem de uma palavra grega que significa “súplica”. Esta forma de oração teve origem em Antioquia no séc. IV, donde se espalhou para o oriente e ocidente, tornando-se muito popular durante o período medieval. Já em 1519 Lutero expressou seu apreço pela Litania, estimulando, mais tarde, em 1528/29 sua utilização em latim e alemão nas Matinas, Vésperas e Domingos, quando o exército turco estava às portas de Viena. A Litania é uma oração insistente e perseverante (Lc 11:5-10).
A Litania para o Pentecostes é uma versão moderna da Litania escrita pelo Doutor Wilhelm Loehe[1] no seu livro “Liturgia para Congregações Cristãs de Fé Luterana”. Esta Litania, embora sendo Trinitária, está centrada na obra de Deus Espírito Santo.


P Kyrie Eleison                                            
C Ó Senhor, tem piedade
P Christe Eleison                                          
C Ó Cristo, tem piedade,
P Kyrie Eleison,                                            
C Ó Senhor, tem piedade,
P Deus Pai do céu,                                        
C Tem piedade de nós.
P Deus Filho, Redentor do mundo.               
C Tem piedade de nós.
P Deus Espírito Santo, o Consolador.          
C Tem piedade de nós.
P Senhor Deus Espírito Santo, tu és o Espírito da sabedoria e do entendimento, o Espírito do conselho e da fortaleza; tu és o Espírito do conhecimento e do temor do SENHOR.
C Tem piedade de nós.
P Senhor Deus, Espírito Santo, tu és o Espírito do amor, o Espírito da alegria, o Espírito da paciência, benignidade e bondade; tu és o Espírito da fé, da humildade e da pureza.
C Tem piedade de nós.
P Ó Espírito Santo, tu és aquele que examina os corações e pensamentos do ser humano [Jr 17.10]; tu és o despenseiro da graça celestial.
C Tem piedade de nós.
P Senhor Deus, Espírito Santo, tu és a alegria dos anjos, o conforto dos entristecidos, a luz dos profetas; tu és a sabedoria dos Apóstolos.
C Tem piedade de nós.
P Ó Santo Espírito, tu és a vitória dos santos mártires; tu és a unção dos Santos.
C Tem piedade de nós.
P Sê-nos propício.                                         
C Salva-nos, bom Senhor.
P Sê-nos propício.                                         
C Ajuda-nos, bom Senhor.
P Da astúcia e ataques do diabo, de heresia e ensino enganoso, de inveja e malícia contra o irmão, de impureza do corpo e da alma, de indiferença no serviço de Deus e de todos os espíritos malignos,
C Livra-nos, bom Senhor!
P Senhor Deus, Espírito Santo, tu que eternamente procedeste do Pai e do Filho, tu que envolveste com a tua sombra a Bem-aventurada Virgem [Lc 1.35], fazendo-a conceber em seu ventre o Filho eterno de Deus: Jesus, o Cristo; tu que desceste sobre o Filho de Deus na forma de uma pomba; tu que foste derramado sobre os santos apóstolos, descendo sobre eles em línguas de fogo, capacitando-os a anunciar o Evangelho em outras línguas; tu que nos regenerou no Santo Batismo e tu que habita em nós através da tua Palavra e Sacramento.
C Ajuda-nos, bom Senhor.
P Ó Espírito Santo, tu intercedes por nós com gemidos inexprimíveis,
C Ouve-nos, bom Senhor.
P Senhor Deus, Espírito Santo, nós pobres pecadores, te rogamos,
C Ouve-nos, bom Senhor.
P E purifica e santifica todos os membros da tua Santa Igreja; adorna a noiva de Cristo com muitos dons; abençoa e protege nosso Sínodo, incluindo os seus pastores e instituições; concede a todos nós espírito de oração e reverente louvor; dirige e santifica nossos pensamentos, palavras e ações; adorna nossas vidas com paciência e humildade; acende em nós o amor e misericórdia; reveste-nos com pureza de vida; opera em nós a paz de Deus; guarda-nos em tua graça e conduze-nos à vida eterna. (Suplicas particulares)
C Nós te rogamos: ouve-nos, bom Senhor.
P Senhor Deus, Espírito Santo,                    
C Tem misericórdia de nós.
P Senhor Deus, Filho do Pai,                        
C Tem misericórdia de nós.
P Cristo, o Cordeiro de Deus, que tiras os pecados do mundo,
C Tem misericórdia de nós.
P Cristo, o Cordeiro de Deus, que tiras os pecados do mundo,
C Tem misericórdia de nós.
P Cristo, o Cordeiro de Deus, que tiras os pecados do mundo,
C Dá-nos a tua paz.
P Ó Cristo, ouve-nos.                        
C Ó Cristo, ouve-nos.
P Kyrie eleison.                                 
C Senhor, tem piedade de nós.
P Christe eleison.                              
C Cristo, tem piedade de nós.
P Kyrie eleison.                                 
C Senhor, tem piedade de nós.


Catecismo Menor de Lutero 

O TERCEIRO ARTIGO - DA SANTIFICAÇÃO
Creio no Espírito Santo, na santa Igreja Cristã - a comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna. Amém.

QUE SIGNIFICA ISTO?
Creio que por minha própria razão ou força não posso crer em Jesus Cristo, meu Senhor, nem vir a ele. Mas o Espírito Santo me chamou pelo evangelho, iluminou com seus dons, santificou e conservou na verdadeira fé. Assim também chama, congrega, ilumina e santifica toda a cristandade na terra, e em Jesus Cristo a conserva na verdadeira e única fé. Nesta cristandade perdoa a mim e a todos os crentes diária e abundantemente todos os pecados, e no dia derradeiro me ressuscitará a mim e a todos os mortos, e me dará a mim e a todos os crentes em Cristo a vida eterna. Isto é certamente verdade.



[1] Apesar de nunca ter deixado a Alemanha, Johann Wilhelm Konrad Löhe (frequentemente grafado como ‘Loehe’), nascido em Fürth, em 1808, exerceu um profundo impacto no desenvolvimento do luteranismo no continente americano. Um grande número de pastores que ele enviou para os Estados Unidos tornaram-se os fundadores da Igreja Luterana - Sínodo de Missouri que posteriormente constituíram um Sínodo no Brasil (IELB). Loehe era conhecido por sua integridade confessional e seu interesse na liturgia e catequese. 

19/09/2014

Décimo Quinto Domingo após Pentecostes – 21 de setembro de 2014 (Próprio 20 – Ano A)

“A Parábola da Vinha” (2011), Andrey N. Mironov (Rússia)
Os discípulos vivem em suas vocações pela graça mediante a fé em Cristo

Aqueles que são enviados como “trabalhadores para a sua vinha” (Mt 20.1) representam a grande diversidade de vocações para quais os discípulos de Cristo Jesus são chamados. Sejam quais forem nossas ocupações na vida, somos chamados a viver e a servir pela fé nas promessas do Senhor. Nosso trabalho não nos torna dignos de nada diante d'Ele, pois Ele já é generoso para com cada um e para com todas as pessoas, sem parcialidade. Em misericórdia Ele escolheu suportar “a fadiga e o calor do dia” em nosso favor, para nos tornar iguais a Ele e dar-nos o que Lhe pertence, ou seja, o reino dos céus (Mt 20.12-15). Esta maneira de agir do Senhor é loucura para o mundo e estranho para a nossa mentalidade, mas Ele “está perto”, para que ser achado (Is 55.6), Ele “se compadecerá”, “porque é rico em perdoar” (Is 55.7). Desta forma é que somos achados em Cristo Jesus e Ele é engrandecido em nossos corpos, “seja pela vida, seja pela morte” (Fp 1.20), seja pelo trabalho frutífero (Fp 1.22) ou pelo sofrimento. É pela fé em seu perdão que nossas obras são dignas “do Evangelho de Cristo” (Fp 1.27).

Cor litúrgica: Verde

LEITURAS:

† Antigo Testamento: Isaías 55.6-9
† Salmo: Salmo 27.1-9 (antífona v. 4a)
† Epístola: Filipenses 1.12-14, 19-30
† Santo Evangelho: S. Mateus 20.1-16

ORAÇÃO DO DIA:

Senhor Deus, Pai celestial, visto que não podemos ficar diante de ti confiando em algo que fizemos, ajuda-nos a confiar em tua graça permanente e a viver de acordo com a tua Palavra; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

20/05/2013

Segunda-feira de Pentecostes - São João 3.16


Se, entretanto, não consegues crer, deves pedir a Deus por isto, como dissemos acima, pois também o crer está exclusivamente nas mãos de Deus, e ele também o dará, ora abertamente, ora ocultamente, como dissemos a respeito do sofrimento. Mas tu podes animar-te para isso: em primeiro lugar não deves mais contemplar o sofrimento de Cristo (pois agora este já efetuou sua obra e te assustou); deves ir em frente e contemplar seu amável coração, considerando quanto amor ele tem para contigo, amor que o obriga a carregar o fardo tão pesado de tua consciência e teu pecado. Assim teu coração ficará doce para com ele e a confiança da fé será fortalecida. Continuando, passa então pelo coração de Cristo para chegar ao coração de Deus, e vê que Cristo não poderia ter te demonstrado esse amor caso Deus, a quem Cristo obedece com seu amor para contigo, não o tivesse querido em amor eterno. Assim acharás o coração paterno divino e bom e, como Cristo diz, dessa maneira serás atraído por Cristo para o Pai. Então passarás a entender as palavras de Cristo: “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito", etc. É isto o que significa reconhecer a Deus de forma apropriada: apreendê-lo não pelo seu poder ou por sua sabedoria (que são assustadores), mas pela bondade e pelo amor. Então a fé e a confiança podem subsistir e então a pessoa é verdadeiramente renascida em Deus.

-- Bem-aventurado Martinho Lutero no Sermão sobre a Contemplação do Santo Sofrimento de Cristo, de 1519 (OSel I, 254, 255)

Ich liebe den Höchsten von ganzem Gemüte - Cantata de Bach para a Segunda-feira de Pentecostes

Ich liebe den Höchsten von ganzem Gemüte (Eu amo o Altíssimo com todo meu Ânimo), BWV 174, é uma cantata sacra de Johann Sebastian Bach que ele compôs em Leipzig para o segundo dia de Pentecostes (Pfingstmontag) e foi executada pela primeira vez neste dia festivo em 6 de junho de 1729.

As leituras bíblicas para a Segunda-feira de Pentecostes são de Atos 10.42-48 (sermão de Pedro ao centurião Cornélio) e do Evangelho de João 3.16-21 (encontro de Jesus e Nicodemos).

O texto da cantata faz referência estrita ao Evangelho do dia festivo e foi escrito por Picander (Christian Friedrich Henrici) e publicado em 1728 no seu volume completo de poemas sacros para todos Domingos e Festas do Ano Eclesiástico, em cujo prefácio expressou que almejava que "a falta de elegância poética fosse compensada pela doçura do incomparável Kapellmeister Bach, e que essas canções sejam Lieder entoadas nas principais igrejas da piedosa Leipzig". O texto final do Coral é a primeira estrofe do hino "Herzlich lieb hab ich dich, o Herr", composto por Martin Schalling em 1569.

Foi durante o período de seu ciclo Picander que Bach assumiu o comando do Collegium musicum, que provocou uma melhoria visível nas apresentações, favorecendo também suas composições sacras. Isso pode ser visto claramente na pontuação fantástica da Cantata BWV 174, que Bach compôs pouco depois de assumir o Collegium musicum.

A cantata que pode ser ouvida abaixo é executada pelo coro Tölzer Knabenchor, fundado e regido por Gerhard Schmidt-Gaden (1937 - ) e orquestra Concentus musicus Wien, fundada e regida por Nikolaus Harnoncourt (1929 -2016).




1. Sinfonia

2. Ária

Ich liebe den Höchsten von ganzem Gemüte,
Er hat mich auch am höchsten lieb.
Gott allein
Soll der Schatz der Seelen sein,
Da hab ich die ewige Quelle der Güte.

Eu amo o Altíssimo com todo meu Ânimo,
A mim ele ama com alto amor.
Deus apenas
Deve ser o Tesouro da Alma,
Onde tenho uma eterna fonte do Bem.

3. Recitativo

O Liebe, welcher keine gleich!
O unschätzbares Lösegeld!
Der Vater hat des Kindes Leben
Vor Sünder in den Tod gegeben
Und alle, die das Himmelreich
Verscherzet und verloren,
Zur Seligkeit erkoren.
Also hat Gott die Welt geliebt!
Mein Herz, das merke dir
Und stärke dich mit diesen Worten;
Vor diesem mächtigen Panier
Erzittern selbst die Höllenpforten.

Ó Amor sem igual!
Ó inestimável resgate!
O Pai deu a vida de sua Criança
Pela morte dos Pecadores
E todos, que do reino celestial
Se desgarraram e se perderam,
Para a felicidade são destinados.
Assim Deus ao Mundo amou!
Meu Coração, considera contigo
E te fortaleça com essas Palavras:
Diante desses poderosos Estandartes
Tremem mesmo os Portões do Inferno.


4. Aria

Greifet zu,
Fasst das Heil, ihr Glaubenshände!
Jesus gibt sein Himmelreich
Und verlangt nur das von euch:
Gläubt getreu bis an das Ende!

Agarrai,
Abraçai a Salvação, vós mãos da fé!
Jesus dá o seu reino celestial
E de vós deseja apenas:
Crede fielmente até o fim!

5. Choral

Herzlich lieb hab ich dich, o Herr.
Ich bitt, wollst sein von mir nicht fern
Mit deiner Hülf und Gnaden.
Die ganze Welt erfreut mich nicht,
Nach Himml und Erden frag ich nicht,
Wenn ich dich nur kann haben.
Und wenn mir gleich mein Herz zerbricht,
So bist du doch mein Zuversicht,
Mein Heil und meines Herzens Trost,
Der mich durch sein Blut hat erlöst.
Herr Jesu Christ,
Mein Gott und Herr, mein Gott und Herr,
In Schanden lass mich nimmermehr!

Amor de coração tenho por ti, ó Senhor.
Peço, não te afastes de mim
Com teu Socorro e tua graça.
O mundo inteiro não me alegra,
Do céu e da terra nada peço,
O que de ti posso obter.
E quando meu coração se partir,
Serás ainda minha confiança,
Meu salvador e amparo de meu coração,
Que para mim por seu sangue foi redimido.
Senhor Jesus Cristo,
Meu Deus e meu Senhor, meu Deus e meu Senhor,
No opróbrio não me deixes nunca mais.

Tradução de Martinho Lutero Hasse (1919-2004) da primeira estrofe do hino "Herzlich lieb hab ich dich, o Herr", conforme se encontra no Hinário Luterano (435):

Eu te amo tanto, ó meu Senhor.
Vem com tua graça e teu amor
em mim estar presente.
O mundo não me dá prazer;
nem céus nem terra quero ter,
senão a ti somente.
Ao se angustiar meu coração,
serás a minha proteção;
conforto encontrarei em ti,
por cujo sangue me remi.
Ó Salvador,
Senhor meu Deus, Senhor meu Deus,
dá forças aos fracos braços meus. 

Fonte:

Also hat Gott die Welt geliebt - Cantata de Bach para a Segunda-feira de Pentecostes

Also hat Gott die Welt geliebt, BWV 68 (Tanto amou Deus ao mundo) é uma cantata sacra que Johann Sebastian Bach compôs para a Segunda-feira de Pentecostes e foi executada pela primeira vez nesta data festiva em 21 de maio de 1725, em seu segundo ano como Thomaskantor em Leipzig (cargo que ocupou até 1750).

O texto da cantata é de Christiana Mariana von Ziegler (1695-1760), poeta e escritora alemã. A poeta iniciou a cantata com a primeira estrofe do hino "Also hat Gott die Welt geliebt" (1675) do pastor e hinólogo Salomo Liscow (1640-1689). No movimento final Ziegler citou João 3.18.

A cantata que pode ser ouvida abaixo é executada pelo coro Tölzer Knabenchor, fundado e regido por Gerhard Schmidt-Gaden (1937 - ) e orquestra Concentus musicus Wien, fundada e regida por Nikolaus Harnoncourt (1929 -2016).



Also hat Gott die Welt geliebt - BWV 68

Tradução: Henrique Garcia

1. Coro

Also hat Gott die Welt geliebt,
Dass er uns seinen Sohn gegeben.
Wer sich im Glauben ihm ergibt,
Der soll dort ewig bei ihm leben.
Wer glaubt, dass Jesus ihm geboren,
Der bleibet ewig unverloren,
Und ist kein Leid, das den betrübt,
Den Gott und auch sein Jesus liebt.


Tanto amou Deus ao mundo
Que o seu Filho nos enviou.
Quem a ele em fé se entregar
Viverá com ele eternamente.
Quem crer que Jesus nasceu por meio Dele
Nunca estará perdido,
E nenhuma pena poderá afligir
Aquele a quem o próprio Deus e o seu Jesus amam.


2. Ária

Mein gläubiges Herze,
Frohlocke, sing, scherze,
Dein Jesus ist da!
Weg Jammer, weg Klagen,
Ich will euch nur sagen:
Mein Jesus ist nah.

Meu fiel coração,
Rogozija-te, canta, alegra-te,
Teu Jesus breve virá!
Fora tristeza, fora lamento,
Só vos digo isto:
Meu Jesus perto está.


3. Recitativo

Ich bin mit Petro nicht vermessen,
Was mich getrost und freudig macht,
Dass mich mein Jesus nicht vergessen.
Er kam nicht nur, die Welt zu richten,
Nein, nein, er wollte Sünd und Schuld
Als Mittler zwischen Gott und Mensch vor diesmal schlichten.

Como Pedro não sou arrojado;
O que me consola e me enche de alegria
É que de mim não se esqueceu Jesus.
Não só veio ele a julgar o mundo,
Senão que quis também abolir o pecado e a culpa
Como mediadores entre Deus e o homem.


4. Ária

Du bist geboren mir zugute,
Das glaub ich, mir ist wohl zumute,
Weil du vor mich genung getan.
Das Rund der Erden mag gleich brechen,
Will mir der Satan widersprechen,
So bet ich dich, mein Heiland, an.

Para o meu bem foi que tu nasceste,
Acredito nisto, e sinto-me feliz:
Porque tens feito muito por mim.
Ainda que a esfera terrestre se rompa,
Ainda que Satanás se volte contra mim,
Adorar-te-ei, meu Salvador.

5. Coro

Wer an ihn gläubet, der wird nicht gerichtet;
wer aber nicht gläubet, der ist schon gerichtet;
denn er gläubet nicht an den Namen des eingebornen Sohnes Gottes.

Quem crer Nele não será condenado,
Porém quem não crer já o foi:
Pois se negou a crer no nome
Do Filho de Deus.

Fonte: Cantatas de Bach em Português

Bach e a Segunda-feira de Pentecostes

A Segunda-feira de Pentecostes é um dia festivo muito importante. Comemoramos o segundo dia de Pentecostes. O Pentecostes, uma das três grandes festas da Igreja Cristã se tornou também um dos três períodos de batismo, quando os batizados usam roupas brancas. Na Alemanha, hoje é o feriado de Pfingstmontag, mas, infelizmente, lá e em todas as partes do mundo, a Segunda feira de Pentecostes tem sido negligenciada e totalmente esquecida entre os cristãos, mesmo luteranos. No entanto, nem sempre foi assim. Durante a Era de Confessionalismo, Johann Sebastian Bach compôs lindas cantatas para a Segunda-feira de Pentecostes, baseadas nas leituras previstas para este dia festivo, do Sermão de São Pedro a Cornélio (Atos 10.42-48) e do encontro de Jesus com Nicodemos, no Evangelho de São João, quando Jesus diz: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (São João 3.16-21).

- Erhöhtes Fleisch und Blut (Excelsa carne e sangue ), BWV 173, composta por Bach em Leipzig e apresentada pela primeira vez em 29 de maio de 1724.



- Ich liebe den Höchsten von ganzem Gemüte (Eu amo o Todo-Poderoso com todo meu ser), BWV 174, composta por Bach em Leipzig e apresentada pela primeira vez em 6 de junho de 1729.



- Also hat Gott die Welt geliebt (Tanto amou Deus ao mundo), BWV 68, composta em Leipzig e apresentada pela primeira vez em 21 de maio de 1725.

Segunda-feira de Pentecostes (Lecionário Histórico)

"O Batismo de um Centurião", de Michel Corneille, o Velho (c. 1601-1664)

Cor litúrgica: Vermelha

INTROITO:
Salmo 81.1, 7a, 10a, 14; antífona. Salmo 81.16)

Eu o sustentaria com o trigo mais fino, diz o Senhor. Aleluia. E o saciaria com o mel que escorre da rocha. Aleluia.
Cantai de júbilo a Deus, força nossa; celebrai o Deus de Jacó.
Clamaste na angústia, e te livrei. Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito. 
Eu, de pronto, lhe abateria o inimigo e deitaria mão contra os seus adversários. 
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora é, e para sempre será – de eternidade a eternidade. Amém.
Eu o sustentaria com o trigo mais fino, diz o Senhor. Aleluia. E o saciaria com o mel que escorre da rocha. Aleluia.

LEITURAS:
Lecionário Anual

Antigo Testamento: Isaías 57.15–21
Salmo: Salmo 43 (antífona. v. 3)
Epístola: Atos 10.34a, 42–48
Santo Evangelho: S. João 3.16–21

O Espírito Santo vem a todos os povos

São Pedro foi o primeiro a falar aos gentios as insondáveis riquezas de Cristo, ao pregar a Cornélio e sua família o mesmo dom do Espírito Santo que Deus havia concedido aos santos Apóstolos e a bem-aventurada Maria no dia de Pentecostes, purificando-lhes os corações pela fé. Na sua pregação na casa de Cornélio o santo apóstolo reconhece “que Deus não faz acepção de pessoas”(Atos 10.34), de forma que quando Pedro ainda falava “caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo” (Atos 10.44,45). O resultado é que aqueles estrangeiros também foram batizados e contados no povo de Deus. A ação do Espírito Santo testemunha que todos estão salvos através da obra redentora de Jesus Cristo, o Filho unigênito de Deus (São João 3.16-18). — LCMS Lectionary Summaries


COLETA:

Ó Deus, que deste teu Espírito Santo aos apóstolos, concede-nos este mesmo Espírito para que possamos viver em fé e permanecer em paz; através de Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

17/05/2013

Pentecostes - O Dom do Espírito Santo

"A Descida do Espirito Santo" (1618-1620), de Antoon van Dyck (1599 - 1641)


Observe aqui, o Espírito Santo desce e enche os corações dos discípulos que estavam reunidos em meio a temor e tristeza. Ele torna as suas línguas ardentes e soltas e inflama-os com amor até ousarem na pregação de Cristo - até a enunciação livre e destemida. Obviamente, então, não é ofício do Espírito escrever livros ou instituir leis. Ele escreve nos corações dos homens, criando um novo coração, para que o homem possa se alegrar diante de Deus, plenos de amor por ele e, consequentemente, prontos para servir seus semelhantes com gratidão.
Quais meios e processos o Espírito emprega para mudar e renovar o coração? Por meio da pregação de Jesus Cristo, o Senhor, como o próprio Cristo diz (São João 15.26): “Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim”. Como temos ouvido muitas vezes, o Evangelho é a mensagem que Deus teria pregado no mundo inteiro, declarando a cada indivíduo que, uma vez que ninguém pode, através da Lei ser justo, mas deve antes tornar-se mais injusto, Deus enviou seu próprio Filho para derramar o seu sangue e morrer pelos nossos pecados, dos quais não poderíamos ser libertados por nosso próprio esforço.

-- Homilia do bem-aventurado Martinho Lutero sobre Atos 2.1-13 para o Domingo de Pentecostes, publicado em sua Postila da Igreja de 1523 (The Sermons of Martin Luther VII:332-333 (Baker Book House, 1983)

A festa de Pentecostes (I)

“Pentecoste”, de Louis Galloche (1670-1761)


Esta última das três grandes festas fecha a Quinquagésima que segue a Páscoa. O período de cinquenta dias é totalmente festivo. Em tempos antigos jogos e brincadeiras eram proibidos. Não eram prescritos jejuns. Todos os elementos de alegria eram restaurados e enfatizados nos cultos. As orações eram ditas em pé e não ajoelhados. O Pentecostes não é uma festa independente, mas sim o término e conclusão da Páscoa. Cinquenta dias atrás, ressuscitamos com Cristo para uma nova vida. Cinquenta é sete vezes sete mais um. Sete aponta para a completude e plenitude. Sete vezes sete é a completude levada à perfeição, plenitude completa. Cinquenta dias atrás, fomos restauradas para a vida em Deus e nascemos de novo como filhos de Deus. Como crianças recém-nascidas que ansiavam pelo leite espiritual puro. Crescemos na família da Igreja de Cristo, despreocupados e felizes, como verdadeiros filhos fazem. À medida que crescemos, a Igreja nos preparou para o momento em que devemos perceber que a infância serena é uma coisa passageira, que somos estrangeiros e peregrinos, que devemos sofrer. Esta preparação começou já no Quarto Domingo de Páscoa (3º após Páscoa). Agora, no Dia de Pentecostes é declarada nossa maioridade.

-- Fred H. Lindemann (The Sermons and The Propers II. St. Louis: Concordia Publishing House, 1958. pp. 233-234)

Festa de Pentecostes (Lecionário Histórico)

"O Pentecoste" (1611-1613), de Juan Bautista Maíno (1581-1649)

Cor litúrgica: Vermelha

LEITURAS:
Lecionário Anual

† Introito: Salmo 68.1, 4a,c, 11a, 33b, 35; antífona. Sabedoria 1.7a; Salmo 68.3
† Antigo Testamento: Gênesis 11.1-9
† Salmo: Salmo 143 (antífona v. 11)
† Epístola: Atos 2.1-21
† Santo Evangelho: São João 14.23-31

O Espírito Santo dá a paz

Após o dilúvio, os descendentes de Noé não se espalharam e encheram a terra como Deus havia falado. Em vez disso, eles engrandeceram a si mesmos. Com “uma linguagem e uma só maneira de falar” (Gênesis 11.1) eles falaram com orgulho e arrogância. O Senhor humilhou-os ao confundir “a língua de toda a terra”, dividindo e dispersando o povo (Gênesis 11.9). Esta dispersão foi revertida no Dia de Pentecostes (quinquagésimo dia de Páscoa), quando Deus fez o Evangelho do Senhor Jesus Cristo ser pregado em uma infinidade de idiomas. “E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão” (Atos 2.6), pois a pregação de Cristo é a principal obra do Espírito Santo, pela qual ele congrega pessoas de todas as nações em uma Igreja. O Espírito Santo ensina e traz-nos à lembrança as palavras de Jesus, que são as palavras do Pai que o enviou. Estas palavras concedem perdão e paz para aqueles que a guardam e se agarram em amor a Jesus. “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (São João 14.27).

COLETA:

Ó Deus, neste dia mais uma vez ensinaste os corações de teu povo fiel ao enviar-lhe a luz de teu Espírito Santo. Concede-nos, em nossos dias, o mesmo Espírito, para termos a correta compreensão de todas as coisas e sempre nos alegrarmos na tua santa consolação; através do mesmo Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

16/05/2013

Agora pedimos ao Espírito Santo


“Descida do Espírito Santo no Pentecostes” (1558), atribuída a Lambert Lombard (1506-1566).

1. Ao Santo Espírito quero orar:
Sobretudo fé nos queiras dar.
Vem e nos protege no fim da vida,
ao partirmos do exílio à pátria.
Kyrie eleison.

2. Preciosa luz, vem resplandecer,
Cristo só ensina a conhecer.
Que no Salvador permaneçamos
e na celestial pátria entremos.
Kyrie eleison.

3. Tu doce amor, ó dá-nos teu favor,
faze-nos sentir o teu ardor;
sempre nos amemos mutuamente,
que nos una a paz fraternalmente.
Kyrie eleison.

4. Ó tu, supremo Consolador,
dá que não temamos morte ou dor;
e que a nossa mente não desespere
se Satã ameaça de morte.
Kyrie eleison.

Tradução no volume 7 das Obras Selecionadas de Martinho Lutero

1. Agora pedimos ao Espírito Santo
principalmente a verdadeira fé,
para que nos guarde no fim da vida,
quando voltarmos deste desterro para o lar.
Kyrioleis.

2. Luz preciosa, concede-nos tua claridade,
ensina-nos a conhecer somente a Jesus Cristo,
que fiquemos nele, o fiel Salvador,
que nos trouxe para a verdadeira pátria.
Kyrioleis.

3. O doce amor, concede-nos teu favor,
faze-nos sentir o ardor do amor,
que sinceramente nos amemos uns aos outros
e em paz permaneçamos em unanimidade.
Kyrioleis.

4. Ó supremo Consolador em toda aflição,
dá que não temamos a infâmia nem a morte,
que nosso ânimo não desespere.
quando o inimigo nos acusar, sob ameaça de morte.
Kyrioleis.

A primeira estrofe do presente hino é, quanto a seu gênero, a mais antiga "leise" alemã. Na missa medieval, o povo só podia cantar o Kyrie eleison (tem piedade de nós, Senhor). Todas as demais partes da missa eram cantadas pelo sacerdote e/ou pelo coro. Quando o povo compunha hinos sacros, que cantava fora do templo, acrescentava-lhes o Kyrie eleison, como se estivesse pedindo perdão por sua ousadia. A primeira estrofe deste hino é mencionada por Bertoldo de Ratisbona, falecido em 1272. Tomás Müntzer também a usou em seu culto em língua alemã em Allstedt, em 1523. No "Formulário da Missa" de 1523, Lutero recomenda seu uso. Logo após a publicação do "Formulário da Missa", Lutero deve ter lhe acrescentado mais três estrofes. Na "Missa Alemã", de 1526, Lutero dá-lhe lugar de destaque e, em 1542, coloca-o entre os hinos que podem ser cantados por ocasião de sepultamentos. As semanas em que o hino foi composto eram especialmente difíceis. Os entusiastas agiam e os camponeses estavam sobremaneira inquietos.

Fonte: Bíblia Sagrada com reflexões de Lutero (Sociedade Bíblica do Brasil, 2012, pp. 1265-1266)

15/05/2013

Vem Deus Criador, Espírito Santo

Gregório Magno compôs “In feste Pentecoste: Veni creator spiritus” (Na festa de Pentecostes: vem Espírito Criador). O hino teve diversas traduções alemãs, inclusive uma feita por Tomás Müntzer. A versão de Lutero é de 1524 e parece ter sido composta às pressas para a impressão.

Ícone do Pentecoste Cristão da Tradição Ortodoxa Grega
1. Espírito, Deus Criador,
ó vem morar no coração
dos filhos teus, Consolador,
criados por tua mão.

2. Do Altíssimo o precioso dom,
o celestial Consolador,
do espírito és o unguento bom,
 és fonte, fogo e amor.

3. Na mente acende a tua luz,
no coração põe santo amor.
Sustenta a fraca carne em nós
por teu poder, teu favor.

4. Dotado com teus sete dons
o dedo és na mão de Deus.
Ressoa o verbo em altos sons
na terra aqui e nos céus.

5. A astúcia do inimigo vil
afasta, e tua paz nos dá.
Seguindo a teu guiar gentil,
nossa alma segura está.

6. O Pai nos faze conhecer,
e o Filho seu, Cristo Jesus.
Vem a nós na fé fortalecer,
do Espírito dá-nos luz.

7. Ao Pai e ao Filho seu louvor,
que ressurgiu; depois também
ao Espírito Consolador
p’ra sempre. Amém, pois, amém.

TRADUÇÃO DO ORIGINAL

1. Vem Deus criador. Espírito Santo,
visita o coração dos seres humanos teus,
preenche-os com graça, pois sabes
que são tuas criaturas desde o princípio.

2. Pois és chamado o Consolador,
preciosa dádiva do Supremo,
espiritual unguento a nós aplicado,
um poço vivo, amor e fogo.

3. Acende uma luz em nosso entendimento,
põe-nos no coração o fogo do amor.
Tua força e favor mantenham
firme a fraca carne em nós — tu a conheces.

4. Tu és, com sete dons,
o dedo na mão direita de Deus.
A palavra do Pai envias audaciosamente
com línguas para todas as terras.

5. Afasta de nós a astúcia do inimigo,
tua graça crie em nós a paz,
para que sigamos de bom grado tua condução
e evitemos o dano na alma.

6. Ensina-nos a conhecer bem o Pai,
e também a Jesus Cristo, seu Filho,
para que fiquemos cheios de fé,
para entender a ti, Espírito de ambos.

7. Louvor seja a Deus Pai e ao Filho
dos mortos ressuscitado,
ao Consolador se faça o mesmo
todas as horas em eternidade.

Fonte: Bíblia Sagrada com reflexões de Lutero (Sociedade Bíblica do Brasil, 2012, pp. 1264-1265)




2. Denn du bist der Tröster genannt, / des Allerhöchsten Gabe teu'r,
 ein geistlich Salb an uns gewandt, / ein lebend Brunn, Lieb und Feu'r.

3. Zünd uns ein Licht an im Verstand, / gib uns ins Herz der Lieb Inbrunst,
 das schwach Fleisch in uns, dir bekannt, / erhalt fest dein Kraft und Gunst.

4. Du bist mit Gaben siebenfalt* / der Finger an Gotts rechter Hand;
 des Vaters Wort gibst du gar bald / mit Zungen in alle Land.

5. Des Feindes List treib von uns fern, / den Fried schaff bei uns deine Gnad,
 dass wir deim Leiten folgen gern / und meiden der Seelen Schad.

6. Lehr uns den Vater kennen wohl, / dazu Jesus Christ, seinen Sohn,
 dass wir des Glaubens werden voll, / dich beider Geist, zu verstehn.

7. Gott Vater sei Lob und dem Sohn, / der von den Toten auferstand,
 dem Tröster sei dasselb getan / in Ewigkeit alle Stund.

*Jes. 11,2

FonteMartin Luther Gesangbuch (Kirchengemeinde Höchstenbach)